Segredos

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Tulipa

Foi a Mérula. Eu pude reconhecer a voz, mas não disse nada a Tonks.

- Maldição! - exclamei - Eu poderia estar estudando para o NIEMs e estou aqui, fazendo o quê?!

- Sanduíches. - exclamou Pitts - Tulipa vai fazer sanduíches e ficar quieta, Pitts não quer ouvir a voz de nenhum aluno encrenqueiro.

Reviro os olhos.

- Fala aí, Pitts, é bom só dar ordens, não é? Tá ficando com uma barriguinha, hein?  - Tonks ria

Ela estava se divertindo, como sempre.

- Ao menos se você fizer rápido e calada, o Pitts não vai encher o seu saco. - explicou Jae - E nem o meu. Mas se não quiser ficar aqui pra sempre, dá uma regulada na sua namorada ali.

Olhei para Tonks e revirei os olhos ao vê-la transfigurar o rosto no de Pitts. Eu a puxei e obriguei a se comportar, segundo Jae, Pitts acabaria nos fazendo limpar todas as panelas da cozinha.

      Estava cansada quando terminamos, caminhava pesarosamente para o corredor, ao lado de Tonks, quando ela me parou no final e se virou para mim.

- Está afim de dar uma passada no lago? Ou, quem sabe, na sala dos artefatos? Oh! Bem melhor, vamos colocar chumbinhos fedorentos dentro do caldeirão dos Sonserinos.

Ela estava animada, estava sorrindo, mas eu realmente não estava empenhada hoje. Fiz uma leve careta e neguei.

- Não, não acho uma boa. Eu acho que vou indo... não sei pra onde, talvez pro meu dormitório. Sinto que não tenho uma boa conversa com Badeea há anos, talvez seja bom encontra-la.

Ela suspirou, não mais sorria e arriou os ombros.

- Mas você pode ir... - concluo - Daí me conta tudo depois.

Respirou fundo e levantou a cabeça para me encarar nos olhos.

- Eu fiz alguma coisa errada? Você está negando uma tarde de travessuras pra ir pro Salão Comunal? Sério? Foi pelo que aconteceu ontem? Você me culpa?

Sacudi um pouco a cabeça e esfreguei a testa de olhos fechados, um tanto atordoada.

- Não, eu nem sei o que aconteceu direito ontem, pra falar a verdade.

- Você... não sabe...?

Quando finalmente tornei a olhar para ela, pude ver mais do que seriedade, havia um resquício de decepção em seu rosto.

- Eu só não estou em um clima bom hoje. Desculpe. Já você, está animada como sempre está... não devia desperdiçar isto com o meu mau humor.

Ela parecia pensativa.

- Mas você pode ir e fazer essas pegadinhas com os Sonserinos - sorrio e incentivo - Não é problema.

Ela ainda parecia extremamente pensativa, olhava pro chão sem ao menos focar em alguma coisa. Olhou para mim, sorriu, beijou meu rosto e saiu. Imediatamente meu sorriso se foi, sempre foi uma fachada. Foi quando vi Mérula vir na minha direção, eu a peguei pelo ombro e a joguei contra a parede do corredor da cozinha, minha varinha já estava na mão, apontando para ela em seu rosto.

- O que é isso, Karasu? Você é maluca.

- Eu sei que você jogou Flippendo em mim e na Tonks ontem, graças a você, nós estamos na detenção. E não adianta negar, eu reconheci a sua voz.

Começou a sorrir maliciosamente.

- Eu achei muito pouco pra você e aquela andrógena. Se agarrar na sala de poções... e nem foi o mais baixo que você chegou. Não é, Tulipa? Por que eu e você não contamos juntas, hã? A sala de poções, o banheiro dos monitores, a sala de artefatos... me ajude nesta...

Without FearOnde histórias criam vida. Descubra agora