Lilian
— O que você está fazendo aí? – Luna se vira pra mim, as mãos atrás das costas e um falso sorriso inocente no rosto.
A menina se encontrava sentada no meio do chão do estúdio, atrás dela, uma caixinha lilás aberta, ou melhor, escancarada.
— Nada mamãe! – Ela me oferece aquele sorriso banguela de uma criança de cinco anos.
Era muito bom ver que Luna tinha começado a se abrir direito a ponto de começar a fazer traquinagens, tínhamos a adotado faz apenas alguns meses, e mesmo ela sendo uma bolinha de energia, era um pouco notório que ela tinha um pouco de receio.
Mesmo sendo bem nova, Luna já tinha passado por várias famílias. A garota era muito... Perfeita. Porém, por causa de sua doença muitas famílias simplesmente desistiram da adoção por simplesmente não a achar boa o suficiente.
Disse pra menina que na realidade os outros adultos não conseguiam lidar com uma garotinha tão perfeita como ela. Porque na realidade minha Luna era perfeita. Claro que era bem traquina e me dava uns bons sustos às vezes. Mas eu não trocaria minha princesa por nada.
Mesmo que às vezes me dê vontade de a esganar um pouquinho.
— Se não é nada então eu posso saber o que minha caixinha faz no chão? – Ergo uma sobrancelha pra garota vestida de princesa (ela estava naquela fase de fantasias 24 horas) que dá um suspiro e pega a caixinha com um bico nos lábios. – Luna...
—Desculpa mamãe, só queria mais papel para desenho. Mas esses aqui estão todos rabiscados. Aí achei as borboletinhas e elas são lindas!
Sorrio me sentando no chão, colocando a garotinha no meu colo e observando os papéis retirados da caixa e jogados no chão. Eram as cartas que Gustav e Eu costumávamos mandar durante nossa infância e quando namorávamos. Também tinham alguns post-its em formato de borboleta com mensagens como “bom dia no trabalho!” e “Não esquece de levar as baquetas pro ensaio”.
— Elas são mesmo… – sorrio dando um beijo na parte de cima da cabeça da menina em meu colo.
—A senhora gosta bastante de borboletas... -Ela murmurou segurando uma.
—Quer ouvir uma história? – Ela assentiu animada e eu pego um pedaço de papel e começo a fazer uma borboleta.– Bom...
— Era uma vez, uma pequena princesinha, que tinha dois melhores amigos irmãos. Uma princesa e um príncipe. -Dou um sorrisinho - Esses três eram super amigos de coração. E mesmo que o príncipe às vezes precisasse fazer coisas de menino. Eles sempre estavam juntos.
" Mas a princesinha tinha um segredo. Um que ela nunca pensou que revelaria para ninguém: Algumas vezes, o príncipe fazia com que ela sentisse… Coisas estranhas. Um frio na barriga e uma sensação esquisita.
"São as borboletas no estômago" - Disse a mãe da princesinha -" Elas só aparecem quando descobrimos o amor de verdade."
A pequena menina ficou confusa, ela também amava sua melhor amiga, mas não sentia borboletas no estômago com ela. Então ela se dirigiu até seu papai do céu. Um amigo muito sábio e um pai muito amoroso.
"Espere minha filha" - Disse ele - "São borboletas mesmo, contudo não é a hora ainda de entregá-las a alguém"
E a menina ouviu, os anos se passaram e as princesas continuaram com a amizade firme e forte, mas o príncipe, foi tomado pelas obrigações do reino, acabou escolhendo entregar suas borboletas a uma rainha de outro reino. O que o fez se distanciar principalmente da princesinha. Mas mesmo longe, as borboletas ainda estavam dentro da princesa, que mesmo tentando entregar suas borboletas a outros príncipes nunca conseguia.
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Contos: For a Wait
Short StoryDepois dos dois livros seguidos: For a Wait 1 e For a Wait 2. Agora vamos embarcar em uma nova história, aonde terá situações narradas por personagens sobre acontecimentos da nossa história favorita, que não fazíamos a mínima ideia que aconteceu ou...