Trinta e Seis

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Três semanas se passaram, o silêncio de Arenia era agoniante.

Nikolas treinava todos os dias, a maioria das vezes sozinho porque desde que Yelena voltou, ela não tinha tempo para treinar com o rapaz. Atlas já estava melhor, assim como Reynolds que foi para o norte cuidar do Porto Naval.

Nikolas recebeu uma carta de sua mãe, dizendo que estava com saudades e agradecia aos céus sempre que recebia uma carta com a letra de Nikolas, ela tinha medo de receber uma carta do exército com um selo vermelho, pois significaria que Nikolas estava morto.

Mas ele sempre escrevia para ela não se preocupar, os meses pareciam anos longe de sua mãe e irmã, ainda mais que Nikolas havia perdido o aniversário de dez ano de sua Layla.

O homem agora estava praticando tiro ao alvo na área de treino dos oficiais, os alvos já estavam cheios de buracos de tantas balas que Nikolas tinha usado.

Ele abaixou a arma e olhou o resultado, um soldado se aproximou do mesmo.

- Senhor Roman? A general Montagov quer vê-lo no escritório.

- Tudo bem, obrigado.- o soldado se afastou.

Nikolas estranhou, fazia quatro dias que Yelena estava sumida e nem falava com Nikolas. Como ela estava ocupada, o homem nem ia vê-la porque não queria atrapalha-la.

Ele guardou a arma e andou em direção a área interna do prédio. Subiu as escadas até o andar com as salas de reunião, ele ficou de frente a porta do escritório dela e bateu na porta.

- Entre!

Nikolas abriu a porta e depois a fechou atrás de si, a mulher se levantou e andou na sua direção.

- O que houve?- ele perguntou.

Yelena ficou na frente de Nikolas e o beijou, o homem se surpreendeu mas logo retribuiu. Não era delicado, parecia um beijo como se eles não tivessem se visto meses, um beijo apaixonante.

As costas de Nikolas bateram na porta, as mãos de Yelena foram para a nuca do homem, as mãos dele foram para a cintura dela.

Yelena separou o beijo e olhou para Nikolas, um sorriso nos lábios.

- Posso saber o motivo do beijo tão de repente?

- Comemoração.

- Comemoração de que?

- Nossas tropas bombardearam caixotes de navios comerciais de Arenia, a economia do reino caiu, já estamos um passo dessa guerra acabar de vez.

- Algum ferido?

- Poucos, mas nenhum morto até o momento. Agora devemos esperar o que o rei irá fazer, talvez essa guerra acabe em poucas horas.

- E você já está comemorando?

- Não estrague o momento, Roman.- ela o beijou em um selinho demorado.- Além de que eu ando muito ocupada esses últimos tempos, desculpa não dar muita atenção.

- Não é sua culpa, você ainda é uma general e eu não quero te atrapalhar.

- Eu posso não estar perto de você, mas não se engane que eu não estava vendo seus treinos.

- Você estava?- ele levantou uma sobrancelha, um sorriso surgindo em seus lábios.

- Talvez...Apenas queria dizer isso, tenho mais alguns papéis para resolver.- disse olhando a blusa de Nikolas e tirando a poeira da mesma.

- Não se sobrecarregue.

- Outra coisa.- Ela olhou no rosto de Nikolas.- Eu quero que você venha no meu quarto hoje a noite.- Nikolas a princípio não achou nada demais, porém foi o tom da voz dela e o olhar que entregaram o sentido daquelas palavras. Ela sorriu de lado abaixando a cabeça e se afastou.- Não esqueça, Roman. Após o toque de recolher.

O Chamado de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora