- Que escândalo é esse, garota? Teve um pesadelo? - Perguntou ajeitando a toalha na cintura.
- Acho que eu ainda não acordei. - Com desespero, deitei na cama novamente e apertei os olhos, tentando me convencer. - É só um pesadelo, é só um pesadelo, acorda...
- Cê tá sentindo alguma dor?
- Nada disso é real, é só um pesadelo. - Murmurava para mim mesma.
E me sentei novamente, começando a explorar o tato das coisas. Minhas mãos tatearam a parede dura, o colchão macio da cama, o travesseiro, a mesa de cabeceira, tudo que encontrava pela frente. Eu conseguia sentir tudo, mas tinha certeza de que era minha mente me enganando, porque meu consciente sabia a textura de tudo aquilo. Então cheguei ao momento em que dei um tapa em meu braço, para ver se sentia alguma dor. Foi uma ardência fraca. Preparei minha mão novamente, coloquei toda a força possível, todo o peso que consegui, e bati. O estralo foi alto. Doeu. Pra caramba.
- Cê tá bem? - Perguntou em meio a uma risada fraca.
Eu não estava dormindo. Estava acordada, minha vida real era o pesadelo.
- O que é que aconteceu? - Pousei a mão na testa, querendo morrer.
- Cê tá falando de ontem? - Seu sorriso foi perverso. - A gente transou.
- O QUÊ?!?!?!
Meu grito veio bem mais alto e aterrorizado do que o primeiro.
- Calma! Assim os vizinhos vão chamar a polícia! - Aquele idiota estava rindo enquanto pedia para eu me acalmar. - Vem tomar café, anda.
Ele saiu da porta, me deixando ali, paralisada e perplexa com aquela informação. Como assim??? Não podia ser possível!
Olhei para meu corpo, completamente vestido da mesma forma, sem sinais de nudez. Não me lembro de ter me vestido, muito menos de ter me despido. Eu não podia ter feito aquilo com Jisung, não mesmo! Eu tinha que estar fora de mim ao ponto de nem ter consciência, ao ponto de... Sei lá... De estar quase morta, ou dopada!
O problema, é que eu não lembrava de nada, e o pior de tudo: não fazia sentido eu não me lembrar. Não havia ficado bêbada na festa ontem, eu estava sóbria, tenho certeza disso, não bebi quase nada.- Seu leite vai esfriar, hein! - Ele gritou de sei lá onde.
- Eu tomo leite frio, não quente. - Bufei.
Eu não fiquei bêbada.
Minha mente borbulhava, buscando respostas, cheia de perguntas... Por que eu desmaiei? Por que não lembro de nada depois de cair? Por que estou aqui? Por que Jisung está seminu? Não, não, não, eu não transei com ele. Não posso, não fiquei louca, não... O que aconteceu, afinal?- Você quer que eu arrume seu pãozinho pra você?!
Não respondi, mesmo ouvindo minha barriga roncar. Apenas me levantei, e saí do quarto, eu precisava tirar muitas satisfações. Não demorei me situar no corredor e encontrar a cozinha, onde me deparei com Jisung de costas, lavando algo na pia. Eu não queria me intimidar por sua seminudez, mas era difícil, era constrangedor.
- Jisung? - Estufei o peito como se fosse superior, mas estava engolindo em seco.
- Ah, você tá aí! - Ele sorriu ao se virar. - Vem comer!
Fiquei sem reação com sua hospitalidade, não consegui dizer nada.
Jisung deixou a caneca amarela que tinha em mãos, sobre a pequena mesa quadrada.- Só vou vestir minha roupa.
- Agradeço.
- Senta aí. - Ele indicou uma cadeira antes de se virar e sair dali.
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O Preço Do Verão - Han Jisung
FanfictionE se o Jisung fosse carioca? Sair da cidadezinha de Santos da Mata para respirar o ar carioca sempre valia a pena, e é por isso que viajar para Itaipuaçu no Rio de Janeiro já havia se tornado uma tradição da família de Juliana. Mas, daquela vez, era...