2/2: Ninfadora Tonks

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         Eu me lembro bem do pandemônio que se formou na enfermaria assim que Penny soube, eu ainda estava aqui. Todos neste colégio conhecem a história de Gabriela e Penny, então, muitos ajudavam ela a passar por Filch, porque se alguém deveria estar aqui, este alguém é Penny. Ela estava desesperada logo de início, mas Gabriela e Tulipa já estavam dormindo tranquilamente quando ela chegou, não havia sangue ou ferimentos.

         Penny segurava a mão de Gabriela desde aquele momento. Isto depois de todo o escândalo e choradeira. Havia medo e revolta, mas ela não falou nada sobre o ocorrido até então. Até agora.

- Ela estava feliz. - falou de repente, o sorriso em uma mistura de tristeza e orgulho, e chamou minha atenção no mesmo instante em que ouvi sua voz, mas ela só olhava pra Gabriela - Ela estava comigo antes disto tudo. Ela me disse que hoje mesmo contaria a Mérula sobre nós, ela ia terminar tudo com Mérula porque queria fazer tudo certo. Pra nós e pra ela.

De repente, este me parecia exatamente o motivo ideal para encaixar no meu quebra-cabeça. Principalmente levando em conta o olhar e a expressão ambígua no rosto de Mérula, tanto o choro quanto o sorriso, que o sonserino relatou. Apertei um pouco a mão de Tulipa entre as minhas, ajustando as costas doloridas logo em seguida, e encarei sua expressão tranquila.

- Eu ouvi falar do que Tulipa fez no campo de treinamento. - Comentou - Talbott vacilou com a Badeea mesmo?

- Parece que sim. - suspirei

- Ouvi dizer que os garotos tiveram o Pinto esmagados pelas bolas.

- Hm... não... eles não tinham bolas o suficiente.

Ela riu, assim como eu sorri para ela, apenas para descontrair deste clima mortal que pesa acima de nós.

- Ela chegou ao limite, não foi? - Perguntou tristonha, olhando fixamente para Tulipa

- Eu não sei ao certo. - admito - Ela tem esse instinto pela Badeea, como se ela devesse protege-la à qualquer custo, como se fosse a única família que ela tem. Ao menos foi o que ela me disse.

- Falando em Badeea, onde ela está?

- Ela esteve aqui tem um tempo... se sentiu culpada por tudo o que aconteceu lá e o que aconteceu com Tulipa.

- Você sabe onde ela foi?

- Não tenho ideia, mas sei que é responsável e que não fará nada imprudente.

- Acha que ela vai perdoar o Talbott?

- Ela não está exatamente brava com ele, até meio que o acobertou, então, sim.

- Não estou falando de Badeea, - dito isto ela voltou a ter minha atenção, pois observava cada traço do rosto de Tulipa - Estou falando dela. De Tulipa.

- Honestamente? Eu não sei. Por mais tempo que eu passe ou tenha passado com Tulipa, às vezes, ela ainda é um mistério pra mim. Como, por exemplo, essa explosão com os alunos no campo de treinamento. Nós tínhamos o plano de prendê-los lá e ir embora, mas além de tirar as calças deles, também incluiu o Talbott entre eles, colocou um feitiço de proteção para que ninguém os tirasse de lá e ameaçou quem tentasse. Ela agiu pelas nossas costas e isto foi tão ao extremo... Eu quase não a reconheci lá fora.

- Como você disse, Badeea significa mais para ela do quê qualquer um imaginava. É o ponto fraco dela. E todos nós temos um ponto fraco.

- E você tem? É sempre tão perfeita.

- Tão perfeita que beijei a sua namorada e a ficante da Gabriela apenas pra aborrecer ela. Não tem nada mais infantil e idiota do que isto.

Novamente, ri para ela.

Without FearOnde histórias criam vida. Descubra agora