xxɪɪɪ

78 24 16
                                    


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


⠀⠀⠀A TENSÃO QUE esticava o ar era tão potente quanto a que fluía pelas lamparinas, iluminando o departamento de crimes violentos, quando o detetive Zhōu atravessou o recinto. Por um instante a balbúrdia ao redor dele foi pausada, os sons de trânsito pareciam vir de um túnel distante. Até ver Miguel deitado num dos sofás vazios próximo à mesa onde trabalhavam, com alguns colegas o cercando.

Yuan voltou a respirar, a balbúrdia eclodiu em seus tímpanos.

Miguel estava abalado, pressionando gelo poucos centímetros abaixo de sua pálpebra esquerda. Acima, quase rente ao couro cabeludo, um corte havia sido saturado com três pontos. Seus olhos se iluminaram ao ver Zhōu parar diante de si, os ombros caídos se endireitaram.

— Você está bem? — Yuan indagou com a voz tensa, tocando com suavidade a testa dele e afastando as madeixas caindo sobre o corte. — O que aconteceu? Quem o atacou?

— Não vi o rosto. Mas tenho certeza de que era um homem. — Miguel respondeu, balançando a cabeça. Ele suspirou e deixou que o corpo voltasse a cair no sofá enquanto discorria o que havia acontecido, da mesma forma que havia relatado aos policiais que o encontraram, após recobrar a consciência e os acionar.

Miguel relatou minuciosamente o trajeto feito com Noemi até decidir parar para ir ao banheiro em uma loja de conveniência, a pedido dela.

— Enquanto eu fumava e a esperava, alguém me atacou. Primeiro com um soco no rosto — ele apontou para o hematoma roxo e a pálpebra inchada. — Fui pego de surpresa e antes que pudesse revidar, algo me acertou na cabeça e acabei apagando. Não consegui ver o rosto porque ele vestia uma máscara de esqui, mas pela força e estatura corporal tenha certeza de que o assassino é um homem da minha altura.

— E as câmeras na área? O que mostraram? — Yuan se dirigiu a um dos colegas que segurava o relatório do desaparecimento de Noemi e arrastou uma cadeira para se sentar ao pegar os papéis da mão dele.

— Não há câmeras naquela área, se esqueceu do acidente que aconteceu semanas atrás e não puderam encontrar o culpado devido a isso? — O oficial respondeu.

Yuan suspirou e assentiu. Havia se esquecido do atropelamento impune ocorrido naquela mesma via.

— As câmeras no painel do seu carro, elas devem ter registrado algo. — Voltou a encarar Miguel, que abanou a cabeça negando e encolhendo ainda mais os ombros.

— Ele levou a câmera do painel. E o celular da Noemi.

Yuan umedeceu os lábios e esfregou as mãos no rosto. Com um suspiro desalentado voltou a observar os papéis do relatório enquanto Miguel e o oficial ao seu lado discorria sobre as análises recebidas até aquele momento, porém sua mente não conseguia focar nas letras escritas ali. Tudo que podia pensar era em Joyce.

Até Que A Morte Vos ReúnaOnde histórias criam vida. Descubra agora