Trinta e Três

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Nikolas terminou de fechar sua bolsa e a deixou na cama, ele saiu do quarto e subiu os degraus até o convés superior. Era noite e já era visível o pedaço de terra se aproximando, o Porto naval estava com luzes brancas.

Atlas estava sentado em uma caixa, Callman conversava com Reynolds, Nikolas foi para perto de Yelena que estava com as mãos na borda de madeira.

O navio acabava de passar entre duas rochas grandes, a metros de distância uma da outra, Nikolas havia lido em um livro que elas eram chamadas de Portão de Kilso, em homenagem ao marinheiro que entrou o caminho.

- Uma moeda pelo seu pensamento.- disse ficando ao lado da general.

- Pensando no que pode acontecer no futuro.- ela o olhou.- Cadê minha moeda?

- Não tenho nenhuma aqui.- levantou as mãos.

- Está me devendo uma moeda, então.- Nikolas sorriu de lado.- Ivanov deve ter ficado aliviado quando falei com ele, eu sei que Hellsink ficou preocupado, lá bem no fundo do pequeno coração dele, mas ainda sim ele é insuportável.

- Não sei como aguenta ele.

- Calmantes que eu roubo da enfermaria.

- Então você também é uma ladra?

- Ambos somos aparentemente.- eles riram.

Nikolas começou a sentir uma angústia em seu peito, não era de dor porque Yelena estava na sua frente, mas era de aflição, como se algo fosse acontecer.

O mesmo sentimento que ele sentiu quando os soldados infiltrados iam atacar os generais durante a madrugada.

- Você está bem?- Yelena colocou a mão no braço de Nikolas, o olhar preocupado.

- Alguma coisa está errada.- Nikolas diz com a mão no peito e olhou para os lados.

Enquanto isso, na popa do navio, um funcionário olhou para frente e percebeu algo saindo de trás de uma das rochas do Portão de Kilson, o homem se aproximou da borda tentando ver o que era aquilo na escuridão da noite.

Até perceber que era um navio com as lanternas apagadas.

O funcionário se assustou e começou a gritar enquanto corria para o convés principal.

- Navio Areniano! Navio Are...- não deu tempo dele terminar porque uma bola em chamas atingiu o meio do convés.

Nikolas abraçou Yelena segurando seu corpo, o impacto fez os dois serem jogados para fora do navio e caírem na água. As costas de Nikolas bateram contra o mar gelado e escuro, seus braços soltaram Yelena e ele começou a afundar.

Nikolas sentiu seus olhos pesarem, sua visão estava embaçada por causa da água mas conseguiu ver alguns destroços caindo no mar e o fogo com chamas altas saindo do navio.

⚔️

Nikolas recuperou a consciência por um breve momento, ele sentiu seu corpo sendo puxado, gritos de ordens e sons de algo que ele não soube identificar.

- QUERO TODOS OS CANHÕES! QUERO A PORRA DAQUELE NAVIO NO FUNDO DO MAR!- ele escutou uma voz feminina, assim que seu corpo parou de ser arrastado, ele apagou novamente.

⚔️

O soldado abriu os olhos devagar, ele estava deitado em cima de uma maca no chão de pedra a poucos centímetros da areia, sua cabeça tombou para o lado esquerdo.

- Atlas...- sua voz saiu como um sussurro quando ele viu o amigo sendo levado em uma maca por quadro soldados, Nikolas observou que um rastro de sangue foi deixado no chão onde seu amigo esteve.

Ele virou o rosto para a direita e a alguns metros, havia o que parecia ser um corpo no chão coberto por um lenço branco.

Alguém havia morrido, talvez um funcionário.

Nikolas olhou para frente e na areia viu Yelena, ela gritava com um grupo de soldados que tinham as cabeças abaixadas. As roupas e o cabelo continuavam molhados.

Os soldados se ajoelharam implorando, gritando pela misericórdia da general.

- Yelena...- Nikolas levantou um pouco o braço, apontando para a direção da mulher, mas ele logo caiu novamente ao seu lado por estar sem forças.

Uma soldado percebeu que ele estava acordado, ela olhou para a direção que ele apontou.

- General Montagov!- a soldado gritou chamando a atenção da general, a mulher apontou para Nikolas e Yelena começou a correr vindo na direção do homem.

- Yelena...- sua voz ainda saia como um sussurro, ele levantou a mão o máximo que conseguia, Yelena segurou sua mão e se ajoelhou ao seu lado.

- Você está bem?- ela colocou a mão no rosto dele.

- Mais ou menos...

Estou me sentindo fraco. Pensou mas não conseguiu dizer

- Aguente firme, tá? Eu estou aqui, não se preocupe, eu estou aqui, tá bom?- Beijou as costas da mão de Nikolas, o coração do homem aliviou por ver que ela não tinha nenhum ferimento grave.

- Ele perdeu muito sangue, general. Não sei se...

- Nem pense em terminar essa frase.- Yelena diz em tom rígido.

Nikolas fechou os olhos e a escuridão o tomou novamente.

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Oi gente, tudo bem?

A história tava muito calma, precisava de um caos. Agora começa a montanha-russa de emoções kkkk

Estamos quase na reta final, o que vocês estão achando?

Não esqueçam de votar e comentar.
Beijos!

O Chamado de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora