hotel overlook

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NOTAS: capítulo não tão interessante, mas apenas para alegrar o coração de vocês. o título do capítulo não coincide completamente com o capítulo, mas sim com o filme "o iluminado", vocês vão entender. aliás, assistam, é um dos melhores dos anos 80's. boa leitura e até mais!

O resto da festa foi a coisa mais chata da minha vida, eu só parei de beber quando Riley me barrou no bar. Por um momento tive raiva dela, por causa das suposições de Day e por saber que ela dava em cima de mim as vezes, mas senti muita raiva quando ela tirou o... talvez, décimo segundo, copo de minha mão.

Acho melhor você parar, Dayane já está olhando para cá e pensando em te levar embora. — sorriu para mim, um gesto simples que me deixou aflita.

Fomos para casa da mesma forma que viemos, porém Amelia não estava puxando assunto. Talvez ela tivesse percebido que eu estava bêbada e eu dei graças a Deus por ela não dizer uma palavra, pois o que sairia de minha boca seria um "eu odeio sua irmã".

Subi as escadas me arrastando, as luzes estavam todas apagadas e eu sabia que ninguém havia chegado ainda. Dayane demoraria, ficou para se despedir dos últimos convidados que ficaram para o final. O discurso do pai de Day foi bom, bem convincente para alguém que não faria nada pela cidade.

Coloquei um pijama rendado e tirei a maquiagem e aproveitei para escovar meus dentes, me acabei com os aperitivos da festa. Pulei na cama e não pensei duas vezes em me cobrir até a cabeça, fiquei ali até sentir necessidade de olhar para a imensidão da mata que fica em frente ao quarto.

"Ela vale a pena, só está acontecendo muita coisa ao mesmo tempo", pensei. Eu sabia do valor dela, não era disso que eu duvidava, mas sim da incerteza se ela agiria assim a cada coisa ruim que acontecesse. Eu não quero alguém que faça promessas ou que se esconda de mim, mas quero alguém que queira ficar e que faça de tudo para que isso aconteça.

Me lembrei de hoje, do banheiro. Eu estava com saudade de loucuras como essa, de não nos importamos por conta da saudade ou por apenas ser sensual. Fiquei feliz por ela não ter soltado que aquilo não aconteceria novamente, mas fiquei triste por ela sair sem me dizer nada. Então, por sorte, guardei uma lembrança dela no bolso do paletó pendurado nos pés da minha cama. Engatinhei até ele e achei a calcinha preta, voltei a deitar e a levei até o nariz. O cheiro de Day ainda estava em mim, mas isso era bem mais excitante do que o normal.

Ela não precisa saber desse brinde. — falei rodando a calcinha em meu dedo.

Mas senti uma necessidade em contá-la, como quando compramos um presente para alguém e contamos antes de dar para ver a reação da pessoa. Queria ver sua reação ao saber que dormi com sua calcinha em mãos, que ela ainda tinha vestígios de seu mel.

Fechei os olhos e senti o cansaço me consumir, parecia que eu não aguentaria levantar uma simples colher, pois meu corpo estava desgastado. Fiquei feliz por ter álcool naquela festa, não sairia de lá viva se não tivesse. Teria pulado de uma das enormes escadas que levavam a um segundo andar. Era mais difícil ver Dayane fazendo de tudo para vir até mim, mas nenhum convidado deixando. Acredito que hoje eu senti ciúmes de todos, não queria dividi-la com mais ninguém.

Abri os olhos quando senti a cama afundar ao meu lado, me virei um pouco e a vi sentada enquanto tirava seu casaco e colocava nos pés da cama. Ela me olhou brevemente, ainda nervosa, mas levantou a coberta e se deitou ao meu lado. Suas mãos vieram até minha cintura e me arrastou até seu corpo com uma imensa facilidade, ficamos coladas. Voltei a fechar os olhos, eu sabia que deveríamos conversar e nos resolver, acredito que ela também sabia disso, mas momentos assim andam sendo únicos que devemos apenas apreciar.

Um Amor de Natal (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora