Capítulo 43

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Culpa

Uma criança e um empregado se aproximavam dos dois fumantes do lado de fora do casarão. 

Lucca rapidamente arremessou o seu cigarro no chão e o pisoteou, com a intenção de fazer com que a fumaça e o cheiro se dissipasse o mais rápido possível no ambiente. Ele bateu com o cotovelo em Cleber ao lado, apressando o homem a fazer o mesmo.

Patrick foi deixado no chão gramado por Kaiq e correu em direção à Lucca com um sorrisão no rosto bochechudo — Tio Lurca! Tio Lurca!

— Meu pequeno! Bom dia! — Lucca continuou arrastando o pé no cigarro.

O pequeno rapidamente se agarrou na canela do fumante — Bom dia!

Lucca se abaixou e pegou a criança em seu colo — Como meu Patrick está? Dormiu bem?

— Sim! Na cama!

Ao liberar Patrick, o empregado se aproximou de seu chefe, e o cumprimentou formalmente — Bom dia. O senhor está precisando de algo?

Cleberzinho coçou a sua barba enquanto lamentava pelo seu cigarro no chão — Bom dia, Kaiq… Acho que vou querer um novo maço cheio.

— Mas o senhor está parando de fumar. Não posso fazer isso, são suas próprias ordens. Apenas um por dia.

— É é?... — Cleber exibiu um sorriso sem graça — Só hoje? Hoje é especial, tenho um acompanhante, sabe?

— Meu Patrick está com fome? Huh? — Lucca cutucou a barriga da criança enquanto perguntava à mesma com uma voz mimosa.

Kaiq se apressou em se pronunciar — Eu acabei de dar vitamina para ele.

— Oh! Ok… — Lucca o encarou, surpreso. Ele sorriu amigavelmente ao agradecer — Obrigado, Kaiq.

Kaiq assentiu e voltou a dar atenção ao seu chefe teimoso. 

— Eu vou dividir com meu amigão aqui, Kaiq. Faz essa exceção, por favor?

O empregado era observador e extremamente atencioso. Não planejava se render aos pedidos que sabia que não podia cumprir, mas não se distraiu do trabalho que ainda tinha que ser feito. Sorrateiramente, ele se atentou em abotoar os botões desajeitados da camiseta de Cleber — O senhor abotoou errado de novo. 

— Vish, foi mesmo! — O chefe riu de si mesmo e observou o empregado consertar todos os botões, deixando os dois últimos em aberto, como de costume — Você é bem rapidinho nisso aí. Obrigado!

Lucca conseguiu prestar atenção ao que estava acontecendo ao seu lado mesmo distraindo e brincando com Patrick em seu colo. Ele disse — Relaxa, Cleberzinho. Fumamos em outro momento, dá pra esquecer por enquanto.

— Certeza? Você não vai começar a se tremer de repente, irmão? Lembre-se que sairei mais tarde e só voltarei no dia seguinte. Cê aguenta mesmo?

— Eu não sou dependente, seu otário.

— Hahaha, ah tá!

Patrick exclamou, se apoiando em apenas um lado do ombro de Lucca — Tio Dinla!!

Lucca se virou para procurar a pessoa que estava sendo chamada pelo pequeno escandaloso, e se deparou com os assentos rodeados das flores bonitas do jardim. Era um dos lados mais belos da chácara, sem dúvidas. E lá estava o homem de cabelos compridos, com o sol sobre sua cabeça, repousado despreocupadamente no banco de mármore.

— Com licença, vou ali rapidinho! — Lucca falou com Kaiq e Cleber antes de colocar Patrick no chão e caminhar com ele em sentido aos assentos.

— Tio Dinla

Goodman [BL]Onde histórias criam vida. Descubra agora