No subsolo não era possível saber quando era dia ou noite, Yelena e Nikolas foram acordados com batidas na porta do quarto. Os dois se encararam por estarem na mesma cama.
- Você disse que ia dormir na sua cama.
- Acabei caindo no sono aqui.
- Hm.- Yelena diz sem acreditar nele.
Antes de saírem do quarto, Nikolas ajudou a fazer o curativo no olho de Yelena. Depois eles desceram encontrando a maioria tomando café na mesa.
- General, se permite te aconselhar, eu acho que a senhorita deveria avisar que está bem e está conosco. - Annie diz depois de servir uma xícara de café.- Nosso rádio de comunicação fica na casa do soldado Kriston.
- Sei onde é. Pretendo tomar café e ir até lá, nossa preocupação agora é sair de Arenia sem levantar suspeitas.
- A capitã e o coronel foram verificar o navio.- Atlas diz.
- A senhorita não deve ir sozinha.- Annie diz chamando a atenção de Yelena.- Um dos meninos tem que ir com a senhorita, eu terei que voltar a loja e abri-la.
- Eu vou com ela.- Nikolas diz, Atlas escondeu um riso fraco por trás da xícara que bebia.
- Tem certeza?- Zack perguntou.- Ele nem conhece o subsolo, eu posso te acompanhar.- Nikolas ia se levantar quando sentiu uma mão em sua coxa, ele olhou a mesma e viu que pertencia a Yelena.
- Não é necessário, Zack. Eu já estive no subsolo antes e sei o caminho de olhos fechados.- ela diz.
- Além do mais, você precisa me ajudar com os estoques.- Annie diz ao filho. - Atlas, meu querido, pode nos ajudar também?
- Sem problemas, senhora Annie. Eu ajudo.- Atlas diz sorrindo.
Depois do café, Yelena e Nikolas trocaram de roupa, colocando botas, calças escuras e blusas claras, Yelena colocou uma capa sobre os ombros e Nikolas seu sobretudo marrom escuro.
Eles não saíram desarmados, pistolas em suas cinturas eram escondidas pelos agasalhos. Yelena decidiu ir sem o curativo no olho, o olho não estava mais vermelho, apenas a cicatriz e um pouco da pele envolta, os pontos continuavam fechados.
Annie e Nikolas brigaram com a mulher que não deu ouvidos, apenas saiu pela porta da frente.
- Vá logo e não perca ela de vista.- Annie diz e Nikolas saiu da casa correndo até alcançá-la, então diminuiu o passo e começou a andar lado a lado.
- E se algo entrar na ferida?- ele insistiu.
- A ferida está fechada com os pontos e o máximo que deve acontecer é entrar poeira, isso não causará nada grave.
- Mulher teimosa.
- Estamos no subsolo, tenho que ter os dois olhos atentos.- colocou o capuz.
- Você já esteve aqui?
- Eu cresci aqui, antes de ser levada como escrava.- Nikolas olhou para ela mas o capuz impedia de ver seu rosto.- Eu não lembro da minha vida aqui, mas já vim três vezes aqui com o exército por meio de missões.
As casas e prédios eram feitos de pedra igual as ruas, a luz amarela forte era a única fonte que simulava o sol.
- Aqui é o lar de assassinos, ladrões, prostitutas e pessoas pobres que Arenia finge não ver. Moldova também há pobreza, mas pelo menos a imperatriz fez o mínimo ao dar uma casa e comida as famílias...Por aqui.- diz virando para entrar em outra rua, não tinha carruagens, nem outro tipo de veículo.
Nikolas viu os bares ainda abertos, bêbados causavam brigas, outros dormiam nas calçadas e alguns conversavam com mulheres em tecidos que quase não cobriam o corpo.
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O Chamado de Guerra
ФэнтезиUma guerra entre dois reinos poderosos, Moldova e Arenia, separados por um mar. Nikolas Roman teve que deixar sua família para se alistar ao exército por ordem da imperatriz Ilizabeta. A chegada do Campo de treinamento, amizades são feitas e a vida...