Sequestro
Já fazia pouco mais de um mês desde o primeiro encontro desajeitado do falso chefe criminoso e o misterioso bartender rico. Nesse curto espaço de tempo, Lucca se sentiu intrigado e profundamente incomodado com o rapaz que cruzou o seu caminho. Considerava-o um verdadeiro problema para sua “carreira”. Eventualmente, pegava-se preocupado mais do que o normal quando se tratava desse assunto em comparação a outros. O homem sentia agora, ainda mais evidente, uma obrigação de intimidar Dylan para que as coisas sejam postas no devido lugar, como sempre foi. O soco no primeiro encontro não foi surpreendente o bastante se fosse comparado com a coragem e braveza do jovem, pois, ninguém nunca tinha enfrentado o “gângster miserável” daquela forma. Querendo ou não, isso era uma grande ameaça a sua reputação. Reputação que era baseada em fatos antigos e cruéis, mantidos agora apenas por boatos. E se por acaso, descobrissem que o “Chefão dos Goodmans” não revidou um soco de um qualquer?
É dispensável dizer que, de primeira mão, Lucca não queria fazer de Dylan a sua vítima, mas sim consertar o problema que o assolava. Afinal, ele não usava a violência desde que podia contar com o medo dos outros que automaticamente sempre se pôs a fazer esse trabalho primeiro. Mas agora, se não existisse mais o medo, seus negócios iriam por água abaixo. Medo é respeito, nesse caso.
Já fazia um tempo que ele estava considerando pegar mais pesado, dessa vez. Mesmo não querendo, era a única forma de se resolver.
— Que tal darmos um susto nele? O que acham? — perguntou Lucca, enquanto deslizava o dedo embelezado com anéis chiques sobre a tela do Tablet. Exibindo fotos recém tiradas de Dylan trabalhando em seu emprego de Bartender.
Todos os membros do grupo estavam reunidos na sala aconchegante do Cafofo. Noah respondeu enquanto pintava as unhas do mesmo tom de seus cabelos verdes — Que tipo de susto? Espancar ele?
O pequeno Patrick, que estava no colo do líder, tomou desajeitadamente o tablet da mão alheia e se distraiu, brincando com a tela. O homem sorriu para a criança e respondeu — Não… bater nele não…
— Que tipo de susto você quer dar, homem? Vai se vestir de fantasma? — Ironizou Ruth, observando atentamente o rosto do maior.
— Não acho que seja a melhor opção — respondeu, pensativo, olhando de vez ou outra as fotos do bartender distraído com o trabalho.
— Precisa decidir agora. Logo ele vai ser liberado do trabalho — Noah finalizou as unhas de uma mão e sorriu satisfeito consigo mesmo. Em seguida, virou-se para o homem sentado ao lado, em uma poltrona isolada — O que você acha, Zaniel?
Zaniel, que se encontrava aéreo na discussão, entrelaçou os próprios dedos grandes e intercalou o olhar entre o chão e as unhas recém pintadas do jovem. Confuso sobre o que Noah exatamente se referia, ele apenas assentiu com a cabeça.
— O quê? — o mais novo franziu as sobrancelhas de leve enquanto analisava o homem grande. Ao pensar por alguns segundos, Noah subitamente compreendeu — Ah, não estava me referindo às unhas! Digo, o plano do Lucca! — ele riu e exibiu os dedos — Mas está bonito, não tá? Você gostou?
Quase que imperceptível, uma pequena elevação dos lábios de Zaniel denunciou a sua aprovação. Ele assentiu novamente e respondeu baixo — ...Sim.
Ao observar calada, tal interação, Ruth decidiu se manifestar mais uma vez — Foco! — bateu palmas, sendo acompanhada por Patrick que soltou o tablet no mesmo instante para imitar.
— Ei, moleque! — Lucca resgatou o aparelho antes que chegasse ao chão. Ele suspirou profundamente antes de desligá-lo — Podemos fingir que vamos bater nele, e deixar ele escapar de mentira, huh?
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Goodman [BL]
Storie d'amoreO filho do falecido manda-chuva do maior grupo criminoso da história da cidade de Lilorang, agora se via quase falido ao ter o peso de carregar e manter como legítimo todos os acontecimentos antigos, cruéis e temerosos que tal grupo ordenhou. Por 10...