"Pesadelos da minha vida desaparecem quando durmo, amnésia.
Hoje preciso mais do que um sonho, talvez, uma realidade inventada."- J. C. S. Machado
Um xerife preocupado observa aflito e afetuosamente o rosto alvo de sua filha mais nova, uma das princesas da pequena família Swan. Depois que Carlisle examinou a jovem e saiu, dez minutos atrás, Charlie se sentou na poltrona cinza desgastada. Ele ainda está esperando a morena recuperar a consciência.
À caminho do hospital, estava Bella Swan, que saiu de casa correndo no momento em que soube que sua irmãzinha acordou.
Bella estaciona a velha picape vermelha o mais rápido que pode. Depois de passar na recepção, a Swan já caminha em direção ao quarto no qual está sua irmã e seu pai, lugar que ela visitou todos os dias nas últimas três semanas.
_ Bella! - O chefe Swan exclama ao ver a filha entrar no local.
Bella olha para o rosto do homem e sente uma tristeza súbita. Seu pai está muito abatido desde que Elisabel sofreu aquele terrível acidente. Charlie Swan não come direito nem dorme direito desde o acontecido. Bella se sente triste e culpada por isso. Afinal, Elisa veio para Forks por causa dela também, já que a Swan mais velha caiu em uma depressão profunda depois que seu namorado foi embora com toda a família.
_ Bella!? - Escuta a voz de seu pai novamente, fazendo-a sair daquele turbilhão de pensamentos negativos.
_ Oi, vim o mais rápido que pude. - Diz com um sorriso fraco e o Swan assente. - Ela ficou acordada por quanto tempo?
_ Hum... Acho que por uns cinco minutos. - Responde o xerife pensativo.
_ Finalmente ela acordou, eu estava muito preocupada. Pode ir para casa, pai. - Bella se impede de falar "Charlie" no último segundo. - Eu fico esperando ela acordar. Você não tomou banho ainda e também não comeu nada desde quando saiu de casa.
Charlie suspira tristemente.
_ Eu quero estar aqui quando ela acordar novamente. - Responde olhando para a garota deitada e inconsciente.
_ Eu sei. Mas você não pode se deixar de lado. Eu fico aqui e, quando ela acordar, eu te ligo. - Bella insiste. Ela sabe muito bem que seu pai está exausto há muito tempo.
O Swan suspira novamente sentindo seu corpo acabado.
_ Tudo bem. Vou em casa tomar um banho e comer, e volto para cá. - Diz se levantando, sem deixar de sentir o peso fora do normal sobre seu corpo. "Estou realmente muito cansado" pensa o mais velho.
Ele dá uma olhada breve para sua filha que ainda dorme e começa a caminhar para a saída.
_ Ah, Bella. - Para de andar e se vira. - Se ela acordar enquanto você estiver aqui, seja cuidadosa para não assustá-la, já que parece que ela não se lembra de nós. - O chefe de polícia sente seus olhos se encherem de água, mas força as lágrimas a se manterem ali quietas e invisíveis.
_ Pode deixar. - Isabella tenta dar um sorriso tranquilizador, o que pareceu mais com uma careta assustada - ela estava se sentindo assim, assustada.
Charlie assente.
_ Certo, estou indo então. Até mais tarde, Bella. - Passa pela porta com os ombros caídos sem esperar uma resposta.
Bella se vira para a irmã e senta-se na poltrona, onde antes estivera seu pai.
_ Eu sinto muito, Elisa. Sinto muito. - Sussurra, enquanto acaricia com os dedos, a mão de Elisabel.
Depois de passar quase uma hora fora, Charlie chega ofegante depois de ter corrido do estacionamento até o quarto. Ele sempre anda correndo e ansioso quando o assunto é sua família. Sempre com pressa, sempre preocupado. Charlie é esse tipo de pessoa, esse tipo de pai. Aquele tipo atencioso, mas distante. Preocupado, mas reservado.
Nesse ponto, Charlie se parece muito com Bella e Elisa. Os três vivem nos seus mundinhos solitários, e gostam disso.
_ Ela deu algum sinal de consciência? - Pergunta para "a garota dos vampiros", como disse Emily uma vez.
_ Não. Nada ainda. - Nega cabisbaixa.
Seu pai suspira derrotado e se aproxima de Bella, logo colocando sua mão direita sobre seu cabelo, alisando o couro cabeludo da filha. De início, Bella fica surpresa, afinal eles nunca foram de trocar carinhos físicos assim. Porém, ela começa a gostar daquilo; contato físico de carinho é um ótimo conforto em tempos difíceis, e todos eles precisam disso.
Alguns minutos depois, chega uma enfermeira baixinha e simpática que pede para um dos familiares se retirar e ficar apenas um. O pedido até demorou, pois o horário de visita tinha acabado muito tempo atrás.
Era noite, quase todos já estavam dormindo profundamente. E, mesmo sendo noite, alguém estava acordando.
Quando o pequeno relógio da parede do quarto branco do hospital marcou 12:45, os dedos da jovem Elisabel começam a se mexer sutilmente. Posteriormente, as mãos e os pés. E, depois de muito se esforçar e insistir, a garota finalmente consegue abrir seus olhos escuros e brilhantes.
À luz do luar, confusa e perdida, Elisa consegue levantar-se da cama, mas como da outra vez, mal consegue se manter sentada. Após se levantar e cair sentada na cama, a moça resolve chamar por ajuda.
_ Olá. - Sua força sai rouca e áspera. Sua garganta arranha por causa da falta de água ali. Tossindo por causa do grande incômodo causado pela sede, ela tanta chamar alguém de novo. - Olá!? Tem alguém aí? - Consegue falar algumas palavras e tosse várias vezes sem parar.
O desespero toma conta da menina, o pânico. "Onde está todo mundo?", "O que está acontecendo?", "Alguém apareça", "Por que estou sozinha aqui?", "Estou com medo." são pensamentos que permeiam a mente da recém acordada.
Seus olhos se enchem d'água e ela ouve passos. Passos apressados. Passos direcionados para onde ela está. Sem saber o que fazer e o que esperar por essa pessoa que se aproxima, Elisabel se encolhe na cama, em uma tentativa obviamente frustrada de se esconder.
_ Moça!? - Uma voz doce e calma chama, se aproximando devagar para não assustá-la. - Eu vou acender a luz. Tudo bem?
Quando a jovem concorda um pouco indecisa, a mulher baixa e com um sorriso caloroso vai até o interruptor e acende a luz, que inicialmente incomoda os olhos de Elisa.
_ Pronto! Eu sou enfermeira. Sua irmã tinha ficado aqui, mas foi comer algo lá embaixo quase agora. Meu nome é Marie. Eu já sei o seu nome, mas tenho que ouvir você dizer para ver se você se lembra. - Fala a mulher de cabelos pretos com alguns fios brancos. - Então... Qual é o seu nome, querida?
A garota abre a boca, mas feche rapidamente quando o nome não vem à sua mente. Ela fecha os olhos, apertando-os ferozmente. Elisa coloca ambas as mãos na cabeça, sentindo uma dor aguda.
_ Querida, está tudo bem? - A enfermeira se aproxima aflita.
A moça levanta a cabeça com os olhos arregalados e encara a mulher que está com uma expressão preocupada e incrivelmente gentil.
_ Eu não me lembro. - Sussurra com a voz entrecortada. - Eu não sei meu nome.
Obrigada por ler até aqui 😍❤
Até o próximo, Biscoito!
Sonhe comigo 😂😘
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SÃO MUNDOS DIFERENTES ||Embry Call||
Fiksi PenggemarO que você faria se entrasse dentro de um livro? E ainda de quebra você encontrasse o amor da sua vida? Foi isso o que aconteceu com Elisabel Duarte Marques. Ela simplesmente acordou dentro de Crepúsculo como a irmã da protagonista e com um novo no...