Pensei por um instante. Eu não tinha muita certeza de que não havia sido Seungmin, mas não havia sentido nisso, havia algo de errado naquilo e ia muito além de ele ter me dado água e me abraçado. Algo dizia dentro de mim que não era Seungmin.
Eu não o conhecia, e se Jisung o espancasse, aquilo não me impactaria como se eu estivesse em seu lugar, mas era injusto, era injusto se eu não tinha certeza, por mais que por algum motivo Jisung não gostasse dele.
Fazer a ocorrência em prol de proteger Seungmin de uma surra, parecia uma troca justa.Ju
Tá bem
Quando respondi, ele voltou a digitar, e aquilo me deu aflição. Tinha medo do que ele iria falar.
Gostoso de Ita
Amanhã
Eu vou com vc
Só me faltava essa. Ele achava que eu não iria cumprir com minha palavra? Fala sério, quem tinha cara de pilantra era ele, não eu.
Ju
N
N qro vc no meu pé
Gostoso de Ita
Eu qro ver com os próprios olhos
N sei se tu vai cumprir
Ju
Eu tbm n sei se vc vai cumprir o seu
Gostoso de Ita
Sou um homem de palavra
Ju
Sei
- Vir pra praia pra ficar no celular é sacanagem. - Fernanda me fez dar um pequeno pulo de susto. - Eita... Tava falando com quem? Hmmm.
- Ninguém. - Guardei o celular na bolsa. - Vou pra água, você vem? - Me levantei, desviando o assunto.
- Não. - Ela olhou para meu avô dormindo na cadeira de praia. - Não tem ninguém pra olhar as coisas agora, vou ficar aqui tomando conta, pode ir.
Eu sabia que Fernanda estava me lançando um olhar malicioso, mas ignorei. Estranhei ela não ter me zoado sobre Jisung ou perguntado ainda, mas eu também não havia lhe perguntado sobre Changbin, então estávamos quites. Talvez a noite dela havia sido boa demais, o bastante para sequer se lembrar de mim. E eu estava feliz por isso, porque Fernanda era a pior quando se tratava de me encher o saco.
Quando cheguei a água, vovó se animou como nunca. Eu nunca havia visto alguém gostar tanto do mar como ela. Acabei ficando um bom tempo ali, brincando com uma bola, junto dela, Cassiano e meu tio.
Mais tarde, quando o sol se pôs, fui ao tal show de sertanejo com Fernanda. O artista era um cantor local, que devia ter uns 30 e poucos anos, e tocava muitos clássicos. Mas ele me conquistou mesmo foi quando cantou "Meteoro", do Luan. Clichê, mas era uma das minhas músicas favoritas dele. Foi bom. Nos divertimos bastante, tanto que ficamos por lá dançando e cantando até o fim. Quando o show terminou e uns caras que deviam ter a idade do meu avô começaram a nos cantar, senti que era a hora de vazar. Enquanto caminhávamos pela orla, Fernanda com suas ideias loucas, tentava me convencer de que deveríamos ter ficado e aproveitado a "oportunidade", pois os caras pareciam ser ricos e poderiam estar interessados em ser nossos sugar daddys. Que besteira. Até perguntei se ela estava pensando em largar a vida de manicure, e ela disse que eu não tinha visão e era uma chata. Eu tinha visão, e muita, mas pra abrir meu próprio negócio quando possível, e não dar pra velhos por aí em troca de presentes caros.
Cassiano havia feito uma amizade forte com Jisung. Para minha infelicidade, os dois não se desgrudavam. E foi por causa disso, que depois do show, fomos parar na mesa de um parquinho, de frente para uma quadra, assistindo-os jogar futebol junto a um pequeno grupo misturado de crianças, adolescentes e jovens adultos.
E enquanto isso, vovó estava por aí com meu avô, jantando em algum restaurante chique a luz de velas, e meu tio, bom, ele havia desaparecido, de novo. Ele foi a praia com a gente, e depois, na hora de ir embora, disse que ia encontrar amigos que havia feito ontem, e desde então, não deu notícias. Estou começando a achar essa história bem suspeita.
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O Preço Do Verão - Han Jisung
FanfictionE se o Jisung fosse carioca? Sair da cidadezinha de Santos da Mata para respirar o ar carioca sempre valia a pena, e é por isso que viajar para Itaipuaçu no Rio de Janeiro já havia se tornado uma tradição da família de Juliana. Mas, daquela vez, era...