O amor não é romântico

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Andrew ainda se lembrava claramente dos gritos da irmã no parto de Ethan. Louise tivera dificuldades e muitos achavam que ela e o bebê não sobreviveriam. Ele e Ian tiveram que tirar Nathaniel do quarto porque já estava ficando louco lá dentro. 

Os olhos azuis do rei estavam dilatados, ele andava de um lado para o outro e seu peito subia e descia em um velocidade preocupante, Ian não saíra de perto dele em nenhum instante, assim como Davina não saíra do lado de Louise.

Andrew também estava a ponto de ter um ataque de tanta preocupação, mas ele não pôde deixar de notar que Nathaniel parecia em um estado diferente, que até mesmo excedia a preocupação. Ele estava com muito medo. Como se um estado de agonia e aflição eternos tomassem conta de si.

Depois de meses, Andrew viu aquela expressão novamente, mas dessa vez nos olhos verdes de Bruce. Andrew, Cecília e Doug torceram para que ele se recuperasse no decorrer dos dias, mas ele parecia igual.

Bruce carregava aquele olhar de medo e aflição há um mês, desde o dia que Mahara fora açoitada por Richard no celeiro. Apenas mencionar a palavra "fuga" já fazia ele discutir com qualquer um deles.

Doug também estava mais calado, Cecília o questionou sobre isso, mas tudo que o jovem marquês respondeu foi que estava pensando, Andrew perguntou no que ele tanto pensava e ele apenas esticou um canto da boca, dando um meio sorriso sem mostrar os dentes e disse: pensamentos.

Fora nesse clima mórbido de exaustão e falta de esperança que as semanas se passaram e nenhuma notícia chegava. Seja de um resgate, uma negociação ou de Mahara. Apenas Bruce e Andrew saíam da cela e era exclusivamente para interrogatório e tortura.

– Eles devem ter forjado uma carta. – Disse Doug assim que Andrew e Bruce voltaram para cela, ambos machucados e com mais hematomas.

– O quê? – O Duque se sentou no chão ao lado da esposa que o olhava preocupada.

– Essa é a única explicação para não terem nos encontrado ainda. Estamos há meses nesse lugar. Northumberland fica perto da Escócia, mas ainda estamos na Inglaterra. Louise e Nathaniel não demorariam tanto para perceber o nosso desaparecimento, a não ser que forjassem uma carta em nossos nomes dizendo que fomos viajar. Talvez esse seja o motivo pelo qual ainda não fomos encontrados, porque sequer estão nos procurando.

Bruce olhou para Doug e fitou o olhar sério dele.

– Richard está nervoso e com medo já faz um tempo por causa da Coroa, Louise Nathaniel estão se movimentando, James e os soldados comprados dele podem estar atrapalhando eles chegarem até aqui, mas-

– Ele pode ter forjado a carta, feito elas aparecerem milagrosamente em baixo de algum cômodo da Mansão Longman que os soldados não "encontraram antes" quando foram nos procurar, mas depois de seguirem o conselho de James para "procurarem novamente", acharam a carta.

– Você está pensando demais, como entrariam na casa? – Bruce já estava ficando preocupado com Doug.

– Subornando algum empregado, ameaçando, não sei. Essa parte não seria difícil para eles. Tem que haver um motivo para não terem nos encontrado ainda.

– Então era nisso que estava pensando durante essas semanas? – Cecília estendeu a mão e tocou o rosto de Doug.

– Não faz sentido ainda estarmos presos aqui... Estamos no litoral do norte da Grã-Bretanha, ao nosso redor tem o mar e outras regiões cujo as pessoas com poder já estão atreladas a Richard e James, como se estivéssemos presos dentro de uma barreira que nos esconde impede que a Coroa chegue até nós... James deve ter usado isso para camuflar a mina enquanto pensava em algo para impedir as buscas ou-

O Conde SequestradoOnde histórias criam vida. Descubra agora