—Capítulo 16
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A Morgana não pareceu nem um pouco exultante quando soube que eu e o Kalleb ainda não tivemos nada na noite anterior.
— Qual é o problema desse shake? Ele é devagar demais com mulheres ou é ‘gay’? Quanta cerimônia para arrancar a virgindade dessa fedelha de uma vez por todas! — Falou enfurecida, encostada na porta.
Permaneci calada, escondendo o rosto entre os cabelos e me segurando para não rir do modo ao qual ela me encarava com um batimento nas asas do nariz.
— Qual é a graça? Está me achando com cara de palhaça por a caso?
— Não, senhorita Morgana! — Retruquei roboticamente.
— Acho bom! Hoje teremos a casa cheia e quero ver justamente essa carinha risonha quando for atender a enxurrada de clientes que aparecerão de todos os lugares, sedentos por boas vagabundas. Você só tem apenas um buraco interditado, mas os outros estão livres, já sabe né?
— Sim, senhorita Morgana. Não precisa ser repetitiva, entendi desde a primeira vez que falou isso!
— Ni pricisi sir ripititivi... Grrr!! Que voz irritante! — Me imitou e saiu resmungando.
— Essa doida precisa de terapia urgentemente. Eu hein! - Comentou a Larissa.
— Ela precisa mesmo é de uma boa surra, isso sim! - Corrigiu a Camila.
Dado o recado, começamos a nos arrumar.
Embora eu tivesse odiando aquilo, não quis parecer uma puta barata, crassa e vil.
De mini-saia de couro preto muito provocante, corpete de veludo de um vermelho vivo e salto 15, me sentir como um anzol que fisgaria facilmente os olhares dos homens.Usei uma das perucas que a Camila colecionava em seu baú, quando decidia mudar o visual em suas apresentações no Pole dance e
fiquei uma morena bem sexy e atrevida, quase não me reconheci quando olhei no espelho.— Uau! Jéssica Penclin, é você mesma? - Brincou a Yuna dando uma leve palmada na minha bunda.
— Você também está uma ninfeta bem meiga! - Elogiei seu figurino de colegial.
Saia curta xadrez, camiseta branca com uma gravatinha, meias 3/4, sapatilha e um penteado maria-chiquinha.De longe, parecia que estavamos prontas para um baile á fantasia.
Nos espalhamos pelo salão como verdadeiras damas da noite e cumprimentamos com sorrisos forçados todo tipo de marmanjo que entravam procurando prazer.
— Olá, gracinha! Que belos par de pernas você tem. Quer me dar a honra de sentir a maciez e a textura delas? — Disse um senhor barrigudo de barba cumprida e amarelada, usando um chapéu de fazendeiro e botas de vaquejada.
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Me chame de puta! ( CONCLUÍDO)
ContoQuem poderia imaginar que a vida invejável de Jéssica Penclin mudaria da noite para o dia de forma tão brusca? Após ser sequestrada numa esquina deserta e escura enquanto tentava voltar para casa, ela se ver nas mãos de perigosos traficantes de mulh...