Última chance

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Bruce estava inquieto. Mal dormira durante a noite pensando em Mahara e na grande confusão que foram colocados. Aquilo tudo havia sido armado, mas ainda existiam dúvidas demais. Por que queriam justamente ele e Andrew? Ian e Davina moravam em Londres, passavam mais tempo com a Família Real, diferente de Bruce que estava fora a tantos anos.

Tinha algo importante que tinha feito para Nathaniel a alguns anos, mas era uma informação confidencial. Impossível saberem daquilo.

Por que mandaram Mahara o seduzir? Queriam que ela engravidasse de um bastardo?

- Você está pensando muito nela. – Falou Doug enquanto se sentava perto do Conde que, mais uma vez, estava afastado do grupo, sentado do outro lado do vagão.

- Eu sei que já percebeu que tem algo de errado acontecendo. – Respondeu Bruce – Qual o seu palpite para tudo isso?

Doug fitou o teto.

- Isso já estava planejado a muito tempo e é provável que a fonte esteja enraizada no palácio.

- Um traidor? – Indagou Andrew sentado com as costas escoradas na parede oposta a deles. Teria se levantado para se juntar a conversa, mas Cecília dormia com a cabeça em seu colo e não queria acordar a esposa – Nathaniel mantém apenas pessoas de extrema confiança por perto. Ele têm sido muito cauteloso, por isso pediu para Bruce e eu averiguarmos o trem.

Nenhum dos dois estavam surpresos com a fala de Andrew. O irmão da rainha sempre fora perceptivo, embora fosse um pouco desprovido de noção.

- Eu acho que essa situação tenha sido influenciada por pessoas de fora, alguém que tenha acesso a Ise e Nathaniel. – Completou.

- Acho que em breve descobriremos mais algumas coisas. Mahara disse ontem que chegaremos amanhã. – Disse Doug e cruzou os braços pensativo.

- Será que chegaremos mesmo? O trem para durante a noite e retoma pela manhã, mas todos nós já almoçamos a um tempo e ele continua parado. Mahara também não apareceu ainda...

- Você pensa muito nela. – Falou Andrew arqueando uma sobrancelha.

- Ela também está sendo usada por alguém. Mahara não é uma pessoa má. Ainda não sei como ela veio parar aqui e nem o motivo pelo qual aceitou fazer isso, mas sinto que ela é apenas uma vítima como nós.

O Duque e o Marquês se entreolharam.

- Você... – Começou Doug.

-... Sente? – Completou Andrew.

Bruce revirou os olhos. Estavam discutindo sobre o sequestro deles e um possível golpe a Coroa, mas os dois ainda tinham a capacidade de fazer provocações sugestivas.

- Eu odeio vocês.

- A mim também? – Indagou Cecília sem sequer abrir os olhos.

- Não, eu não a odeio. Na verdade, eu admiro muitíssimo a sua coragem.

- Coragem? Pelo quê? – Perguntou Andrew acariciando os cabelos da esposa.

Bruce esticou os braços para cima de forma preguiçosa.
- Por ter se casado com você.

- Eu diria que fora um caso de loucura, caro amigo. Suspeito até os dias de hoje que minha mãe tenha colocado algo em meu chá quando Andrew fizera o pedido.

Diferente de outras provocações, Andrew nunca revidava quando se tratava do casamento deles.

- Receio suspeitar também, querida esposa. Afinal, jamais entenderei tamanha sorte em minha vida.

O Conde SequestradoOnde histórias criam vida. Descubra agora