42 - ESQUECIMENTO

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"Pois as distâncias não existem para a recordação; e somente o esquecimento é um abismo que nem a voz nem o olho podem atravessar."

- Khalil Gibran

O escudo está cada vez mais fraco e meu ataque também não está sendo muito bom. Suspiro quando sinto um aperto no peito. Isso não é um bom sinal. Embry percebe minha careta e me olha ainda mais preocupado.

_ Elisa, o que foi? - Questiona com urgência e eu forço uma expressão sem dor.

_ Não é nada. Estou bem. - Falo controlando minha respiração e ele pega na minha mão de novo.

_ Elisa, escute, canalize de mim. - Ele aperta os olhos em súplica. - Canalize de mim, por favor. Você sabe que é o certo. - Ele segura minha mão entre as suas.

Lentamente, seguro a mão dele de volta. Com um pequeno sorriso, aperto sua mão levemente olhando nos seus olhos.

_ Eu amo você. Sabe disso, não é? - Pergunto com meus olhos se enchendo de lágrimas.

_ Eu sei. - Ele sorrir e coloca uma mão na minha bochecha. Escuto Sharon fazendo um barulho de desgosto. - Eu também amo você. - Afirma, enxugando uma lágrima que escorre pela minha bochecha.

_ Então, eu espero que você entenda que eu vou fazer isso porque te amo e não posso te deixar morrer por minha causa de novo. - Murmuro sem desviar meu olhar. Embry me encara confuso.

Quando ele entende o que está acontecendo, já não há mais tempo para retrucar. Sem hesitar, mando ele de volta para o próprio corpo.

_ Não! - Sharon grita. - O que você fez, sua idiota? - Abaixo meu escudo sem me importar o que mais irá acontecer.

A Heiguel me pega pelo pescoço e me lança um olhar de completa fúria. Todos os outros parecem desesperados.

_ Por que você fez isso? - Ela praticamente rosna no meu rosto. - Estamos no subconsciente dele. Se o dono da mente sai, todos que estão nela desaparecem. Por que você acha que não tentei matar seu cachorrinho no momento que cheguei aqui? - Ela grita, misturando raiva e medo nas expressões. - Agora, vamos cair no esquecimento e a culpa é sua. - Sharon me joga no chão com força e eu dou um sorriso vitorioso para ela. - Você já sabia. - Murmura entre dentes franzindo a testa.

_ É claro que eu já sabia. - Confirmo, levantando-me do chão e caminho para ficar mais perto dela. - Minha avó da outra vida, que você matou, me ensinou tudo sobre esse tipo de feitiço.

Quando ela abriu a boca para responder, um forte vento começa a soprar. Todos nós olhamos ao redor e eu me abraço tentando me consolar. Os Heiguel estão com mais apavorados do que nunca.

Começo a falar baixinho, sabendo que ele poderá ouvir por eu estar dentro da mente dele:

_ Sinto muito, Embry, mas foi necessário. Eu espero que você me perdoe em algum momento da sua longa vida. Também espero que você encontre uma pessoa gentil e legal que fará você mais feliz do que eu jamais seria capaz um dia. E se puder, esqueça tudo sobre mim, porque eu não quero que você se lembre de todos os momentos ruins que tivemos ou como eu estou indo embora. Não se preocupe, eu não me arrependo de nada sobre nós e faria tudo de novo. Seja feliz e viva intensamente. Este mundo é lindo e cheio de pessoas incríveis, e eu espero que você possa desbravar vários lugares e admirar tudo de bom que eles têm a oferecer. - Sinto lágrimas e mais lágrimas escorrendo pelo meu rosto. - Eu sei que já disse, mas preciso dizer mais uma última vez: eu amo você.

Sharon e todo o resto da família Heiguel começam a ser puxados por uma força invisível. Eles gritam enquanto são puxados, mas eu apenas fecho meus olhos esperando minha vez. Mas, mesmo quando todos os Heiguel vão embora, o vento cessa e nada acontece comigo. Eu continuo parada ali, abraçada ao meu próprio corpo. Fecho fecho meus olhos novamente. Quando abro, estou sentada na cama com Embry segurando uma das minhas mãos e minha amiga Mary segurando minha outra mão, enquanto Bella segura as mãos dos dois. Ruth está de pé me olhando sorrindo.

_ O que... O que aconteceu?

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