27 - SURREAL

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"O mundo é um lugar surreal e estranho...mas eu sou tantas e tantas vezes uma pessoa surreal e estranha."

- Elenita Rodrigues






EMBRY FICOU ALI COMIGO POR UM LONGO TEMPO. Tudo parecia surreal, e talvez fosse mesmo. Como uma bruxa eu já sabia que existiam vários universos paralelos que as pessoas comuns não faziam ideia, mas eu não sabia que os livros também eram universos, muito menos que eu acabaria dentro de um deles ao tentar me matar. Agora eu entendo quando alguém diz que escrever é criar novos mundos e ler é descobri-los. É tão estranho descobrir que eu não cresci em um lar cheio de amor, que eu perdi tudo que tinha a ver com família aos sete anos de idade. E mais estranho ainda saber que eu me sinto bem por ter sido enganada por um tempo ao pensar que cresci com um pai amoroso, uma mãe dedicada e uma irmã apoiadora. Muitos dizem que a verdade é libertadora, eu não concordo, às vezes ela é deplorável. Ao descobrir a verdade, eu me sinto angustiada e perdida. Eu me sinto muitas coisas, menos liberta. E o pior, eu estou com medo, muito medo. Não só por ter sido ameaçada de morte - com isso eu já estou acostumada -, mas eu estou com medo de perder minha família e amigos. Tenho medo de que eles morram nessa luta ou que não me aceitem no lugar da garota que nasceu em Forks. Porque eu não sou ela, e nunca vou ser. 

_ No que você está pensando? - Embry me olha com as sobrancelhas franzidas de preocupação e eu tento dar um sorriso despreocupado. 

_ No quanto o que eu vou contar vai parecer loucura. - Murmuro desviando o olhar tentando não chorar ne novo. 

_ Não se preocupe, porque o que quer que seja, não vai mudar nada para mim. Eu estou ao seu lado. - Garante e dá um beijo na minha testa.

Olho para ele e levanto minha mão para selar nossos dedos.

_ Promete? - Pergunto e ele dá uma risadinha.

_ Prometo. - Diz ficando sério e eu sinto que é verdade. 

A sinceridade é tão presente que meu coração fica um pouco mais tranquilo e um pouco mais pesado também. Será que Embry sabe o quão grande é essa promessa e o quanto ela significa para mim? Olho para ele por longos segundos. Eu nunca pensei que pararia dentro de um livro, muito menos que um dos personagens se apaixonaria por mim. Agora olhando em seus olhos eu tive certeza, Embry Call sofreu um imprinting por mim. 

Depois de respirar fundo várias vezes, começo a contar para os Quileute o que aconteceu. Todos estão me olhando chocados, outros como se eu fosse louca. Jacob, que chegou antes de eu acordar, está me olhando sem expressão.

_ Então você está dizendo que nós somos personagens de uma história ridícula de amor entre uma humana e um vampiro? - Paul rir nervosamente e começa a andar de um lado para o outro pela casa de Emily. 

_ Bom, eu não diria com essas palavras, mas é isso. - Dou de ombros e ele me fita pensando se acredita em mim ou não.

_ Embry, me diz que Elisa enlouqueceu de vez ou que isso é uma piada de mal gosto. - Jared passa a mão no rosto totalmente perdido.

_ Ela realmente sabe muita coisa sobre nós. Mas como vamos ter certeza de que ela não ficou sabendo de uma forma mais tradicional? - Paul analisa e eu bufo impaciente.

_ Está me chamando de criminosa perseguidora? - Pergunto cruzando meus braços. 

Paul me olha e sorrir divertido. 

_ Bom, eu não diria com essa palavras, mas é isso. - Afirma e eu dou uma pequena risada com o plágio dele.

_ Então, resumindo, você é uma bruxa que estava sendo perseguida por seus poderes, tentou se matar para a louca não te sacrificar. No final, você parou dentro de um livro que já leu no corpo de uma garota que não existia na história original. 

Fico alguns segundos pensando e um coisa me vem a mente.

_ Bom, sobre o livro, eu não acho que estejamos realmente dentro dele. Não tem como aparecer personagens na história que não existiam. Ou seja, esse é um universo paralelo sim, mas não do livro. Pelo o que vejo, essa realidade foi a inspiração do livro. - Respondo depois de maquinar muito sobre o que está acontecendo.

_ Como assim? - Emily questiona confusa, assim como todos os outros. 

_ A autora escreveu um livro baseado nesse mundo. Ela inventou um mundo baseado em outro. Ela já veio para esse mundo ou vai vir algum dia. - Explico tentando simplificar tudo o que está passando na minha mente.

_ Meu cérebro vai explodir. - Seth murmura inquieto e eu seguro a risada. 

_ Mas como ela saberia da história de todo mundo e até sobre os pensamentos? - Embry questiona e eu suspiro cansada.

_ Pois é, isso que está me deixando curiosa. O que será que ela é!? - Respondo jogando meu cabelo para trás.

_ Vocês não estão acreditando nisso, né!? - Jacob, que não disse uma palavra até agora, diz quase gritando. 

_ Acho que todos enlouqueceram. - Leah comenta e eu passo a mão no meu cabelo frustrada.

_ Acho que vou precisar fazer uma coisinha. - Comento com a voz cansada. 

Mexo minhas mãos e minha magia aflora dela. Eu sinto um grande alívio quando aquele poder deixa minhas mãos. Agora eu entendo porque senti aquela queimação no meu corpo naquela noite, era meu poder querendo ser usado e libertado.

_ Por que tem uma bola roxa na mão dela? - Quil aponta um pouco histérico.

_ Segurem-se porque vamos fazer uma viagem. - Aviso com um sorrisinho nervoso. Antes que alguém possa dizer ou fazer mais alguma coisa, a luz roxa toma a casa nos levando para o meu passado. 

 

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