Capitulo 51 - Um dia de cada vez...

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SANEM
Conseguimos voltar para o prédio da agência, o local não havia sido vendido e estava com os móveis e as estações de trabalho preservados, o que foi bastante favorável para os nossos objetivos! Foi preciso comprar algumas coisas, como computadores e impressoras, mas o investimento não foi nada, comparado a saúde de Can!
Além disso, eu e Can somos sócios na agência, com grande parte das ações e, portanto temos todo o interesse no seu sucesso.
Assim que Can chegou pensei "Tudo na aparência dele, continua perfeito e no lugar, só falta eu reconhecer o meu Can no seu olhar! Têm sido muito difícil conviver com sua indiferença."

Leyla percebendo o olhar de tristeza e a ansiedade de Sanem, foi conversar com ela.
L: Sanem, procura ver pelo lado dele. Eu acho que ele não sabe, como agir com você. Imagina você não lembrar de nada e descobrir, que tem 2 filhos e mora junto, com alguém desconhecido... - conjecturou.
S: Não moramos mais! - Leyla ficou surpresa - Ele preferiu morar na casa de Aziz... - baixou os olhos com tristeza.
L: Mas, nós levamos ele até lá!? - ela continuou. - E como ele está com as crianças?
S: Ele me ajuda, brinca com eles, mas ele parece sem brilho, mais rígido... Não sei te explicar...
L: Ainda acho, que ele não está sabendo como lidar com você... Pensa nisso!
Durante o dia, eles tiveram alguns embates, por divergências de opinião, ou pela postura fria de Can... Ela pensou: "O Rei Mal está de volta..."
No entanto, refletindo sobre o que Leyla disse, ela resolveu ter mais empatia, ser mais paciente e mudar o visual, como há 2 anos atrás.

No final do dia, quando chegaram em casa, ela decidiu presenteá-lo com seu livro. Afinal, era a história deles...
S: Como foi seu primeiro dia de trabalho? - ele sorriu ironicamente.
C: Acho que os pontos altos do meu dia, foram os embates você... - ela sorriu, enquanto ele percorreu os olhos, por todo o corpo dela e a encarou sério... - conta mais sobre nós?! - ela esboçou um sorriso.
S: Nós éramos muito bons... todos gostavam e torciam por nós... tanto que eu escrevi um livro, que se tornou um best seller. - ela estendeu a mão entregando o livro - Esse livro é sobre o meu amor, sobre nós, sobre você... E Você é o meu único amor! - ele ficou olhando para ela, sem saber o que dizer, porém com um olhar mais complacente... Ela olhou nos olhos dele, sorriu e foi embora segurando o choro!

Quando voltou para casa, Deniz estava com as malas prontas para partir. Ela estava indo para casa dos pais, que tiveram uma briga muito feia e, parece que dessa vez iriam se separar...
S: Você vai mesmo? - com pesar.
D: Sim! Eu preciso ver como estão as coisas por lá! Mas... principalmente, me distanciar de Muzzo... Ele me confunde com suas atitudes... Uma hora é gentil e atencioso, outras sarcástico e agressivo. Eu não quero uma relação como a dos meus pais! - refletiu.
S: Eu conversei muito com ele sobre vocês, mas o problema é o medo, que ele tem de se machucar novamente!
D: O que tiver de ser, será! - suspirou...
S: Como vou fazer sem você, nesse momento tão difícil, que o amor da minha vida me esqueceu?!
D: Anote tudo e me envie, diariamente ... vamos conversando! - orientou.
S: Está bem, querida! Sentiremos sua falta. - abraçando-a. Volte logo?!
D: Eu também! Ainda não sei como farei sem os meus bebês... - Sanem sorriu e elas se abraçaram...

Mevkibe fez um chá, que aprendeu com uma curandeira, para tentar restaurar a memória de Can, mas ele não bebeu, mesmo após várias tentativas! Então, ela o convidou para jantar.
Inicialmente, ele não queria aceitar, mas Sanem o convenceu, explicando que ele adorava a comida da mãe dela.
A escolha do cardápio, foi baseada em ingredientes recomendáveis para perda de memória, sendo a maioria frutos do mar. Porém, aconteceram algumas confusões, por conta das tentativas de que ele tomasse o tal chá, com situações hilárias...

Quando chegaram na fazenda, foram buscar as crianças na casa de Mihriban e, após colocá-las na cama, Sanem ofereceu um chá para Can! Algo que ela fazia para ele, com frequência, e ele adorava.
C: Sanem, que confusão foi aquela?! - riu.
S: Acho que fomos longe demais, na tentativa de restaurar sua memória. Perdão?!
C: Tudo bem! Eu me diverti muito. Fique tranquila... - disse condescendente. Ela sorriu e serviu o chá.
S: Você leu o livro? - perguntou casualmente...
C: Eu não sei como pude esquecer disso! Seu chá é perfeito. - Elogiou e, diante da visível expectativa de resposta à pergunta, por parte dela, continuou - Eu parei de ler o livro... estava me sentindo muito injusto...
S: Eu acho, que você deveria continuar, talvez seja uma excelente forma de relembrar algumas coisas... E você não perdeu a memória propositalmente.
C: Talvez...
S: Amanhã você tem a consulta com o Dr Omer, quem sabe ele não nos dá mais algumas dicas e possibilidades?! - ele assentiu.
C: Muito obrigada pela sua disponibilidade! - assim que terminou o chá, ele se despediu e saiu...

CAN
Eu entendo a tentativa dos pais de Sanem, que loucura... Mas, até que foi divertido, no final!
Sanem tem se esforçado muito pela minha recuperação, se mantendo sempre próxima e solicita, mas sem me forçar a nada. Sem falar de toda a sua disponibilidade e investimento em retomar a agência, como era há 2 anos atrás. Ela é um pouco atrapalhada e doidinha, mas uma mãe maravilhosa para nossos filhos.
Amanhã tenho retorno no médico e ela faz questão de ir comigo... Acho que não é por acaso, que todos dizem que eu era apaixonado por ela... Ela cuida muito de mim e eu gosto disso...

No dia seguinte, Dr Omer fez algumas perguntas e sugestões. Eu e Sanem escutamos atentamente...
O: Procure ver fotos, reconstituir momentos de forma leve, sem pressão. Vá aos lugares, que costumava ir... Daqui para frente, será um dia de cada vez...

Saímos da consulta e estávamos indo para a agência, quando ela pediu que eu parasse na orla, pois precisava respirar...
S: Você se lembra daqui? - questionou.
C: Sim! - descrevi o lugar é nomeei algumas coisas, mostrando meu reconhecimento...
Ela torceu o nariz, começou me provocar e acabamos discutindo... Fomos um para cada lado e eu tive um deja vu - Vi uma cena semelhante, passar na minha mente, por uma fração de segundos...
Então, a chamei de volta e ela veio até mim super animada e cheia de expectativas...
S: Você lembrou de algo? - esperançosa.
C: Não... Vamos embora!? - ela ficou tão frustrada... Odeio vê-la assim, ela é tão doce, mas não posso estimular falsas esperanças.
S: Vamos! - não falamos mais nada até chegarmos na agência!

Quando o amor é mais forte...Onde histórias criam vida. Descubra agora