Acordo com meu celular chamando: É a mãe de Nininha. No telefone, ela me pergunta quando vou voltar a trabalhar e se minha família está bem. Mas mal consigo me concentrar em suas palavras, pois meus avós estão discutindo na cozinha, enquanto Fernanda escuta Luan Santana no talo. O relógio marcava sete horas da manhã, e eu já estava enlouquecendo. Respondo tudo completamente no automático, afirmando umas três vezes que também estou com saudades de cuidar da garotinha, mas nesse momento, tudo o que quero é que ela finalize logo a ligação para que eu possa voltar a dormir, se é que vou conseguir com todo o caos que rodeia essa casa.
Não dormi essa noite. Cheguei em casa às quatro, ainda tentando afastar toda a dor de cabeça que Jisung me causa. Minha cabeça ainda repassa a memória da fotografia de um homem tenebroso, que segundo ele teria roubado até o colar de Cacá. Ainda consigo me lembrar de como ele tentava se aproximar sutilmente enquanto me mostrava a foto, mas eu o afastava na mesma medida, tentando manter a distância que deveria ter mantido desde o início.
— Juliana? Alô?
— O-oi! O que você disse? Desculpa, acho que a ligação falhou... — Não consigo manter a atenção, porque não consigo parar de pensar em tudo o que ele me disse e no porquê ele sabe de tudo.
— Aah... — Posso sentir o ar de seu suspiro através do telefone. — Tem sido muito difícil sem você olhando ela, Juliana... — Solta o desabafo. — Mesmo com ela de férias, não consigo dar a atenção que ela precisa por conta do trabalho, sinto que ela se sente sozinha...
Por que Jisung sabe de tudo? E onde esse criminoso está? Ele sabe onde ele está?
— Juliana? Tá aí?
— A-alô! Tô, tô sim! Não se preocupa, já tamo conseguindo resolver as coisas aqui, eu volto em alguns dias, ok?
Digo e desligo o telefone, impedindo minha chefe de dizer algo sobre minhas palavras, gosto muito de cuidar de Nininha, mas esse não é um bom momento para falar sobre ela, minha cabeça está um caos. Tudo está extremamente bagunçado.
— Jujuba, cê não sabe quem me seguiu! — Dou um pulo na cama quando minha prima aparece tropeçando no quarto, derrubando meu cropped que estava pendurado na porta do guarda-roupa.
— Ai, essa hora, Fernanda?! — Escondo o rosto no travesseiro.
— Sério, olha aqui!
Abro os olhos quando sinto o colchão afundar e a vejo sentada ao meu lado. Ela me mostra a tela do telefone cheio de notificações, e o que ela indica com o dedo faz meu estômago revirar.
lulu.merine seguiu você
— Porra essa vagabunda quer seguir todo mundo? — Tomo o celular de suas mãos. — Bloqueia!
— Ei, claro que não! — Ela pega o celular de volta. — Ela tira umas fotonas, dá pra se inspirar. — Então ela abre sua aba de Dms e arregala os olhos. — Ó que isso!
— Fernanda sai daqui e me deixa dormir por favor!? — Empurro-a para que ela se levante. Ela permanece vidrada no celular. — Caramba! Vem aqui só pra me mostrar essa piriguete! — Coloco a cabeça debaixo do travesseiro.
— Ela me mandou mensagem!
— Fernanda?! — Levanto impaciente. — Dá licença?! — Vou empurrando-a até a porta.
— Ju-ju-b...
Ouço a última letra do meu apelido abafada, pois bato a porta depois de colocá-la pra fora. Caramba, são sete da manhã! Por que todos nessa casa estão se comportando como se fosse hora do almoço?!
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O Preço Do Verão - Han Jisung
FanfictionE se o Jisung fosse carioca? Sair da cidadezinha de Santos da Mata para respirar o ar carioca sempre valia a pena, e é por isso que viajar para Itaipuaçu no Rio de Janeiro já havia se tornado uma tradição da família de Juliana. Mas, daquela vez, era...