44 - FÊNIX

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"E assim como a fênix, morri novamente."

- Giovanne Afonso





Eu estava andando em uma floresta escura e fria. É Forks, tenho certeza. Ando confusa entre as árvores. O que estou fazendo aqui? Por algum motivo desconhecido, eu começo a sentir medo, um medo de quem sabe que algum ruim vai acontecer. Eu começo a correr o mais rápido que posso, o mais rápido que minhas pernas permitem. 

_ Embry!? - Murmuro com a voz trêmula por causa do frio e do medo. 

Não ouço resposta.

Continuo correndo desesperadamente, até vejo uma luz muito brilhante e caminho para ela. De repente, estou dentro de uma casa bonita e confortável, um lugar que me faz sentir bem. Quando olho para o chão, vejo um pingente jogado. Vou para pegá-lo e me arrepio quando percebo que está sujo de sangue. Respiro fundo e seguro entre meus dedos. Aperto os olhos confusa quando leio o que está escrito: "Haven". Quem é Haven? Escuto um barulho no outro cômodo e caminho até lá colocando o objeto no bolso da minha calça. 

Arregalo meus olhos surpresa quando vejo quem está lá.

_ Elisabel? - Murmuro em choque e ele me olha surpresa. - Você está viva? Onde você está? Nós vamos te encontrar, sua irmã e seu pai estão te esperando. - Digo me aproximando dela e ela abaixa a cabeça triste. 

_ Não dá. - Diz baixo e eu lanço um olhar confuso.

_ Como assim não dá? Diga onde está. Eu vou te ajudar. - Asseguro tentando dar um sorriso tranquilizador. - Meu nome também é Elisabel e eu estou aqui para ajudar. 

_ É tarde demais. - Murmura tristemente.

Finalmente, eu entendo. Estou conversando com um fantasma. Eu deveria saber. Não estou aqui de verdade. Como sou uma bruxa, os mortos têm facilidade em entrar em contato comigo. Ela entrou no meu sonho. Como não percebi antes?

_ Eu sinto muito. - Sussurro desviando meu olhar.

_ Está tudo bem. - Diz com uma voz tranquilizadora e eu olho para ela de novo. - Não é sua culpa. Estou aliviada por tudo ter dado certo. - Ela sorrir minimamente.

_ Bom, quase tudo. - Digo suspirando.

_ Deixe de ser boba. Não é como se isso fosse permanente. - Ela sorrir. - Você sabe mais do que eu que não está tudo acabado. Eu tenho assuntos inacabados como você tinha, então... - Ela dá de ombros e eu arregalo os olhos. Ela sabe sobre minha outra vida. - Odeio admitir isso, mas eu fiquei espionando você um pouquinho. - Ela sorrir brincalhona e eu bufo incrédula.

_ Isso não é nem um pouco educado. - Sorrio para ela que rir. 

_ Claro, claro. - Abana uma mão rindo. Elisabel fica séria novamente e me encara com gratidão. - Obrigada por cuidar da minha família. Na verdade, nossa família, você faz parte dela agora. - Sorrir calmamente e eu sorrio de volta.

_ Você é mais legal do que pensei. - Admito e ela rir.

_ É a primeira vez que ouço isso. - Diz divertida. - Geralmente, as pessoas me acham bem cabeça dura. - Revela e é a minha vez de rir. - Você não contou para o Charlie. - Afirma depois de alguns segundos.

_ Não, não contei. - Sussurro e torço minhas mãos nervosamente. 

Ela fica olhando para mim e suspira se aproximando.

_ Se está com medo dele não te aceitar, não fique. - Diz séria enquanto coloca as mãos nos meus ombros. - Queria deixar como um segredo, mas não posso te deixar no escuro por mais tempo. Charlie já sabe. - Completa e eu respiro surpresa. - Essa não é a primeira vida dele, Elisa. Descobri depois que morri. Antes dessa vida, ele já era seu pai. E eu dei um empurrãozinho para ele se lembrar de você. - Ela sorrir travessa. 

Fico encarando-a em choque e sem saber o que dizer. 

_ Eu não sabia. - Murmuro depois de me recuperar.

_ Acho que é meio difícil saber dessas coisas, até para uma bruxa. - Ela se afasta e eu fico observando-a.

_ Você tem algo que queira me pedir? Por algum motivo, acho que não se conectou comigo para falar isso. - Dou de ombros e ela olha nos meus olhos lançando um olhar triste novamente.

_ Quando voltar, diga que eu o amo. Bella também. E não se esqueça do chato do Jake. - Pede sorrindo no final e eu assinto.

_ Pode deixar, eu digo. - Garanto sorrindo levemente. - Mais alguma coisa? - Questiono e ela me encara.

_ Será que quando eu reencarnar, você vai me encontrar? Eu... Eu quero ficar perto da minha família novamente. - Sussurra com um olhar suplicante. - Claro, eu entendo se você não quiser se meter nisso. - Acrescenta rapidamente. 

Eu me aproximo dela e seguro sua mão direita. Ela me olha confusa, mas eu apenas fecho meus olhos me concentrando no feitiço. Quando os abro novamente, há uma pequena fênix no seu pulso. É um pouco distorcido, mas qualquer bruxa reconheceria essa marca.  

_ O que é isso? - Questiona virando o braço para ver melhor.

_ Assim que vou te encontrar quando você renascer.- Sorrio e ela sorrir de volta. - Ah, acho que isso é seu. 

Tiro o pingente do bolso e limpo o sangue na barra da minha blusa antes de entregá-lo.

_ Minha mãe me deu quando eu tinha cinco anos. Haven era meu apelido quando criança. - Sorrir olhando-o, e logo estende de volta para mim. - Fique com ele, não vou usar mesmo. - Sorrir e eu pego de volta guardando-o. 

Escutamos um sino tinindo ao longe e nos entreolhamos. Sabemos o que significa.

_ Acho que é hora de ir. - Sorrio quase me desculpando e ela assente.

_ Acho que sim. - Concorda. 

Aproximo-me dela e puxo para um abraço.

_ Até breve. - Sussurra e ela sussurra um "Até logo". Assim, eu acordo na minha cama na casa Swan. 

SÃO MUNDOS DIFERENTES ||Embry Call||Onde histórias criam vida. Descubra agora