pub

357 23 1
                                        

Era por volta das quatro da tarde quando chegamos na editora depois de ir ao museu, a entrevista foi um sucesso. Elizabeth Lange era o tipo de diretora "nariz em pé", mas que era simpática e uma senhora cheia de classe. Sua sala era do tamanho do meu apartamento, mas que custava cinco vezes o mesmo. Descobri que ela sugeriu a ele o patrocínio, pois sabia que a arte o atraía, ele também a contou o quanto adoraria passar mais tempo com a arte, como quando era criança. Ele se abriu muito com ela, mas não sei porque, gostaria de saber.

Era de tarde quando minha mãe ligou, estava em minha mesa fazendo um resumo das entrevistas de hoje, quando o celular ascendeu e começou a tocar.

— Dayane, querida... — podia ouvir o sorriso de minha mãe. Ela tem belos dentes e belos olhos, somos idênticas.

— Oi mamãe, estou no trabalho. — meus papos com minha mãe duravam horas, ela era muito simpática quando se tratava de mim. Com Megan e Amelia era... ah, acredito que meus pais culpavam muito Megan pelo caminho que seguiu e por Amelia sempre estar fora do ar. Amy vive em seu próprio mundo, assim por dizer.

— Oh querida, me perdoe. Seu pai me pediu para ligar, ele quer saber se poderá vir antes de... você sabe, as festas de candidatura. — em minha cidade natal haviam festas de candidatura, onde um empresário patrocinava um candidato e a cidade toda ia para ouvir suas ideias de eleição em um enorme banquete. Costumava acontecer 2 dias antes da noite de natal.

— Eu não sei, estou com um trabalho grande em minhas mãos, não sei se poderei. — ela bufou do outro lado da ligação, eu sabia o quanto dizer não a ela acabava a irritando.

— Faça o que puder, precisamos de você. Agora vou deixá-la. Ligue quando puder. — ela encerrou depois de me desejar um ótimo final de tarde.

Meus pais apostavam suas fichas em mim, como se eu fosse a única filha perfeita que tiveram. Como se minhas irmãs não fossem nada, como se apenas eu pudesse os proporcionar sucesso. Isso me sufocava. As vezes me cansada de muitas formas, pensar que não poderia levar alguma pessoa amada nas festas de natal, pois não faria bem para a reputação deles. Eu odiava como tudo isso importava mais que nossa felicidade.
_________________________________________
Caroline Biazin
Para: Dayane Limins

Espero que não tenha se esquecido de me pegar em minha casa; eu ficaria chateada.
_________________________________________

Era por volta das seis e meia quando recebi seu e-mail, estava retocando minha maquiagem em frente ao enorme espelho da bancada do banheiro. Eu optei em usar uma camisa preta bem justa que deixava meus braços a mostra; uma calça social cinza e enormes coturnos. Queria que não estivesse frio, queria poder deixar minhas tatuagens a mostra. Ajeitei meu cabelo e voltei a colocar uma touca e um casaco preto. Estava pronta.
_________________________________________
Dayane Limins
Para: Caroline Biazin

Jamais me esqueceria. Estou indo ;)
_________________________________________

Entrei no carro sentindo o aquecedor ligar, estava tão frio que a pequena parte do meu tornozelo descoberto estava gelando o corpo todo. Eu dei partida no carro indo em direção aos ruas mal iluminadas de Portland.

Entrei na rua de Caroline buscando pelo número de sua residência. Parei em frente a uma casa aconchegante em tons de branco e azul bebê. A casa havia dois andares, cercas brancas em volta e um pequeno jardim de cada lado, com variações de flores. Desci do carro e caminhei até a porta de entrada, havia um tapete do mesmo tom das faixas azuis nas paredes, escrito "welcome". Toquei a campainha e minha mão automaticamente começou a suar, minha consciência me lembrou de porque estou aqui. Caroline... seus cabelos de fogo...

Um Amor de Natal (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora