*Bônus Mike*

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Depois que deixei Dylan em casa, liguei para Amy. Por mais que eu tenha ficado puto com ela hoje cedo, decidi esquecer isso, pois precisava conversar. Quando Dylan me falou por telefone o que tinha acontecido, a cena do meu passado ressuscitou na mesma hora.

- Alô. - ela atende com uma voz sonolenta.

- Já estava dormindo?

- Sim. Aconteceu alguma coisa?

- Você não ia sair com sua amiga?

- Quando acaba, ela não foi. Talvez você tenha razão, ela só liga pra mim quando convém.

O motivo de eu ter ficado com raiva foi exatamente esse. Essa "amiga" dela nunca lhe deu valor, e sempre deixou isso bem claro, e hoje iríamos sair, mas a mesma desmarcou comigo para ir se encontrar com essa mulher.

- É a vida... vivendo e aprendendo.

- Você não vai jogar na minha cara que estava certo? - respiro fundo.

- Sério que você está me perguntando isso? Convivemos juntos mais de um ano e é perceptível que você não me conhece. Eu nunca joguei nada na sua cara, e não vai ser hoje que isso vai ocorrer, eu odeio isso.

- Você tem razão, me desculpa, eu não deveria ter falado isso. - permaneço quieto. - Mike?!

- Tudo bem... eu não te liguei para isso, na verdade, eu queria saber se você quer ir lá para casa, e se não quiser, quero saber se eu posso passar aí, estou precisando conversar.

- Vou acordar minha mãe e avisa-lá que vou ir para aí então.

- Tá, daqui a pouco estou chegando aí, estou em frente a casa do Dylan.

- Ok, quando chegar, me liga, vou arrumar as minhas coisas. Te amo.

- Também te amo.

Minutos depois chego em frente a casa dela e ligo para a mesma.

- Já estou indo.

- Estou com o carro do outro lado da rua, já tem carro estacionado na calçada a sua casa.

- Tá bom, beijos.

-Beijos.

Decido sair do carro e ir para o portão, pelo fato de ter um grupo de homens na esquina que fica na mesma calçada da casa dela.

- Oi. - digo assim que ela abre o portão e ela da um pulo.

- Que susto.

- Desculpa, não queria te assustar.

- Aconteceu algo ruim né? Normalmente você riria da situação. - ela me observa. - É aquele negócio que você me contou sobre seu pai? - afirmo com a cabeça e ela me abraça.

Na época da minha adolescência eu sempre fui muito explosivo, eu e meu pai vivíamos brigando, por tudo e por nada. Desde que eu me conheço por gente, meus pais nunca tiveram um relacionamento saudável, sempre ouvia e via meu pai gritando com minha mãe e sempre a xingava de tudo quanto é nome, quando eu fui pegando mais idade, comecei a me impor, na verdade, isso não adiantou muito, só piorou o clima dentro de casa, mas eu apenas não aguentava mais eles dois discutindo todos os dias.

No dia 19 de junho de 2008 fomos passar o final de semana no sítio do meu avô por parte de mãe. Eu não queria que meu pai fosse, mas ninguém de fora sabia o que vivíamos em casa, então meu avô também lhe chamou. O final de semana foi incrível, sem nenhuma briga, nem desentendimentos, nem nada do tipo, nem parecíamos as mesmas pessoas, na verdade, passei esses dias sem nem olhar para a cara do mesmo. Quando estávamos na estrada voltando para casa, tudo começou novamente.

O Professor - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora