Como uma Tulipa

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Andrew e Bruce já estavam começando a se acostumar com interrogatório e torturas todos os dias, eles acreditavam que Richard já estava desistindo de conseguir informações deles então estava apenas os torturando e logo iria se cansar e dar um fim em todos eles. Contudo, aquele dia tinha começado diferente, com ambos sendo surrados na mesma sala.

Eles já não sabiam quanto tempo estavam juntos ali, mas quando foram jogados no chão, um ao lado do outro, e um silêncio se fez presente, souberam que estavam sozinhos.

Bruce sentia ter sido atropelado por uma carruagem, cerca de dez vezes consecutivas, já Andrew diria que foram os cavalos que tinham o atropelado e ainda voltaram para pisoteá-lo.

– Você está bem? – Tentou olhar para Andrew, mas seu pescoço doía, então se contentou em apenas perguntar.

– Claro, o sangue que está escorrendo pelo meu nariz nunca esteve tão vermelho.

Andrew começou a tossir e seus olhos pareciam querer se fechar. Bruce tentou levantar o mais rápido que conseguia, se sentou e puxou Andrew para si, apoiando a cabeça dele em seu peito, fazendo-o se sentar para facilitar sua respiração.

Depois de alguns minutos, Andrew finalmente conseguiu parar de tossir, mas seus olhos estavam fechados, sua camisa estava suja de gotas de sangue e seu rosto pálido.

– Andrew! – Bateu levemente no rosto do amigo.

Andrew abriu os olhos e respirou fundo antes de responder.

– Eu acho que essa camisa está arruinada. – Andrew tentou sorrir e Bruce quis bater nele por isso, sentia seu coração quase ir na boca pela preocupação – Você está bem? Sua perna parece bem machucada.

– Eu estou melhor que você.

– É o que você pensa. – Se endireitou, sentando-se com as costas apoiadas na parede – Doug disse que Mahara se encontrou com você.

Ótimo, agora Bruce queria bater era em Doug.

– Sim... Não se preocupe, eu cortei laços com ela.

Andrew arregalou os olhos roxos.

– O quê? Eu não disse para cortar os laços com ela, você deveria ter explicado tudo direito e-

– E ela nos ajudaria caso acontecesse algo de errado e Richard a machucaria de novo... Se cortamos nossos laços, não teremos relação, assim ela não será ferida. Nós não vamos ajudá-la a fugir por enquanto, então ao menos não vamos prejudicá-la.

Andrew ficou calado por alguns segundos.

– Você tem razão.

– Eu costumo ter, cerca de três vezes ao ano.

Andrew riu fracamente.

– Você está bem? Eu imagino que não tenha sido fácil terminar tudo com ela.

– Eu não posso sentir a perda do que nunca foi meu... Deixe-a seguir a vida com o irmão. Eu vou esquecê-la e fazer o mesmo. – Falou já sabendo que seria quase impossível esquecê-la, mas ao menos tentaria enganar seu coração.

– Você vai desistir dela? – Perguntou Andrew, chocado – Me desculpe, eu estava nervoso ontem, minha intenção nunca foi separar vocês dois. Eu pensei em explicar tudo e pedir para ela esperar até nós voltarmos com ajuda...

– Eu sei, mesmo que você não tivesse dito nada, eu teria terminado nosso relacionamento. Eu não aguentaria vê-la se machucando novamente.

– Você ia pedi-la em casamento. – Reforçou.

O Conde SequestradoOnde histórias criam vida. Descubra agora