Capítulo 37

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Passo o dia distraída e acabo cometendo alguns erros. "Foco Maiana!" Pouso do lado da trilha e passo a mão na testa, olho para os dois lados da trilha e não vejo nada errado. Suspiro e olho para meus pés. Como posso ter algo que Lion é capaz de me ajudar a curar?

Não faz o menor sentido!

Olho ao redor novamente e alço vôo. Sigo para o sul da trilha e vejo Teo, vôo para perto dele e pairo ao seu lado.

- Acha que algum grandão aparece hoje? - ele pergunta e olho para o sul.

- Creio que não. - digo e Teo faz careta.

- Você tem a sorte nos ombros? - olho para ele e rio.

- No meu dia de entrar é justo não aparecer um gigante. - digo e Teo suspira. - Eu cubro você sempre, seu irresponsável. - digo e olho para a trilha assim que vejo um movimento rápido. Bruxa.

Tiro as espadas da bainha e vôo na direção dela, me jogo na frente da ninfa e paro a bruxa, coloco as espadas apoiadas no pescoço dela e sorrio.

- Veio comprar flores para compôr seus chás, imagino eu. - digo e ela engole seco e sorri, a bruxa abaixa o capuz e olha para a ninfa assustada com a aproximação repentina.

- Querida e belíssima ninfa, gostaria de lírios e crisântemos. - ela diz e abaixo as espadas voltando elas a bainha e me afasto, fico ao lado da bruxa enquanto ela faz sua compra e retorna para as sombras da floresta enganosa. Olho para a ninfa e ela se curva.

- Obrigada Maiana. - assinto e ela tira algumas tulipas vermelhas e me entrega. - Queria que guardasse com você. - ela diz e olho para as tulipas. Arqueo a sobrancelha e penso no significado de tulipas vermelhas, assinto. Pego as flores e ela parece realmente contente, alçou vôo e retorno para perto de Teo, ele está atento a trilha e olha para mim surpreso.

- Uol!!! Tulipas! - assinto e Teo gargalha. - Lion tem concorrentes e nem sabe. Suspiro.

- Também peguei as tulipas achando estranho receber elas, mas já aconteceram cenas semelhantes quando resgato um dos seres místicos do sexo femenino, por algum motivo elas coram e gaguejam em minha presença. - Teo assente.

- Acontece o mesmo comigo, parabéns Maiana! Você tem o poder de conquista mais forte do que muitos alados! - ele ri e reviro os olhos.

- Cumpra com seu serviço e deixe de gracinhas! - ele assente.

- Ué! Tem ninfas querendo ser submetidas a seu domínio, o que quer que eu faça? - respiro fundo.

- Sabe que eu não tenho interesse em nada além de proteger a todos. - Teo assente.

- Nem tem interesse em Lion? - estranhamente sinto um desconforto no estômago e meu coração acelera.

- Ele me deixa doente. - digo e Teo sorri com doçura.

- Está corada. - ele diz e assente. - Até quando vai aguentar esse mal estar que está sentindo? - dou de ombros.

- A solução é contato zero com Lion, mesmo em pensamentos. - Teo assente.

- Ele é seu companheiro agora, então como vai manter contato zero? - dou de ombros.

- Resolvo isso, não se preocupe. - Teo assente.

Mantemos a ordem até o fim da tarde e volto para a casa de Lion, pouso em frente a entrada e suspiro. Provavelmente ele chegou antes, a menos que esteja investigando algo. "Compostura!" Olho para as tulipas, creio que se por em um vaso com água, elas durem um pouco mais. Entro e fecho a porta novamente. Não vejo Lion no andar debaixo. Vou até a cozinha e procuro algum recipiente para por as tulipas, coloco elas no vaso com água e deixo sobre o mármore do balcão. Sorrio. São bem cultivadas e as pétalas não apresentam injúrias.

- Chegou. - a voz de Lion soa e olho em sua direção, ele está apenas em roupa íntima e sinto meu rosto quente. Encaro o balcão.

- Cheguei. - digo e ele apoia os braços no balcão, encaro as veias dos seus braços e engulo seco.

- E essas tulipas? São para mim? - nego.

- Ganhei. - Lion tira os braços do balcão e segura meu queixo com uma das mãos, ele me olha com um ponto de interrogação no rosto e tensiona as asas.

- Ganhou? - assinto. - Ganhou tulipas vermelhas de quem!? - os olhos dele vão ao vermelho. - Quem deu tulipas a você? - suspiro e seguro o pulso dele, afasto sua mão e evito que ele se aproxime do vaso, protejo o vaso com minhas mãos.

- Uma ninfa me deu essas tulipas como forma de agradecimento. - Lion relaxa um pouco.

- Você gosta de ninfas? - assinto e os olhos dele vão ao amarelo. - Você gosta!? - assinto.

- Amo todos os seres místicos, são meus protegidos, então sim... Isso inclui ninfas. - Lion relaxa e aponta para cima.

- Tome seu banho, preparei para você, não vou destruir essas tulipas, pode soltar o vaso. - assinto e solto ele. Caminho em direção as escadas e olho para trás, Lion observa as tulipas e toca o dedo nas pétalas, parece analisar as flores e sorrio. Balanço minha cabeça e fico séria novamente. Subo as escadas e tomo meu banho tranquilamente, visto um vestido leve e menos transparente que meu vestido fresco. Lion não diz nada ao me ver descendo as escadas.

- Vai de roupas íntimas ao jantar? - pergunto e ele nega e sobe novamente. Olho para as tulipas e elas estão inteiras. Coloco uma calça de couro e um espartilho preto para ir ao castelo jantar, calço uma das botas de combate e espero Lion descer. Ele está com uma regata e calça moletom. Saímos de casa e voamos para o castelo, fazemos nossa refeição e antes que possamos sair, Faruk me chama. Paro perto dele e Lion acaba esperando e ficando atrás a certa distância.

- Senhor? - Faruk me olha e olha para Lion.

- Faremos uma pequena comemoração pela morte de Adeline, gostaria de ver você e Lion presentes. - sinto certa preocupação.

- Quando? - pergunto e ele me analisa.

- Depois de amanhã. - ele diz e me encara sério. - Algo me diz que algo não se encaixa na relação de vocês e estou um pouco pensativo... - assinto e automaticamente pego a mão de Lion.

- Como sabe, tenho medo de relação íntimas, mas eu e Lion temos sim uma conexão. - Faruk assente e olha para Lion.

- Ela está debaixo de seu teto e não foi marcada? Ela parecia empolgada quando foram para casa no dia da execução, então porque sinto que estão mentindo? - olho para Lion e ele mantém a serenidade.

- Nos vemos no dia da comemoração. - ele diz e me puxa. Saímos da sala de jantar e os olhos de Lion vão ao vermelho. Saímos do castelo e ele solta a minha mão e me encara. - Terá que me acalmar Maiana! Se não preciso descarregar a raiva batendo em algo e sinceramente, não é essa a maneira que tenho em mente. - engulo seco. O incomodo no estômago se intensifica, minha garganta seca e minhas mãos suam.

- Sem toques. - digo e ele alça vôo.

LION - Saga Pearl - Livro XIIOnde histórias criam vida. Descubra agora