unfinished business

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NOTAS: capítulo não tão curto e espero que saboreiem. Como sempre, perdoem os erros e até mais...

[...]
A festa estava um saco, se é que posso chamar isso de festa. Evento, pronto, é melhor assim. Estava na minha quarta taça de algum champanhe caro que a mãe de Dayane encomendou e não sei, talvez estivesse começando a ficar animada. Eu estava observando Dayane lá no fundo da sala conversando com um casal que tinham por volta de uns cinquenta anos, seu pai estava junto. Uma das vezes ela me levou com ela, me ofereceu uma taça de champanhe e eu soube que era para segui-la, talvez tivesse pensado que eu estava muito sozinha, mas na verdade estava legal ficar sentada no bar. Eles falaram sobre como o trabalho da Day tem sido importante para a família e blá blá blá, aquele papo de gente rica.

Minha família, por mais que sejam bem de vida, odeiam eventos assim com gente jogando dinheiro fora. Só esse champanhe que estou bebendo parece ter sido caríssimo, imagina alugar uma sala desse tamanho com mais, bem mais, de duzentas pessoas. Eu voltei para o bar quase correndo e pegando outro champanhe, agora aqui estou a vendo ter toda a sua atenção roubada por um casal sem graça.

Ela me olhou. Não, ela me encarou. Uma encara de "eu estou te notando também". Meu corpo se arrepiou, ela ainda estava com aquele olhar de gavião, eu ainda me sentia uma presa fácil. Ela estava tão bonita que estava muito difícil continuar com raiva dela, principalmente quando ela vem e me oferece mais champanhe grã-fino. Talvez seja isso, o champanhe fazendo o efeito e eu deveria parar e curtir a companhia de alguns convidados, mas estava interessante demais ver Megan brigar pela atenção de seus pais com Dayane.

Você se superou, realmente. — ouvi a voz de Riley atrás de mim.

Me virei e a encarei, estava bonita. Os cabelos jogados em cascatas nos ombros e aquele sorriso simples na boca. Uma bela boca que também havia um batom, porém de uma cor mais clara que o meu.

Devo dizer o mesmo para você. — pontuei fazendo o mesmo que ela havia feito para mim mais cedo, a olhei de cima a baixo.

Por um momento, um mínimo, me senti culpada. Eu não estava flertando, mas parecia e eu sei o quanto isso machucaria Day.

Estou louca por um champanhe. — falou olhando para o meu copo e o tomando de minha mão.

Como se tudo ficasse em câmera lenta, suas mãos guiaram a taça até sua boca e a vi engolir quase todo o líquido que havia ali, então ela removeu a taça de sua boca, já manchada de seu batom e me entregou de volta. Me senti hipnotizada em um simples gesto de Riley, aquilo que irritou.

— Preciso ir ao banheiro... — disse tentando não olhá-la nos olhos —  já volto. — ela assentiu e se encostou no balcão.

Eu desci do banco um pouco zonza, senti que foi naquele momento que as taças haviam feito efeito. Eu caminhei sem dificuldades, contando que eu não olhasse para os lados. Segui rápido até o banheiro e por sorte ele não era divido. Abri a porta entrei, mas senti um baque forte quando fui fechar, alguém a segurou...

Calmamente — mas não tão calma porque seja lá quem for a babaca, esse banheiro está sendo utilizado — coloquei a cabeça para a área entreaberta que haviam segurado e a vi. Seu olhar estava mais frio que o comum e eu sabia que alguém mais, além de mim, havia abusado na bebida.

Ela empurrou a porta com tanta força que me perguntei como ela havia tanta. A porta bateu na parede e voltou para as minhas mãos que ainda estavam paradas onde deveria estar a maçaneta. Ela entrou no banheiro com o olhar preso em mim, então me lembrei do porque estar tão triste com ela. "Ela te sacaneou, não adianta ser bonita se ela age de uma forma tão imatura, não é? Talvez, ela só tenha tido um dia ruim", pensei comigo mesma e logo repreendi a ideia de começar a passar a mão em suas atitudes ruins.

Um Amor de Natal (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora