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12 de agosto de 2013, Portsmouth.
Virgínia —, 13⁰ reunião envolvendo o caso Quinn Solo.

— Podemos falar sobre o código que Quinn Solo nos enviou — Christian abriu a reunião. — Temos muitas conversas hoje. Alguém gostaria de começar?

— Eu quero pedir desculpas, em nome da equipe. — Sarah levantou a mão. — Não percebi que havia anexado o relatório no e-mail do inspetor Nortgen. Eu sei o quanto nós trabalhamos duro para fazer isso acontecer.

— Foi um erro e erros podem ser consertados — William defendeu a amiga. — Qualquer um entregaria o rapaz naquelas condições.

— De qualquer forma, precisamos assumir nossas responsabilidades — disse o agente Victor.  — Max Curie não pode continuar preso.

Ainda que Vanessa me mostrasse fatos apontando positivamente para a comprovação de seus dons paranormais, eu relutei em acreditar. Quando os pensamentos intrusivos surgiam, o meu lado racional duvidava e buscava saídas científicas para as premonições dela. Saber a placa do Jetta que o Sr. Riggs dirigia no momento em que atropelou Leise, ter acesso ao meu sonho mais melancólico e fazer deduções corretas da morte de Poliana Middleton poderiam ser casos isolados.

Desde que terminei o interrogátorio na penintenciária, minha mente trabalhou o tempo inteiro com heurísticas, encontrando respostas simples para enfraquecer o sobrenatural. E por mais difícil que fosse para Vanessa acertar tantos depoimentos sem contato com o mundo exterior, eu insisti na aleatoriedade, ou em qualquer ajuda que não fosse de uma entidade éterea. Porém, com o passar das noites, mudei de opinião. Presumi que seria muito mais fácil para a assassina caminhar de Porstmouth até Suffolk, sem ver e sem cair nenhuma vez.

Reli o grimório e grafei um e-mail ao meus superiores, afirmando que, caso eu morresse durante a operação, talvez o sobrenatural pudesse mesmo interferir nas investigações, favorecendo Quinn Solo e nos prejudicando sistematicamente. Entretanto, o meu maior medo continuava sendo a morte de outras pessoas, não a minha. Negar a última frase da srta. Jones não teve efeito psicológico reverso, e aceitá-la me deixou emotiva. A morte de Sophia ainda era recente e o luto não estava totalmente superado. Apesar de os sonhos terem diminuído, eu ainda pensava na minha irmã. Perder outra pessoa importante não estava em meus planos.

— Ellis, você tem alguma coisa importante para nos dizer? — Perguntou o diretor Christian.

— Adam já sabe da prisão de Max — afirmei.

— Tem certeza? — Victor teve dúvidas.

— Tenho. Nós dois estivemos juntos ontem. Se mantermos posição e fizermos com que ele acredite que a polícia pensa que Max é o assassino, sua guarda ficará aberta. Isso pode nos favorecer.

A ascensão de assassinos em série circulando cidades e matando pessoas em todo mundo se deu nos anos 1980 e diminuiu consideravelmente até 2010. É possível afirmar que os serial killers estão em declínio devido ao encarceramento em massa e a evolução de técnicas investigativas. Além do mais, a globalização e o avanço da ciência forense ajudou na captura de futuros agressores, antes que eles pratiquem massacres brutais. Infelizmente, apesar da redução drástica, muitos como Quinn Solo ainda estão fora do banco de dados, o que torna difícil reconhecê-los com precisão.

— Antes de avançarmos, todos concordam que Adam Fredie Penrose é o assassino? — Perguntou a comandante Ágatha.

— Com certeza — afirmou William.

Confissões de uma assassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora