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VIII 

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VIII 

MORDOMO CAMARADA A SEU DISPOR





ㅤㅤFLOCOS DE NEVE caiam sobre a cidade e cobriam o asfalto e o toldo da loja que havia do outro lado da rua. Através das vitrines, era possível ver que a loja estava vazia.

Joyce vasculhou ao redor apreensiva e abaixou a aba do boné quando o sinal abriu. Ela atravessou a passos largos até o outro lado, em direção a Kindness Store. A sineta sobre a porta dupla tocou quando entrou. O senhor calvo, sentado atrás do balcão, ergueu a cabeça e sorriu por ver seu mais fiel cliente. Os músculos da boca dela se moveram, mas estava nervosa demais para conseguir sorrir sem fazer careta.

Ela estava correndo contra o tempo. Precisava ser objetiva, pois sabia estar sendo seguida nos últimos dias, assim como sabia que alguém a seguia desde que saiu do apartamento. Por isso se encaminhou até a seção com os dizeres "𝗠𝗼𝗻𝘁𝗲 𝘀𝘂𝗮 𝗰𝗲𝘀𝘁𝗮!" em tom vibrante e pegou uma das cestas pequenas que havia na entrada do corredor.

Os chocolates e salgadinhos que jogou na cesta foram escolhas aleatórias, a pessoa que receberia as guloseimas não os comeria por ser alérgica a maioria dos componentes industriais. Ainda assim, por alguma razão aparente, era imprescindível que ela enviasse a cesta para aquela pessoa.

Após escolher um ursinho marrom, de dez centímetros de altura, com um laço vermelho enfeitando o pescoço, Joyce seguiu para o balcão. Forçou um sorriso para o senhor ao pedir que entregasse no endereço que escreveu no cartão florido, junto a breve mensagem escrita com uma caligrafia que não lhe pertencia e que sequer reconhecia. Em seguida, a moça enfiou a mão no bolso do moletom cinza e tirou um objeto redondo.

Ela observou o objeto ser empacotado com as guloseimas na cesta. Seu coração estava prestes a se liquefazer com a melancolia que o comprimia. Ao menos até a sineta sobre a entrada tocar outra vez.

Pelo canto do olho viu dois homens corpulentos, com cara de poucos amigos, entrarem na Kindeness Store. Seus batimentos cardíacos perderam o ritmo. Eram os mesmos homens que ela notou estarem seguindo-a assim que deixou o apartamento.

O estômago de Joyce pesou uma tonelada com o medo que a infestou. Um arrepio gélido percorreu suas entranhas. Embora não entendesse por que aquilo estava acontecendo, e o que exatamente deveria temer, ela engoliu em seco e jogou um punhado de notas sobre o balcão antes de abaixar a cabeça e erguer os ombros para cobrir o rosto com o rebuço do moletom.

O coração quase explodiu ao passar pelos homens na entrada. Sua respiração só voltou ao normal quando espiou por sobre o ombro, constatando que os dois continuavam na loja. Um sorriso ergueu seus lábios.

Até Que A Morte Vos ReúnaOnde histórias criam vida. Descubra agora