Planos

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Mesmo o código de Quinn Solo sendo um blefe, decidimos usá-lo ao nosso favor. Christian contactou o governador de Virgínia, que abriu as fronteiras do Estado. Os editores dos jornais de Portsmouth noticiaram tudo com o mesmo sensacionalismo de sempre. Porém, nós omitimos a inocência de Max, com a recompensa de libertá-lo antes da quarta-feira. A ideia era que Adam soubesse que as fronteiras estavam abertas, mas que pensasse erroneamente que Max continuava preso.

O dia amanheceu bonito hoje. Depois de tanta tempestade, a neve finalmente se foi e o trânsito começou a andar. Os trabalhos também voltaram, desde a abertura das lojas até a fiscalização das rodovias.

— Capitão, já estou no apartamento de Adam — eu disse. — Sei que a delegacia de Rox esconde segredos, mas preciso que seja específico.

— Tudo pronto, agente Norman — respondeu Johnny. — A notícia será divulgada em algumas horas. Pode prosseguir.

— Certo.

— Estamos de olho no cuteleiro — disse ele.

— Tudo bem. As investigações estão encerradas — desliguei o telefone.

O agente William passou metade da terça-feira interrogando Yuri Kruter, o dono da cutelaria Rubb. Yuri era um comerciante simples, tinha uma esposa e duas lindas filhas. Sem ligação direta com Adam, mas vendeu um número considerável de cutelo para ele no período que o investigamos.

Na última semana antes da operação acontecer, Adam e eu trocamos muitas mensagens. Muito mais do que de costume. Ele me ligou duas vezes perguntando se eu iria a Lamnper. Eu confirmei, pois sabia que precisava estarmos perto para que o plano acontecesse. No dia 17, fui até seu apartamento e passamos a manhã juntos. Decidi que iríamos na minha picape, em vez de seu Sedan. Justifiquei a escolha dizendo que Collie sentia-se melhor em lugares maiores, mas ir no meu próprio carro me dava mais segurança.

Às 13:20, Johnny furtivamente direcionou os policiais até o perímetro combinado. Nossos agentes deram cobertura em frente ao porto, para impedir que o assassino fugisse pelo mar. Quanto ao inspetor Nortgen, ele não estava envolvido com Paul Riggs e cooperou conosco.

— Jacqueline, você está pronta? — Perguntou Adam.

— Sim. Só preciso ver o que vou levar. Estou pensando em repelentes, perfumes e alguns sabonetes.

— Ótimo. Partiremos às 15:30. Estou ansioso. Os meus pais vão adorar conhecê-la.

— Eles vão estar lá?

— Acredite, dessa vez vão!

Adam tentou fazer panquecas para almoçarmos, mas que ficaram fora do ponto. O problema não foi esse. Ele acabou escorregando no tapete da cozinha e batendo a cabeça no fogão. A panela subiu e desceu e as panquecas caíram em mim. Para piorar, tive algumas queimaduras no queixo e parte dos cabelos sujos com ovos mal fritos.

— Eu sou horrível! — vi Adam esfregando a testa, numa tentativa de estancar a dor.

— Ah, nem foi tão ruim assim! — quase perdi o fio da meada.

— Desculpe, Jacqueline.

— Está tudo bem. Vou trocar de roupa.

Se houvesse uma chance, talvez eu jogasse os restos de comida nele, mas a personalidade de Jacqueline era doce e gentil e jamais faria isso. Ela aceitou as desculpas e até trouxe gelo para colocar em cima de sua sobrancelha graúda.

Confissões de uma assassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora