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XIV

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XIV

TORRE DAS PROMESSAS



ㅤㅤ— SUNWOO... O QUE você quer fazer antes de ir embora? — Eun-ji indagou apoiando a cabeça no encosto do banco de madeira onde os dois observavam o céu rosado escurecer em tons quentes de azul.

Os ruídos do trânsito quase não podiam ser ouvidos daquela altura. Os pássaros e as conversas agitadas e alegres eram o que preenchiam o cume da Torre das Promessas. Embora aquele não fosse de fato o nome da construção, o lugar havia ganhado aquele nome devido aos inúmeros cadeados coloridos presos nas grades da balaustrada; cercando toda a subida até o pico mais alto onde, assim como os turistas e cidadãos locais, os dois fantasmas assistiam ao pôr do sol.

Kim inclinou a cabeça de lado, os lábios caídos nos cantos num semblante reflexivo. Ele ainda sentia o efeito perturbador que um homem corpulento infligiu em seu espírito ao se sentar no lugar em que ele estava. O homem, obviamente, levantara no mesmo instante, ao sentir o calafrio agourento perpassar seu corpo. Sunwoo não conseguia evitar pensar que se estivesse com Joyce aquilo não teria acontecido. Sua alma desejava estar em casa com a médium e se arrependia de ter aceitado o convite de Eun-ji quando ela apareceu no apartamento, convidando-o para dar um passeio.

Aquele era mais um pensamento estranho, aquela não era sua casa, ainda que nas últimas semanas a considerasse seu "refúgio", e Joyce havia sido quem o obrigara a sair com Eun-ji. Sunwoo não queria deixá-la sozinha e arriscar ter outro fantasma assombrando-a com suas memórias e necessidades — ainda mais após ver Yuan e Miguel saírem do apartamento como se fossem os responsáveis por apagar um incêndio.

E se AdR tivesse feito outra vítima?

Mas Eun-ji piscava os olhos com expectativas e Joyce parecia querer ficar sozinha, a expressão determinada e suplicante no rosto da médium foi o que o fez concordar sem discutir.

— Terra para Sunwoo! — Eun-ji abanou as mãos diante dos olhos dele.

Sunwoo piscou algumas vezes, deixando os pensamentos para trás.

— O que disse?

— Perguntei se há algo que deseja fazer antes de partir.

— Não sei... — ele coçou o queixo — acho que descobrir por que morri e onde está meu corpo, para que minha família não precise mais sofrer a minha procura, é o que preciso fazer antes de ir.

Eun-ji crispou os lábios. Um redemoinho de emoções agitou seu estômago ao ouvir as palavras de Sunwoo, porém ele não percebeu quando ela apertou os dedos finos sobre o colo até os nós ficarem vermelhos.

— Também quero ver a Joyce sorrir para mim. Sorrir sem disfarçar, sabe? Quero que ela pare de fingir que sou um incômodo. — Ele continuou, abrindo um pequeno sorriso. — Também quero ver os olhos dela brilharem mais contentes, sabe?

Até Que A Morte Vos ReúnaOnde histórias criam vida. Descubra agora