Capítulo 2

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Mais tarde, separo meus materiais e os levei para um pequeno jardim no fundo da casa.

Ligo a pequena panela sobre a mesa e moio as flores com um martelo de madeira. As coloco na panela junto com água quente e deixo cozinhar até virar um caldo.

Começo a cantarolar distraída preparando a mistura, quando sinto a presença do homem atrás de mim e me viro.

- que cheiro é esse ?

S/n - lírios.

O vejo sentar em um banco longinho da mesa onde estava e ele ergue a sombrancelha como quisesse que eu parasse de olhar para ele.

Eu volto a atenção para a tinta e meço a temperatura.

S/n - mais um pouco... - murmuro comigo mesma -

Dou uma olhada para ele, que observava de canto com seus braço cruzados.

Volto meu olhar para a panela, vendo que chegou a temperatura certa, a desligo e a deixo esfriar.

- você é algum tipo...de pintora ? - diz em tom irônico -

S/n - sim, pinto alguns quadros. - digo sem me virar para ele -

- hum.

Pego um pouco de cola, água e misturo, o deixo de lado e mexo o caldo enquanto o homem continua a  observar quieto, parecendo avaliar.

Depois de esfriar, misturo o caldo com a cola e ligo a panela mexendo novamente.

S/n - quem era aquele homem com você ?- pergunto na intenção de tirar aquele clima -

- não vou  falar sobre isso com você.

S/n - hum tá.

"Arr ele é difícil de conversar..."

- o que você está tentando fazer ?

S/n - uma tinta de lírios, quer ver ?

- não, comigo, porque me trouxe aqui ? Qual sua intenção ?

S/n - a, você está machucado, só quis ajudar, eai quer ver ?

Ele desconfiado se aproxima e olha na panela de canto.

- não parece bom.

S/n - você acha ? Vou deixar cozinhar mais um pouco. - disse pegando o jarro de água -

- não coloque mais. - disse segurando o meu braço -

Olho para meu braço e então levo meu olhar a ele podendo vê-lo mais de perto, seus olhos eram tão escuros e brilhantes, e quando se encontram com os meus, sinto meu rosto esquentar de leve.

- está queimando.

S/n - o que ?

- a tinta. - diz apontando a panela-

S/n - aaaaa - dei um grito baixo desligando a panela -... Que droga. - suspiro -

Vejo ele sair de perto me deixando ali, volto minha atenção a panela e passo a espátula na mesma para desgrudar a tinta do fundo.

S/n - arr pegou um pouco no fundo, mas acho que vai dar certo. - concordo comigo mesma-

Coloquei tudo em um pote e deixei na mesa. Pego um pano e vou indo em direção de casa limpando as mãos

Ao entrar, encontrei ele na cozinha futricando nos armários.

S/n - com licença. - digo colocando uma das mão na cintura -

- você não tem nada que preste. - diz ainda de costas para mim -

S/n - tem que sair para comprar, só vou tomar um banho. - pendurei meu avental em um gancho - ... Descanse depois vou trocar seus curativos.

Aquele Que Odeia Também Pode AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora