Capítulo 20

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24 de agosto

*Dylan narrando*

Dia 9 foi aniversário da Emily e eu nem pude estar ao lado dela, sei que a culpa foi minha, e isso fez eu me sentir péssimo, por não poder mudar o que eu fiz. Ontem Rose completou seus dois meses de vida e hoje eu que ganhei o presente, não poderia estar mais feliz, finalmente volto para casa hoje e dessa vez para ficar. Ontem o diretor me chamou e avisou que ele conseguiu contratar uma professora e agora eu estou livre dessa cidade. Depois do último turno fui sair com o pessoal para me despedir, para ser sincero irei sentir a falta deles, mas nada se compara com a felicidade de poder voltar para casa. Não avisei nada para ninguém, quero que seja uma surpresa. O avião pousou às 10hrs da manhã, e nesse exato momento estou no táxi indo para a universidade resolver as coisas com o Dionísio. A primeira coisa que irei pedir vai fazer a licença paternidade, sei que cinco dias em casa não é nada, porém eu fiquei esse tempo todo longe da minha família, é o mínimo que eu mereço e que eu tenho direito. Depois de resolver tudo o que eu tinha para resolver, vou para casa.

Levo menos de 30min para chegar, até que o trânsito está bom. Meu coração chega está batendo mais forte, nem estou acreditando que eu voltei para valer. Abro a porta de casa e não vejo ninguém, está tudo em silêncio. Não acredito que Emily está dormindo até agora. Subo as escadas e não tem ninguém no quarto.

- Amor?! - digo e tudo ainda permanece em silêncio.

Pego meu celular, mando uma mensagem para ela e a mensagem nem chega. Tento ligar mas da fora de área, ligo para Anne e chama várias e várias vezes, quando penso em desligar, ela atende.

- Oi Dylan.

- Fala, cabeção. Emily está aí? - ela suspira.

- Ela não te contou? - ando de um lado para o outro já pensando em várias coisas que podem ter acontecido.

- Me contou o quê? Não! O que aconteceu? - saio atropelando as palavras.

- O pai dela infartou nessa madrugada. - me sento na cama e sinto um aperto enorme no peito.

- Ele está bem, Anne? - pergunto querendo acreditar no melhor.

- Ai que situação difícil... - ela diz e já sei que a resposta é outra, diferente da que eu esperava. - Ele faleceu, Dylan. Emily foi cedo para lá, pediu Patrick para levá-la, acho que deixou Rose com seu pai. - fico em silêncio tentando assimilar as coisas. - Dylan?!

- Oi, eu vou tomar um banho e vou pra lá, obrigado.

- Quando chegar me deixa por dentro das coisas, se puder.

- Pode deixar. - digo. - Tchau.

- Tchau. - encerro a chamada.

Fico alguns minutos parado, sem reação. Isso foi a coisa mais repentina que aconteceu na minha vida. Que eu saiba, ele não tinha nenhum problema de saúde, nem nada do tipo e agora isso aconteceu, do nada.

Minha mãe quando ficou doente, por mais que eu não quisesse, eu sabia que tinha a possibilidade dela partir, mas agora quando acontece com uma pessoa que não tem doença nenhuma, a dor deve ser sem dúvidas, pior ainda de superar.

Me levanto, tomo um banho, me arrumo e pego uma fruta para ir comendo pelo caminho. Decido passar na casa do meu pai primeiro, pois sei que depois que voltarmos para casa, Emily não vai querer ir para lugar nenhum e eu não vou deixá-la sozinha. Então vou aproveitar para vê-lo hoje, nem que eu fiquei uns cinco minutos lá, só para ver se ele estar bem e também, ver Rose. Tento distrair a minha cabeça enquanto dirijo, mas é em vão, não consigo esquecer nem por um segundo.

O Professor - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora