Por trás de um árabe🦋

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— Capítulo 19

                               •••

Cochilamos por algumas horas, nus e abraçados como um verdadeiro casal.

Ao despertar, me sentir mais viva e literalmente realizada, certa de que me tornei uma mulher completa em todos os sentidos.
Olhei para ele, que ainda dormia profundamente, com a respiração ofegante, parecendo um bebê.
Reparei que ficamos tão concentrados que deixamos a porta aberta, podendo ser facilmente vistos pelos serviçais em nosso momento íntimo.

Foi daí, que percebi que eu estava com a faca e o queijo na mão.
Aquela era a ocasião perfeita para eu tentar fugir.

— Oh meu Deus! Essa é a minha oportunidade! — Falei com o coração acelerado, não hesitando em me levantar cautelosamente.

Comecei a me vestir depressa sem fazer barulhos.
Cruzei o corredor e olhei para os lados, se certificando de que não havia ninguém. Notei que todos os empregados e os seguranças deveriam estar dormindo.
Desci as escadas sem esforços em direção a porta e vi que estava trancada, assim como a dos fundos e todas as janelas.
Sair procurando as chaves por todos os lugares, mas não as encontrei.

— Só pode estar no quarto! — Falei, voltando rapidamente para lá.

Vasculhei os bolsos das calças dele, as gavetas da cômoda e o armário, mas não havia nada.
Estava quase desistindo. No entanto, avistei a ponta de um cordão metálico debaixo da cama.
Ajoelhei-me e o puxei esperançosa, até ver que era um distintivo policial. Perto dele, encontrei também uma arma dentro de uma caixa, e foi aí que as coisas começaram a fazer sentido.

— Jéssica, o que está fazendo? — Disse ele nervoso, dando um salto da cama.

— O que significa isso? Você é policial? — Perguntei o encarando firme e segurando os objetos.

— Eu não faço ideia de como essas coisas vieram parar aí. Deve ser de um dos empregados e...

— Não minta para mim! Não sou nenhuma criança. — Bramir.

— Calma, eu posso explicar! — Engoliu em seco, com as maçãs do rosto coradas.

— Esse tempo todo você poderia ter acabado com a máfia, mas permitiu que aqueles criminosos fizessem um monte de barbaridades e ainda compactuou com isso? — Questionei, imensamente desapontada.

— Está se precipitando. Eu realmente tô sendo pego de surpresa e...

— Para de mentir! Vai piorar ainda mais a decepção que estou de você. — Gritei.

— Tudo bem! Te contarei toda a verdade. Eu sou um agente da Interpol.

— Como pôde se unir a eles? Você é um canalha!

— Jéssica, não é tão simples como pensa. Eu fui encarregado de investigar essa facção de tráfico de mulheres antes de agir. Meu objetivo é identificar todos que estão por trás disso e acionar uma equipe especializada para invadir o bordel e prendê-los. Tive que me disfarçar de um cliente árabe endinheirado para ganhar a confiança da Morgana, e parece que ela mordeu a isca.

— Mas por enquanto, se aproveitou de mim, né? Transar comigo, foi como um prêmio para você? — Levantei a voz com os olhos marejados.

— Não. Pelo contrário, eu realmente me apaixonei por você.
Quando te vi naquele escritório, tentei ser forte e hábil para não confundir a minha missão. Porém, algo inexplicável dentro de mim, falou mais alto e fiquei fissurado e perdido em seu olhar.
Eu nunca quis te tocar sem o seu consentimento. Isso não fazia parte dos meus planos. Te seguir discretamente e comecei a te observar de longe, por uma micro câmera espiã, que instalei no pingente desse colar que está usando, na noite em que dormiu aqui.
Eu via tudo que estava fazendo. Não é a toa que cheguei no exato momento em que o Gabriel pretendia te violentar e te salvei das garras dele. — Sentou-se ao meu lado, me mostrando o dispositivo de filmagem que pôs no colar que me deu.

Eu não sabia mais o que dizer perante aquela revelação. Fiquei em transe processando toda informação.

— Jéssica, para que der tudo certo e possa rever a sua família, você precisa contribuir voltando para lá e fingindo que não sabe de nada.
Estamos esperando o momento certo de atacar e será o mais breve possível. Posso contar com você ou não? — Perguntou, pegando em meu ombro.

— Uhum. — Confirmei, enquanto uma lágrima descia de cada lado do meu rosto e se uniam no queixo.

— Por que está chorando? — Enxugou com a mão.

— É de felicidade. Mal vejo a hora de estar com a Bianca e o papai.
Estou morrendo de saudades deles e por um momento pensei que nunca mais fosse vê-los novamente.

— Ei, eles também estão. Pode ter certeza disso. Aguenta mais um pouco, você é forte! — Me abraçou.

— Obrigado por ter me dado esse alívio! — Suspirei.

— Quando tudo isso acabar, precisamos conversar... se você quiser, claro! — Olhou fundo em meus olhos.

— Tudo bem. — Balancei a cabeça.

— Quer saber de mais um segredo?

— Ainda tem mais? O que dirá? Que essa mansão não é sua?

— Não especificamente. Mas já que tocou no assunto… nada aqui é meu, nós alugamos por um tempo, pois não queríamos deixar suspeitas e abusamos do perfeccionismo.

— Você falava em árabe mesmo ou era tudo fachada?

— Digamos, que estudei só a parte das saudações e algumas manias. — Riu.

— Aliás, você soube disfarçar muito bem. Parabéns pelo trabalho! Só me tire uma dúvida, o seu nome não é mesmo Kalleb Mohammed, né?

— Felipe Oliver e sou de Massachusetts. Satisfação! — Ergueu a mão se apresentando.

— Começamos do zero, não é mesmo, sr° Felipe Oliver?

— Sim. Mas ainda não me deixou falar o meu segredo.

— Fique á vontade! — Retruquei.

— Sei que achará o que vou dizer agora meio besta, mas eu me masturbei duas vezes pensando em você depois dos amassos que demos no banheiro e... eu te amo, Jéssica! — Se declarou.

— Seu bobo! Eu também te amo. Mas agora quero outra dose daquela sacanagem que fizemos horas antes. Vamos aproveitar que já está pelado e “armado” com esse cassetete longo e grosso. — O puxei pelo pau que já estava rígido e o beijei loucamente.

— Nossa, quanto fogo! Eu sou policial, sabia? Mas posso abrir uma exceção em ser bombeiro por hoje. Vem cá, minha putinha! — Falou instigado, me agarrando e me deitando na cama.

Fizemos amor pela segunda vez e o prazer que proporcionávamos um ao outro era inigualável.
Tê-lo dentro de mim, sabendo que seria o responsável por trazer de volta a minha felicidade, me causava um conforto e uma certeza de que ele era o homem perfeito para mim.

Continua...

Me chame de puta! ( CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora