- Toca outra, vai! - Fernanda pedia pela terceira vez.
- Ah, não, não, eu não sei outra.- Jisung negou outra vez. Tenho certeza de que ele estava mentindo.
Eu quis me levantar e ir embora, porque não havia nenhum buraco próximo onde eu pudesse me esconder. E o sorriso idiota no rosto de Jisung, ocasionado pela sequência de elogios e pedidos por mais músicas, vindos de minha família, parecia dizer também que ele estava satisfeito em cumprir seu papel: me deixar sem graça.
Com isso não quero dizer que acredito que Jisung sinta algum tipo de atração romântica por mim, até porque, vamos ser sinceros, quando você gosta de alguém, seu olhar não flerta com toda mulher que aparece na sua frente. Ou flerta? Porque desde que ele parou de tocar o violão e voltamos a conversar em grupo, Jisung não perdeu nenhuma oportunidade de fazer contato visual profundo com a maioria das mulheres que passaram por essa rua. Nao só com garotas da nossa idade mas também com mulheres mais velhas. Ele é do tipo que não perde uma. E é por isso que meu rosto não está mais vermelho, porque eu saquei qual é a dele. E não vou entrar pra coleção de peguetes dele, não mesmo, eu tenho mais valor do que isso.
- Oi, tudo bem?
A conversa em grupo é interrompida quando uma garota de cabelos longos e cacheados como os de Fernanda, aparece ao lado de Jisung.
- Oi, sim, e com você, morena? - Ele sorri de forma cafajeste.
Meus primos e meu tio estão conversando entre si. Então tomo um gole de cerveja e volto a encarar meu copo, porque sinto que estou atrapalhando algo entre os dois a minha frente.
- Tudo! Eu... Vi você tocando e fiquei prestando atenção, sua voz é muito bonita, é... Sexy. - Escuto a voz grave da garota dizer. E sinto uma pontada repentina e esquisita no peito.
- Ah, é? - Ele riu. - Valeu. Qual é o seu nome?
- Luciana. - Quase sussurrou como se estivesse gemendo. Que tentativa de sedução mais vergonhosa. - E o seu?
- O meu é Jisung, prazer em te conhecer.
- Jisung? Hmmm, coreano?
- Uhum.
Não aguento e volto o olhar para eles novamente. Péssima ideia, pois me deparo com a garota de pele alaranjada e vestido longo, quase enfiando os peitos na cara de Jisung, uma visão meio perturbadora.
- Qual é o seu Insta? - Ela também tem sotaque carioca.
- "hanjimalvadao."
A garota dá uma risadinha irritante antes de pegar o celular. E eu tapo minha boca para não rir como uma louca. Que porcaria de nome de usuário é esse?
- Esse? - Ela mostra o celular a ele.
- Esse mesmo.
- Segui.
Jisung tira o celular do bolso, e ao checá-lo, abre um sorriso.
- Que foi?
- Você tira umas fotinhas maneiras, hein? - Ele mostra o celular para ela, que sorri. - Curti.
Eu estava certa, ele não perde oportunidades, ele não perde uma. E tudo bem, nós não temos nada, eu não tenho nada a ver com isso.
- Posso te chamar depois? - Ela coloca um fio cacheado atrás da orelha.
- É claaro que pode, princesa.
PRINCESA?
- Tá bem. - O som que seus lábios fizeram ao beijar a bochecha de Jisung fez meu ouvido doer.
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O Preço Do Verão - Han Jisung
FanfictionE se o Jisung fosse carioca? Sair da cidadezinha de Santos da Mata para respirar o ar carioca sempre valia a pena, e é por isso que viajar para Itaipuaçu no Rio de Janeiro já havia se tornado uma tradição da família de Juliana. Mas, daquela vez, era...