Mary e Rose

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Tonks

       Por que diabos Tulipa faria isso?! Por que ela faria isto? Por que não me disse que as avós estavam vindo à Hogwarts? E muito menos que eram duas avós. O nervosismo me tomou, não sabia o que fazer, mas Tulipa não se aproximou de mim em momento algum. Esteve ao lado de Gabriela quase como se a sondasse. E foi o que ela fez, porque depois de tudo, ela pediu ajuda a Gabriela com a Competição de Culinária pra agradar as avós. À Gabriela e não à mim que, por outro lado, só fiquei sabendo de tudo isto porque a própria Gabriela me falou. E quando perguntei porquê Gabriela aceitou a ajuda de Tulipa, ela me respondeu que era porque queria ficar mais tempo perto dela. Ótimo. Sei bem onde isto dá. Perguntei também porquê Tulipa chamou por ela e sua resposta foi de que a Tulipa disse que ela era a pessoa ideal pra isto.

        Estávamos eu e um grupo de estudantes na cozinha, os elfos à espreita, os participantes eram: Badeea Ali, Jae Kim, Diego Caplan e Ismelda Murk. Gabriela e Tulipa posavam juntas na frente deste grande evento, Murphy narrava todos os passos e as avós de Tulipa pareciam fora de qualquer alçada visto daqui de trás. Lembrei daquela noite naquele vagão do Expresso de Hogwarts, tudo foi tão bom, engraçado e intenso. Tudo foi tão nós. Mas agora estou na berlinda, estive na berlinda durante esses dias todos. Me sinto indevida.

        De repente, tudo foi de uma narração de quadribol à uma confusão total enquanto estava em meus devaneios. Todos estavam assustados e espantados com o gigante monstro de massa que Ismelda conjurou de sua torta. Eu, por outro lado, não contive a intensiva risada que me fazia a levar a mão à barriga. Rapidamente Gabriela se pôs à frente de todos e desfez o monstro e a diversão de tudo, o corcurso se despedaçou por inteiro. Mas ao menos rendeu boas risadas. Porém, contradizendo tudo o que ela é, Tulipa passou devastada por todos nós e correu para fora aos prantos. Prontamente corri atrás dela, gritando seu nome pelos corredores, mas ela não me dava ouvidos. Quando ela cansou de correr, parou nos Limites do Castelo, caiu debaixo da árvore cujo eu e ela viemos juntas muitas vezes. Estava virada de costas, rosto para baixo e colado à madeira, sentada acima das pernas.

- Tulipa?! Tulipa... você...

Coloquei meu corpo no caminho, ficando de frente para ela. Era Gabriela, como eu já esperava que fosse.

- Ela não quer falar agora. Depois ela fala com você. - Digo

- Tonks, deixe que eu ajude.

- Agora não.

- Acho que Tulipa deveria falar por si própria. - falou de maneira cautelosa

- Vão embora. - Tulipa gritou de onde estava - Não quero falar com ninguém.

Olhei de volta para Gabriela.

- Você tem a sua resposta. Agora deixe ela sozinha. - falei

Ela hesitou, mas foi embora. Me voltei para Tulipa finalmente, estava longe e pequena nesta distância. Respirei fundo e me aproximei devagar, ouvia os fungados dela até mesmo de longe, então, por um instante, apenas me agachei próximo à ela.

- Tulipa, eu...

- Vai embora!

- Mas...

- Me deixa sozinha, Ninfadora! Eu quero ficar sozinha.

Me levantei para sair, não quero, de maneira alguma, conturba-la. Mas ao invés disto, respirei fundo e me sentei ao lado dela, próxima à árvore.

- Não vou deixar você sozinha. Muito menos assim. Não importa o quanto você tente me afastar, eu... - fui interrompida por seu abrupto movimento, puxou minha camisa e jogou o rosto no meu peito, chorava ainda mais intensamente nos meus braços, tudo que pude fazer foi abraça-la e afagar seus cabelos - eu não vou sair daqui.

Without FearOnde histórias criam vida. Descubra agora