Goodman [BL]

Capítulo 37

Assuntos inacabados

A conversa esclarecedora entre Dylan e Jade realmente foi uma luz para muitas questões. Não só para o mistério da origem do pequeno Patrick, como também  para a perseguição que os Goodmans estavam enfrentando. Mas agora, graças a isso, outros problemas que pareciam ainda mais preocupantes se manifestaram. Se o motivo da aproximação de Jade era somente o filho, então ela não tinha envolvimento nenhum com os homens que vigiavam o Cafofo durante a noite. Isso significava que ainda existia um outro alguém que conseguiu o endereço secreto, e agora havia um total de zero pistas. 

A peça teatral produzida pelos Goodmans foi um sucesso. Naquela noite, não existia outro assunto mais comentado, senão o ataque surpresa dos gângsters miseráveis. Os membros chegaram animados da boate e até comemoraram com uma boa taça de vinho. Mas depois, foram para as cervejas, porque a essência de rico e chique não era para todos  

Também não haviam vigias na noite, o que levou Lucca a pensar que seu plano tinha sido um sucesso. Pelo menos, temporariamente. 

…

No dia seguinte, Dylan resolveu ocupar sua cabeça no tempo livre com o piano. Ele realmente não sabia o que fazer em relação a Jade, mesmo querendo ajudar. Também não tinha a opção de simplesmente ignorar a conversa e fingir que nunca aconteceu, pois estava sabendo de informações muito importantes. Além de estar quebrando uma regra do contrato: de guardar segredos de Lucca, ele também estava colocando a sua vida e a dos seus parceiros em risco, já que estavam enganados sobre quem descobriu o endereço. 

Dylan deu uma pausa dessas questões, e então se aprofundou em sua prática do instrumento naquele quarto por horas. Mas não estava sozinho, em algum momento, Noah tinha se juntado ao cômodo para servir de plateia. O jovem estava empolgado demais vendo o outro tocar.

O jovem pianista parecia irritado em não conseguir executar perfeitamente aquele ritmo acelerado. Ele estava implicando seriamente com aquela mesma música faziam semanas. Quando achava que estava sustentando bem, em algum momento da música, ele deixava notas ou se destrambelhava na execução. 

— Estou incomodando? Minha presença está te atrapalhando ou algo assim? — Noah perguntou preocupado, mantendo-se afastado no mini sofá que foi posto no canto do cômodo. 

— Não, não é você, relaxa… — Dylan respondeu baixo, encarando as teclas do piano como se planejasse algo em sua mente.

— Está estressado, não é? 

— Um pouco.

— Não acha que só precisa de uma pausa? — Noah cruzou as pernas e ajeitou os óculos na face — Meu tio costumava me dizer que pausas para o renovo do humor é ideal para quando a prática se tornasse estressante. 

Dylan o encarou, entendendo o que foi dito. Ele até chegava a concordar, mas não pensava dessa forma, pois não estava sob estresse por culpa exclusiva do instrumento — Não sei se isso se aplica a todas as coisas, principalmente ao piano.

— Oh, meu tio é pianista — Noah sorriu levemente.

— Sério? — Dylan ergueu as sobrancelhas, surpreso. 

— Sério, mô — Noah perguntou — E me permite dar um conselho? 

— Hum. — Dylan assentiu com um sorriso amigável.

— Eu não tenho tantas experiências, mas eu sempre observei o meu tio. Ele dizia que não se preocupava ou se forçava a aprender músicas difíceis no piano. Ele tocava para ele mesmo e evoluía aos poucos enquanto se edificava, até que quando notava, já estava dominando partituras difíceis. Menino, só estou te vendo passar estresse aí!