Capitulo 9 - Alev Alev

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SANEM
Na primeira vez que fiz amor com Can foi maravilhoso! Ele foi tão paciente e amoroso comigo, fazendo com que eu me sentisse não só desejada, mas muito amada.
Nós tínhamos passado quase três meses separados, após ele descobrir sobre minhas mentiras e falcatruas com Emre, porém como trabalhávamos juntos, nos víamos todos os dias, o que favoreceu a reaproximação.
Eu desenvolvi o melhor slogan para a campanha da Compass Sports e passei a trabalhar diretamente com ele. Can disse que não podia confiar em mim como namorada, mas que queria que fossemos amigos, porque eu era muito importante para ele e eu aceitei, pois eu não conseguia ficar longe. Nem preciso dizer, que vivíamos juntos para cima e para baixo, no desenvolvimento da campanha, almoços, jantares, piqueniques, entardeceres na orla, aulas de moto, etc.
Na festa da Compass ele disse que me queria como namorada, não só como amiga.
No dia seguinte, passamos a tarde na casa dele e foi uma delícia! Cozinhamos juntos, comemos, conversamos, assistimos um filme e nos curtimos muito. Contei que ele era meu primeiro namorado e ele esboçou um sorriso maroto, satisfeito e incrédulo.🤔 Como o amor verdadeiro acontece só uma vez na vida, ele concluiu que ele era meu primeiro amor, assim como eu era o dele! E completou... que quando duas pessoas se amam, podem passar dias no mesmo sofá ou na mesma cama, sem se importar com o que está acontecendo no mundo, desde que estejam juntos.
Estávamos assistindo a um filme, comendo pipoca, embaixo das cobertas, quando começamos a trocar olhares, carícias e beijos e as coisas começaram a esquentar... De repente, ele se afastou e sugeriu para irmos mais devagar, que ele esperaria meu tempo... Eu coloquei o indicador nos seus lábios, para silencia-lo e o beijei a seguir.
S: Can, eu quero... - olhando nos seus olhos.
- Sempre me senti atraída por Can, mas fiquei muito impressionada com o desejo que aflorou em mim, quando o vi sair do banho, só com uma toalha na cintura, no dia em que dormi na casa dele, após ficarmos presos no elevador da agencia. Eu o amava e não queria mais esperar...
Diante da minha iniciativa, continuamos a nos beijar, ele me tomou em seus braços de forma que eu ficasse com as pernas entrelaçadas ao redor da sua cintura e me levou até seu quarto, sem tirar seus olhos dos meus, como se precisasse da minha aprovação... Ele me colocou em sua cama, foi beijando meu rosto, pescoço, peitos, barriga... sempre observando meu rosto e minhas reações...
Eu acariciei sua barba, distribuindo beijos pelo seu rosto, pescoço, tórax...
Fomos tirando nossas roupas, até estarmos completamente nus... o contato da pele dele com meu corpo, causou um frisson, suficiente para entrarmos em combustão! Entre beijos e carícias, ele me penetrou com cuidado, aumentando seu ritmo até chegarmos ao ápice! Quando estávamos ambos satisfeitas e nos braços um do outro, ele acariciou meus cabelos e disse:
C: Foi minha primeira vez também, Sanem. A primeira vez que fiz amor... Eu te amo.- Eu sorri. Impossível não ficar insegura diante de um homem experiente, que provavelmente conheceu várias mulheres, mas era o meu Can, meu doce Can, que fez com que eu me sentisse a única. As coisas fluíram com tanta intensidade, naturalidade e amor, que em momento algum senti qualquer desconforto, apenas a vontade de estar com ele... para sempre!
Quando lembro de nós, vejo o quanto éramos bons juntos, tamanha sintonia e cumplicidade, que tínhamos... era como se tivéssemos nascido para sermos um do outro...
Nas vezes em que brigamos e nos separamos, foi difícil conviver com a distância e a separação do corpo e da alma, ansiávamos por estar juntos, sentindo o cheiro, o calor, a respiração, a cumplicidade, a fusão... como se não pudéssemos tirar os olhos ou as mãos um do outro... Muitas vezes, quando estávamos na cabana, ficávamos nos olhando, beijando, acarinhando, dançando por horas... De repente, Can me levantava pelos quadris, para que eu entrelaçasse as pernas em sua cintura, enquanto ele me carregava para cama, sem qualquer dificuldade... Quando fecho os olhos, parece que ainda posso senti-lo... É tão difícil estar separada dele, mas sem vê-lo por tanto tempo, é algo que eu jamais esperei ou superei... Sinto minha alma conectada a dele.
No escuro do meu quarto me dou conta de que faz seis meses, que Can se foi, minha barriga está gigante... estou esperando meus filhos nascerem, por esses dias! Eles são muito amados e do único homem a quem amei...

Naquele dia eu acordei, após mais uma noite mal dormida, já que não tinha posição, que me deixasse confortável, estava olhando para o teto, quando senti um aperto na parte baixa da meu ventre. Levantei para ir ao banheiro e senti um líquido escorrer, por minhas pernas... Era a bolsa, a bolsa estourou... mandei mensagem para Mihriban e rapidamente ela chegou em minha casa. Pegamos as coisas e fomos para a maternidade, enquanto eu falava com meu médico pelo caminho. Chegando lá, ele me examinou e, como eu estava com 8 dedos de dilatação, pediu a enfermeira que me preparasse e levasse para a sala de parto... Orion nasceu primeiro e Artemis depois, nem preciso dizer a emoção, que tomou conta de mim, quando o médico os colocou sobre o meu peito...
Quando voltei para o quarto, minha família toda estava lá, além de meus amigos Muzzo, Ceycey, Deniz e Boulut... Olhei nos olhos de Emre e notei algo, além da emoção... quando todos foram ver os bebês no berçário, fiquei sozinha com ele e Leyla, e ele me disse, preocupado:
E: Sanem, tem certeza que não quer, que eu tente localizar o Can? Se eu estou emocionado, imagino ele, quando souber que é pai... - antes que ele completasse, eu o interrompi.
S: Tenho! - disse definitiva.
Ele e Leyla se olharam, ela apertou a mão dele em sinal de apoio e não tocaram mais no assunto.

Cerca de 3 meses depois, estava no jardim com as crianças, quando Yigit apareceu sem avisar...
Y: Quem são essas crianças, Sanem? - parecendo desconfiado.
S: São filhos de uma moça da aldeia, ela está de plantão e eu estou ajudando Mihriban. Por que? - ele pareceu acreditar.
Y: Por nada... apenas estranhei!
S: E o que você veio fazer aqui, sem avisar? - questionei.
Y: Eu... vim, pois precisamos fazer a divulgação do livro e eu queria te ver...
Olhando nos meus olhos.
S: O que você está pensando? - desconversei. Quando ele age assim, penso que Can tinha razão...
Y: Temos alguns convites para sessões de leitura e autógrafos, inclusive no exterior. O que acha?
S: Eu... eu não quero ir muito longe... não me sinto confortável de me afastar daqui, por enquanto.
Y: Podemos começar com cidades mais próximas... onde podemos ir e voltar no mesmo dia. - conjecturou.
S: Veja os convites e me diga, vou estudar...- disse evasiva.
Inicialmente, enrolei Yigit e estive em locais mais próximos, pois não queria me ausentar por muitas horas, por causa das crianças. Quando eles completaram 6 meses, como já estavam comendo papinha, não mais em aleitamento exclusivo, aceitei participar de uma sessão de leitura e autógrafos em Antalya. Deixei as crianças com Deniz e Mihriban, sendo que mamãe viria mais tarde, e fomos num vôo no início da manhã.
O livro é sobre minha história com Can, então li um trecho onde relatei sobre um jantar com Fabbri, quando eu e Can contamos, como supostamente havíamos nos conhecido... Can contou que nos conhecemos num cinema em Paris, quando ambos aguardávamos na fila, para adquirirmos os ingressos da sessão e ele se viu inebriado pelo meu perfume. A cena passou como um filme em minha cabeça, me invadindo de lembranças e emoções, que deixaram a minha voz embargada e eu perdida em meus sentimentos. Yigit pigarreou trazendo-me de volta a realidade, respirei fundo, respondi as perguntas e autografei os livros. Fiquei surpresa com o grande número de pessoas presentes e com as perguntas, que demonstravam conhecimento do livro.
Saindo dali, caminhamos pelas ruas do centro velho e pedi a Yigit para ficar sozinha. A contragosto, ele sugeriu que nos encontrássemos no aeroporto em 5 horas. Caminhei pelas ruas, olhando as lojinhas e comprando alguns souvenires, quando começou a chover e eu entrei num velho cinema, para assistir um filme antigo "Kötü Kral" ou Rei Mal... Comprei o ingresso e entrei na sala vazia, ri, chorei... Normalmente, eu sou muito emotiva e choro até com bandinha de supermercado...😅 Juntando a história do filme, meu contexto de vida e o momento na livraria, tudo ficou maximizado!
Quase no final do filme, me dei conta de sua presença, eu travei e, quando consegui olhar para trás vi sua sombra... Sim! Eu tenho certeza, era Can... mas, por que saiu antes do término da sessão, por que não falou comigo? O que ele fazia aqui?
Saindo de lá, sentei-me em um café próximo e liguei para Deniz, para saber das crianças e desabafar...
Eu estava muito abalada e contei a ela toda a situação, ela ficou preocupada e perguntou se eu estava sozinha, expliquei que encontraria Yigit no aeroporto mais tarde.
Contei sobre os sonhos que venho tendo com o Can e três crianças, duas meninas e um menino, onde estamos na praia os cinco muito felizes, construindo castelos de areia. Ela escuta pacientemente e questiona, se eu tenho certeza de tê-lo visto ou foi apenas ilusão, mas eu digo que tenho certeza.
Cheguei na fazenda por volta das 20 horas e, o simples fato de ter meus filhos nos braços, já me trouxe uma certa paz, diante do maremoto que havia sido meu dia.
Ceycey e Muzo queriam falar comigo e me aguardavam ansiosos. Eles queriam que eu fosse sócia deles na compra das ações da Fikri Harika, agência da família de Can, que havia sido fechada. Inicialmente resisti, mas mediante tanta insistência aceitei, mas deixei claro que eu não trabalharia com eles.

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