Capítulo 18

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Comemos e sou a mais calada do jantar, acabo não comendo tudo e Flora me olha com estranheza.

- Algo errado Maiana? - ela pergunta. Nego e olho para ela.

- Não. - digo e forço um sorriso.

- É por que estou aqui? - Lion pergunta e assinto.

- Não sabia que viria. - digo. Lion sorri.

- Heig me chamou antes de Flora lhe chamar. - ele explica. Forço um sorriso.

- Entendo. - digo e me levanto. - Me desculpem pela indelicadeza, mas estou indisposta e o dia foi bem cansativo, eu irei mais cedo. - digo e eles me olham. - Espero que entendam. - Flora se levanta.

- Nem vai esperar a sobremesa? - nego.

O cheiro da comida está embrulhando meu estômago e recordando o cheiro de comida que senti mais cedo. Olho para os rapazes.

- Até mais. - digo e caminho em direção a porta, abro ela e saio, Flora sai atrás e saio da varanda rapidamente, me curvo e vomito. Meus olhos marejam e volto a chorar. "Odeio estar sensível, odeio ter que investigar coisas assim, odeio!" Flora para ao meu lado.

- O que está havendo? - ela pergunta. Olho para Flora limpando ao redor dos lábios com a manga da blusa, me jogo nos braços de Flora e ela me abraça de volta. Hoje estou chorando por pena de mim e por pena dos outros.
Aliás, Faruk me ensinou a colocar a vida dos outros antes da minha e eu aprendi a viver para proteger aquelas criaturas que estão sendo cruelmente tratadas. - Calma... Vai ficar tudo bem. - ela diz e assinto. Tento me recompor e olho para ela.

- Não diga a ninguém que me viu chorar. - peço e ela assente.

- Me diz o que houve... - nego.

- É trabalho. - Flora assente.

- Ok... Vou te esperar, se eu não estiver em casa, estarei no curandeiro, corra para mim, estarei esperando. - assinto.

- Obrigada Flora. - ela passa a mão em minhas bochechas.

- Até lá, não chore, faça o seu melhor. - assinto.

- Boa noite. - digo e ela assente.

- Igualmente. - ela diz e alço vôo. Sigo para casa e faço minha higiene bucal. Me deito e encaro o teto da caverna. As luzes azuis deixam aqui dentro tão lindo.

'Teo, estarei investigando algo amanhã, então não vou aparecer, segure as pontas.'

Digo e mantenho os olhos no teto.

'Investigação? O que houve? Faruk já está a par?'

Penso em Lion e fecho os olhos, levo as mãos ao rosto. "Por que você é como é?"

'Não, tem envolvimento de um alado pertencente a um dos batalhões e seres místicos estranhos, eles consomem sangue como alados corrompidos.'

Digo e não demora para que eu tenha resposta.

'Se for o que estou pensando, precisa investigar tudo em segredo e não pode demorar.'

Eu sei... Eu mais do que ninguém sei disso, pois vi com meus olhos o que eles estão fazendo. "Fique em segurança Flora..."

'Invente uma desculpa... Estarei investigando quem são, pois eles já cometeram crime de morte, as intenções não importam mais.'

***

Acordo mais cedo e decido ir novamente ao lugar onde eles tem uma cabana. Acabo amanhecendo o dia no acampamento deles, fico menor que uma mosquinha e me sento no tronco de uma das gigantes centenárias, em sua casca, já que do tamanho que estou, consigo usar a casca da árvore de assento. Observo sempre a movimentação e às cenas que mais me chocam é quando eles vão matar as ninfas, eles são mais cruéis com elas, algumas não são apenas mortas, mas são esquartejadas depois de sofrerem violação e isso me deixa com tamanho choque, que me sinto sem voz. Eles parecem insatisfeitos e um deles comenta sobre ir a cidade. "Cidade?" Acabo seguindo ele e qualquer traço de mim mesma vai desaparecendo conforme o dia passa. Ele vai ao vilarejo e se diverte, bebe nas tabernas, ri com seres místicos, encara aladas, ninfas e mortais com olhar nojento.

LION - Saga Pearl - Livro XIIOnde histórias criam vida. Descubra agora