Baunilha e Canela

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Bruce já vira muitas coisas na vida, mas a capacidade de Andrew de chamar alguém de louca era impressionante até para ele.

Libertaram as mãos de Cecília para que ela pudesse trocar o curativo da perna de Bruce e agora estavam todos reunidos em volta do escocês machucado.

- Aquela louca... Ainda não acredito que ela te deu um tiro. – Reclamou Andrew sentado ao lado do amigo enquanto batia os pés no chão em um ritmo que apenas ele entendia.

- Eu acredito. – Falou Doug observando atentamente o pequeno ferimento que parecia mais um tipo de queimado do que realmente um tiro. Com aquela precisão, Doug imaginou que ela tinha feito de propósito, como se quisesse dar um aviso, mas sem machucá-lo. Suspirou e resolveu guardar suas suspeitas para si por enquanto – Estamos falando de Bruce, qualquer um que fique muito tempo em sua companhia atiraria nele.

- Sim, mas... – Andrew se virou para Bruce – Você tem certeza que não a provocou?

Bruce sequer se deu ao trabalho de sentir ofendido com aquela conversa.

- Eu não a provoquei... – Respondeu e agradeceu quando Cecília concluiu o curativo – ... Naquele momento específico. – Completou.

Andrew o olhou cético.

- Vou pedir uma arma para aqueles homens. Vou mata-lo pessoalmente, acho que você está ansioso para ficar a sete palmos do chão então, como seu melhor amigo, irei tirá-lo de seu sofrimento e manda-lo para os céus. – Andrew avançou no pescoço de Bruce, mas Cecília o impediu.

- Por que não me deixou em casa aquele dia? – Cecília se sentou no meio dos dois tentando separá-los – Sobreviver a vocês está sendo mais difícil que suportar esse sequestro. Não faz sequer uma semana e eu sinto que vou enlouquecer.

- A Mahara é bonita. – Falou Doug de repente e ganhou três pares de olhos o encarando fixamente.

- Acho que quem enlouqueceu foi ele, querida.

- Ela é realmente bonita, Andrew. – Falou Cecília e logo fitou o marido – Você não acha ela uma mulher bonita?

- É verdade. Não acha ela bonita Andrew? – Provocou Bruce.

Os dois escoceses encaravam o casal ansiosos pela resposta do Duque, ambos com um sorriso descarado no rosto. Ele queria soca-los ali mesmo.

- Não reparei na beleza da nossa sequestradora. – Deu ênfase na última palavra – Quando se tem uma esposa tão linda, é impossível prestar atenção em outras mulheres.

- Ele escapou bem. – Sussurrou Bruce para Doug.

- Foi um pouco genérico, dou nota seis. – Sussurrou de volta.

- Eu dou sete pela rapidez da resposta. – Falou Cecília. Bruce e Doug arregalaram os olhos, assustados pela audição privilegiada dela. Ela se virou para eles e estreitou os olhos azuis – Conte o que aconteceu ontem à noite. Pretendíamos te dar um tempo, mas não podemos ignorar um tiro.

Agora fora a vez do Conde ser encarado por três pares de olhos, não apenas curiosos, mas muito preocupados.

Bruce suspirou e se recostou na parede atrás de si. Era difícil descrever algo que sequer ele entendia.

- Mahara está tentando me seduzir. Durante as duas vezes que me buscou foi para isso. – Começou, mas logo foi interrompido pelas vozes surpresas.

- Por que ela está tentando te seduzir? Ela já recusou nosso dinheiro. O que ganharia com isso? – Andrew estava atônito.

- Ela com certeza tem um objetivo. – Falou Cecília pensativa – E por que justamente com Bruce?

- Você dormiu com ela? – Indagou Doug como se estivesse perguntando se ele achava que choveria durante a tarde.

O Conde SequestradoOnde histórias criam vida. Descubra agora