Nikolas desceu do trem e o sol tocou sua pele.
Ele respirou fundo e soltou o ar olhando a estação do seu vilarejo. Depois de quase dois anos, Nikolas sentia o sentimento de saudade acalmar em seu peito.
- Roman, se mexa. Tem pessoas atrás de mim querendo sair do trem.- Nikolas saiu dos seus pensamentos e foi para o lado, Yelena saiu do trem e os outros passageiros também.
Ambos usavam uniformes, o sobretudo de Yelena fechado envolta de seu corpo, as alças das bolsas nos seus ombros, mesmo estando na primavera, havia um leve ar frio.
Atlas voltou para o vilarejo havia dois meses, Nikolas teve que esperar Yelena tirar alguns dias de folga para trazê-la, a mulher insistiu em vir conhecer a família de Nikolas.
- Vamos?- Nikolas estendeu a mão e Yelena segurou a mesma.
As cicatrizes nas palmas de suas mãos não passavam de uma lembrança que carregará consigo para sempre, elas contavam uma história.
- Eu nunca vim nesse vilarejo.- Yelena diz olhando a estação.
- Não se preocupe, eu irei lhe mostrar tudo.- ela sorriu, Nikolas nunca viu Yelena sorrir tanto nos últimos meses e ele amava cada sorriso.
Eles saíram da estação e chegaram na rua feita de pedras, as casas eram simples, algumas feitas de madeira. Havia árvores plantadas nas calçadas, pessoas se locomoviam a pé ou a carroças.
- Nikky!- Nikolas virou o rosto e viu sua irmã correndo em sua direção, o homem abriu um sorriso se agachando de braços abertos.
- Layla!- a menininha o abraçou e Nikolas envolveu os braços envolta dela, os olhos com algumas lágrimas. Sasha parou de correr, ofegante mas com um sorriso no rosto.
- Nos atrasamos, Layla não deixava eu terminar de arruma-la.
Nikolas separou o abraço da irmã.
- Você está diferente, cresceu um pouco pelo menos.
- Você também está diferente, Nikky.- Nikolas sorriu fraco e beijou a bochecha da irmã. Ele se levantou abraçando sua mãe, a mais velha abraçou o filho com força enquanto lágrimas caíram dos seus olhos.
- Meu filho! Você voltou. Voltou para nós.
- Claro que voltei, mãe. Achou mesmo que eu não iria?- Ela negou.
- Eu sempre senti que você voltaria e instinto de mãe não falha.- Nikolas riu.
Sasha separou o abraço e olhou o filho, ela ajeitou o casaco do uniforme dele.
- Você fica tão lindo de uniforme, seu pai estaria orgulhoso.
- Eu sei que ele estaria.- os dois sorriram.
- Nikky, quem é essa? E por que ela parece um anjo da morte?- Layla diz apontando para Yelena e a general riu, Nikolas virou e foi para perto da mulher.
- Layla, esses coisas não existem, é feio você falar isso.- Sasha diz a filha.- É ela, Nikolas?- perguntou, se lembrando do que Nikolas havia escrito em algumas cartas.
- É, é ela.- olhou Yelena e a general o olhou desconfiada.- Ela é a General Montagov, uma das generais do nosso exército.
- Pode me chamar de Yelena.- Yelena esticou a mão e Sasha apertou a mesma.
- Por que ela tem uma cicatriz?- Layla perguntou apontando.
- Layla!- Sasha pegou a filha no colo.
- Até eu tenho cicatrizes.- Nikolas mostrou as mãos.- As cicatrizes mostram que lutamos bravamente na guerra e salvamos o reino. Contaremos as histórias. Certo, Lena?
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O Chamado de Guerra
FantasiaUma guerra entre dois reinos poderosos, Moldova e Arenia, separados por um mar. Nikolas Roman teve que deixar sua família para se alistar ao exército por ordem da imperatriz Ilizabeta. A chegada do Campo de treinamento, amizades são feitas e a vida...