Capítulo 10

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Encaro Maiana e ela desvia o olhar e fecha os olhos.

- Deve ir. - ela diz e aperto as mãos. Caminho para fora do quarto e saio do curandeiro. Sigo para casa e acabo tomando um banho apressado e vestindo algo mais confortável, volto ao curandeiro e pouso entrando. Ele está lotado. Entro no quarto que Maiana está e ela dorme.
Me sento em uma das cadeiras e acabo adormecendo.

Acordo ao ouvir barulhos e olho para ela, Maiana está sentada na cama e coçando os olhos. Relaxo. Ela boceja e os dentes afiados aparecem, ela arquea a sobrancelha e me olha com frieza.

- Ainda aqui? - ela pergunta e assinto.

- É possível que um dia você me chupe sem arrancar um pedaço do meu... - Maiana lança um travesseiro em minha direção e parece furiosa.

- Lion! - rio.

- É brincadeira. - digo e ela suspira.

- Fadas podem sim ter um sexo normal, mas não irei discutir isso com você. - ela diz e dou de ombros.

- Uma pena. - digo e ela balança a cabeça. Maiana sai da cama e caminha para o banheiro. Me levanto e me espreguiço, estico as asas e coloco as mãos nos bolsos em seguida. Depois de um tempo, Maiana sai do banheiro e me aproximo da porta do banheiro, ela me dá espaço e resisto a vontade crescente que sinto de tocar ela. Abro a porta e entro, faço minha higiene bucal com uma das escovas do curandeiro e descarto ela em seguida. Saio e vejo Maiana terminando de calçar as botas dela. Ela me olha de relance.

- Até todo o reino estar seco, temos três dias de folga. - ela diz animada. "Aceita, aceita..."

- Podia vir comigo a taberna de Shiva por esses dias, até porque é fim de semana amanhã... - digo e fico apreensivo. Ela se apruma e balança as asas se certificando de que estão bem.

- Hoje irei a minha casa ver como estão as coisas, mas podemos fazer isso amanhã. - ela diz "Siiiiiiim caralho!!!" Me mantenho sério e assinto.

- Ok. - digo. Saímos do quarto e ela boceja.

- Preciso dormir mais. - ela diz e assinto.

- Podia ficar aqui até estar descansada. - ela nega.

- Não é necessário. - ela diz e me olha de relance. - Você não trabalha hoje? - sorrio.

- Aigon costuma me dispensar nessa época. - digo e ela arquea uma sobrancelha.

- Sei... - ela não parece crer, mas realmente não peço dispensa de meu trabalho, apenas estou livre durante esses dias. Saímos do curandeiro e ela alça voo e acena. - Até amanhã. - assinto e ela se distancia, olho para baixo e ajusto a calça desconfortável. "Em algum momento, terei câimbra de tão apertado que essa calça me deixa!" Arqueo a sobrancelha. "É possível ter cãibra?"

Limpo meus pensamentos e alço vôo em direção a floresta verde, sigo para minha casa e pouso na varanda ao chegar. O dia parece infinito, mas reservo tempo para limpar toda a casa e organizar tudo, utilizo o tempo livre para cuidar das flores no interior de minha casa e subo para o andar de cima. Acabo adormecendo cedo por conta da exaustão e noite mal dormida.

'Lion!'

A voz de Aigon soa distante e abro os olhos encarando o teto de casa. Bocejo.

'Lion!'

Me sento na cama.

'Sim senhor?'

Me arrasto para a beirada da cama e saio dela preguiçosamente, arrasto as asas e sigo para o banheiro, faço minha higiene bucal.

'Tem um grupo de mortais precisando ser interrogados, aparentemente houve um assassinato durante a tempestade e eles são os principais suspeitos.'

Saio do banheiro e caminho para as escadarias, alço vôo e pairo pelo andar de baixo enchendo baldes de água.

'Devo interrogar o grupo inteiro?'

Preencho minha banheira e tomo um banho refrescante.

'Sim, são sete integrantes, como seu método é menos agressivo e eles apenas são suspeitos, pelo menos três entre esses sete são culpados, encontre os culpados.'

Saio da banheira depois do meu banho e acabo molhando o andar de cima inteiro. Me seco e passo um pano no chão antes de me vestir, coloco a roupa do batalhão e pego Katrina, ela fica presa na horizontal em cima da cabeceira da cama, encaixo ela no suporte que a fixa entre minhas costas e alço vôo, fecho as asas e perco altitude passando pela porta do quarto e indo ao andar debaixo, bato com a ponta da bota na maçaneta e abro ela lentamente sem precisar pisar na água que tomou conta do andar debaixo por conta da tempestade. Saio fechando a porta e sigo para o castelo.

Voo depressa e as portas duplas são abertas assim que me aproximo, entro e pouso somente quando estou frente a porta que leva ao calabouço. Axe é o guarda hoje. Sorrio.

- E aí garoto. - ele me olha com uma carranca.

- Eu não sei porque pertenço a esse batalhão, nunca posso realizar alguns trabalhos. - sorrio.

- Logo vai poder. - digo e ele deixa as asas mais baixas e assente. A frustração é notável.

Entro e desço as escadas em espiral, chego ao andar debaixo e cumprimento os rapazes responsáveis pela guarda hoje. Passo pelas celas e vejo uma delas com sete mortais presos. Eles me vêem e sorrio.

- Sou o alado responsável por vocês. - eles aparecem receosos e alguns engolem seco. Tiro Katrina das costas e encosto na parede da cela. - Felizmente, não sou de usar armas para adquirir respostas. - digo e cruzo os braços. Perto de mim parecem bem pequenos, creio que o maior tem 1,80 de altura, sendo trinta centímetros mais baixo que eu. Ajusto meus braceletes. - Sei que tem inocentes entre vocês e por isso vou pegar leve. - sorrio. - Sabem que meus prisioneiros tem tratamento especial? - pergunto e eles sabem. Todos do reino conhecem cada membro do batalhão de Aigon por bons motivos, se algo acontecer e eles forem presos por qualquer delito, é sempre bom saber quem será o responsável pelo interrogatório. - Vou me apresentar assim mesmo, me chamo Lion. - digo e vejo o olhar de um deles ir em direção a Katrina, talvez ele tente cortar minha garganta e fugir, mas seria decreto de morte a ele mesmo. - Sou de patente mediana aqui dentro, por isso fiquem felizes, não pegaram um investigador de patente alta, então o interrogatório de cada um vai durar apenas algumas horas e não chegará a dias. - digo e sorrio. - Dito isso, tenho duas notícias, a boa é que todos os meus prisioneiros são tratados por uma ninfa ao fim do interrogatório e manterão a pele de vocês presa ao corpo, a má notícia é que eu não sou muito delicado e preciso em minhas condutas, então devo dizer que sei exatamente a quantidade de ossos de um corpo, talvez tenham pelo menos dez ossos quebrados ao fim do interrogatório. - sorrio. - Quem será o primeiro?

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Eu seria uma santa se morasse em Pearl. :')

LION - Saga Pearl - Livro XIIOnde histórias criam vida. Descubra agora