Tulipa Karasu

9 1 5
                                        

Tonks

- Eu vou esganar! - vociferei, apertando as mãos em punhos

- Você não vai esganar ninguém. - disse ela, entediada, encostada e de braços cruzados - Já sabíamos que isto podia acontecer.

- Ela chorou ontem pela madrugada, você sabia? - finalmente parei no lugar, encarando Badeea nos olhos - Ela precisou achar que estava sozinha, precisou pensar que eu estava dormindo pra finalmente desabar. Aquele choro abafado e contido que você sabe como é.

- Sim, eu sei. Mas agora é a sua vez de se acalmar.

- Amanhã mesmo irei ao Ministério acabar com a raça deles.

- Tonks! - gritou com extrema força, ecoando por todo o banheiro feminino - Você não vai fazer nada disso! Tulipa precisa que sejamos diferentes deles, fazendo isto, nos tornamos pior. Ela ama os pais dela, não perdoaria você se fizesse alguma coisa.

- Ela perdoaria você. Então faz você alguma coisa!

- Não! Nós vamos esquecer que eles existem, vamos ser a amiga e a namorada, vamos ser aquelas que vão apoiar ela acima de tudo. Tulipa é forte, confie mais nela.

- Confiar? E quem não está confiando nela?

- Tonks, ela precisa de paz. Paz. Não de guerra. Você vai abraça-la, vai ser ouvidos para ouvi-la, vai fazer penteados fofinhos nos cabelos dela como uma namorada boazinha e vai ajuda-la a retomar o controle depois deste tombo. Vão na Zonko's, infernizem o Filch, converse com o Dênis, o que for preciso pra deixar ela feliz. Mas não dê bandeira. Não pareça ter pena dela. Seja você.

- Eu não sei. Acho que não vai ser o suficiente, ela ainda finge que está bem.

- Não a force. Seja discreta. Seja amorosa. E quando ela estiver comigo, deixe nas minhas mãos.

- E fazer o quê? Eu tenho escolhas?

- Tem. Ela está nas arquibancadas agora, tem período livre. Vá até lá e faça companhia a ela.

- Arquibancadas? O que Tulipa faria nas arquibancadas?

- É treino da Corvinal, não tem ninguém por lá. É o lugar ideal pra estar sozinha e não estar ao mesmo tempo. Simplesmente vá. Confie em mim.

Dito isto, saí e a deixei para trás. Haviam muitas cabeças no corredor, muitos ombros à esbarrar e muito o que se andar, então, apressei-me.

      Aproximei-me devagar e lá está ela, provavelmente a rajada de ar feito pelas vassouras e pela altura do lugar a tenha feito levantar o cabelo em um rabo de cavalo, olhava para frente, mas desatenta.

- O que faz aqui?

Ela ergueu a cabeça, afim de me ver, fechando um pouco os olhos devido o sol em seu rosto, então voltou a encarar o campo.

- Estou passando o tempo.

Desci um degrau e me sentei ao lado dela.

- Você está bem? - pergunto cuidadosamente

- Sim. Comi um pudim antes de vir pra cá. - comentou, ainda presa ao campo - Dênis está dormindo, então, está tudo bem quieto.

Olhei para o centro, as rajadas com a velocidade das vassouras passavam por nós como um jato, causando um barulho potente. Nada estava quieto.

- Queria te mostrar uma coisa. - falei - Já tem um tempo.

Ela olhou para mim no canto dos olhos caídos com a luz do sol, então me aproximei, sentada de lado, e puxei os joelhos dela delicadamente na minha direção, a virando para mim. Peguei no bolso aquilo que havia trazido para ela e coloquei na palma de sua mão.

Without FearOnde histórias criam vida. Descubra agora