Confissões de uma assassina

Encontros

Minha vontade é colocar Jake em modo repouso. Ele é o tipo de homem que não consigo lidar muito bem. Gosta de mulheres tímidas e submissas, e eu sou uma visionária que cresceu independente. Não vou fingir ser quem não sou. Eu sou taramela.

                                              Olivia Grace

A morte de Olivia aconteceu sete quilômetros do centro de Winchester, na estrada Woods Mill, em Jordan Springs. A propriedade recebeu o nome de uma plantação de fontes naturais de enxofre desenvolvida pela família Jordan. Antigamente, muitas pessoas acreditavam que as fontes possuíam poderes curativos, depois Jordan Springs foi comprada por fazendeiros e empresários que fizeram centros de conferências. Mesmo após tantos anos, o misticismo permaneceu no lugar. Por ser remoto e não incorporado ao governo, nem a polícia tinha muito acesso ali. As ruas pareciam mais silenciosas do que de costume. O ar cheirava a morte e contaminava as outras cidades. Em Winchester, muitas garotas eram chamadas pelos homens em Starbucks. Eles acendiam seus cigarros quando notavam as presenças delas, perguntavam se estavam com sede, depois ofereciam algo para beber.

— Srta. Jones, você foi cúmplice de quantos assassinatos? — Perguntei.

— Como vou saber? Foram tantos — respondeu Vanessa, friamente. — Elsa, Stacy, Kimberly, Alice, Olivia, Rebecca...

Gritos foram escutados nos corredores. Depois, um grande silêncio tomou conta da penitenciária. A luz penetrou na janela. A assassina olhou para fora e então percebeu que aquele poderia ser o seu último pôr do sol.

— Acho que se esqueceu de uma... Laura Maddison.

— Agente Norman, não me pressione! — Vanessa se irritou. — O princípe não quer que eu fale sobre ela! Você já tem o que precisa para finalizar o relatório!

— Isso faz parte da sua cura — respondi

— Não! A garota é intocável!

— Tudo bem. Esqueça Laura, por enquanto. Vamos para Winchester. Quero que me conte como foi a morte da garçonete.

Olivia Grace nasceu em Charllote, na cidade de Keysville. Após concluir o ensino médio, mudou-se com a família para Portsmouth. Ela sonhava em ser gestora portuária e ingressou em um curso de logística, assim que conseguiu o emprego de garçonete. Metade do seu salário era para pagar a faculdade, e a outra metade para pagar as despesas do aluguel do pequeno apartamento em Doff. A rotina parecia melancólica, cansativa e mentalmente difícil, mas ela conseguiu manter o bom humor que conquistou os funcionários do restaurante Gales.

Eu fui embora sem corresponder seus desejos. Talvez nunca corresponderia, se não fosse Vanessa. Ela me fez acreditar que homens bons mandam flores e sempre compram chocolates para suas namoradas. Penso se não estou sendo muito rigorosa. Sei que devo arrumar um tempo livre para me divertir de vez em quando. Sinceramente, estou confusa. Querendo ou não, é um ato de desapego, o último ato de desapego antes de tentar ser feliz de novo. A última coragem tomando forma em minha voz.

                                             Olivia Grace

— Conte como foi o primeiro encontro entre Adam e Olivia — pedi.

— Adam? — Vanessa revirou os olhos, dando a entender que o nome era desconhecido

— Adam, Jake... seja quem for Quinn Solo.