- Estamos em Northumberland, certo? Não estamos longe de Harwick. Dois dias e chegaremos lá. Eu tenho um amigo que pode nos ajudar. - Sugeriu Bruce.
Já haviam se passado dois dias. Doug estava recuperado e todos já estavam planejando como voltariam para Londres.
Os seis ouviam atentamente o conde arquitetar um plano.
Andrew, Cecília e Doug já tinham percebido que havia algo errado entre Bruce e Mahara, ambos mal conversaram durante esses dias e não dormiram juntos também.
Os seis estavam sentados em círculo, o conde e Mahara em lados opostos mal se olhavam.
- Eu não acho que seja uma boa ideia. Pelo que sei, Richard e James têm aliados com vários nobres dessa região, eu acredito que não seja seguro confiar neles. - Opinou Mahara.
- O que sugere então? Que caminhemos até Londres? - Confrontou Bruce finalmente a encarando.
Mahara também o olhou.
- Você e seus amigos levaram o rei de Portree, na Escócia, até Londres. A vida na nobreza o amoleceu, condezinho? - Respondeu afiada.
Andrew se segurou para não rir. Cecília abriu a boca, surpresa com a provocação. Doug sorriu pela audácia dela e Dinesh não estava sequer ouvindo, apenas se virou para o outro lado e se ocupou em empilhar pedrinhas umas sobre as outras.
Bruce respirou fundo.
- Robert é um amigo de extrema confiança. Ele não irá nos decepcionar, eu lhes garanto.
- Se tem algo que a vida me ensinou, é que não deveríamos colocar as mãos no fogo por absolutamente ninguém, as pessoas falam muitas coisas e depois descumprem quando você já foi útil para elas. - Ela já havia passado por isso muitas vezes e talvez estivesse fazendo algo parecido com ele, mas, diferente do que fizeram com ela a vida toda, Mahara não faria promessas para ele.
Pelo modo que Bruce arregalou levemente os olhos, ela soube que ele havia interpretado errado a fala dela.
- Às vezes, as pessoas realmente querem ajudar umas as outras, mas quando uma delas guarda segredos demais, especialmente se forem informações importantes, a relação entre elas se complica. - Cruzou os braços sem desviar o olhar.
O clima ficou tenso. O silêncio perdurou por cinco segundos antes de qualquer um deles dizer alguma coisa. Andrew se ajeitou para falar, mas Cecília e Doug cobriram sua boca ao mesmo tempo.
- Certo. Vamos para Harwick . - Falou Mahara, por fim.
- Ótimo. - Bruce se levantou.
Mahara sentiu impulso de fazer o mesmo, mas se deteve. Ele não conseguiria abalá-la dessa vez.
- Ótimo. - Respondeu de forma neutra.
O conde a olhou uma última vez. Eles não haviam conversado desde aquele dia. Mahara tentara se aproximar, mas ele fugiu todas as vezes. Depois de algumas tentativas ela simplesmente desistiu.
- Eu vou caminhar um pouco. - E lá estava ele, fugindo de novo.
Mahara observou o conde se virar e caminhar até a saída da caverna. A postura estava hesitante e os ombros rijos. Os dedos mal se mexiam conforme ele andava, indicando o quanto estavam tensos.
Andrew sacudiu a cabeça, tirando as mãos de Cecília e Doug que ainda tapavam sua boca.
- Eu vou com ele. - Anunciou e se levantou correndo para alcançá-lo. Cecília tentou segurá-lo, mas o tecido da camisa dele escorregou por seus dedos.
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O Conde Sequestrado
RomanceApós receber uma missão confidencial do rei da Grã-Bretanha, o Conde de Lewis é mandado para uma estação de trem. Mas o que ele não esperava, era encontrar uma indiana que iria inebriar os seus dias e levá-lo a um impasse entre sua vida na nobreza e...