Decisões a flor da pele - Linda

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Eu desci do telhado e entrei pela janela do meu quarto, minutos antes de ouvir um bater na porta. Autorizei a entrada, era Augusto. Ele sorriu ao me ver e eu retribuí.
Seu sorriso parecia cansado. Ele sentou em minha cama e eu o observei. Ele puxou uma conversa solta sobre as nossas obrigações. Então eu o interrompi.

- O que está acontecendo Augusto? – Eu perguntei. Ele respirou fundo antes de me olhar nos olhos.
- Lembra quando sua tia me perguntou sobre pretendentes? – Eu franzi a testa, lembro do diálogo, só não entendo porque isso poderia incomodar Augusto. – Pois lembra da garota que eu te contei? – Ele me questionou. Eu afirmei com a cabeça. Eu lembro da história de que ele se refugiou nessa mata atrás de um fantasma porque a sua amada foi prometida a outro homem. – Ela está jurada a outro homem. – Augusto fez uma pausa, respirou fundo e prosseguiu. – Esse homem é Arthur. – Eu franzo a testa. Não sei como todas essas informações podem se conectar – Irmão de Maria. – Assim que as palavras saem de sua boca um frio sobe por minha espinha. Maria, a mulher responsável pela morte da minha família.
- Porque você não me disse isso antes? – Eu questiono. Ele começa a negar com a cabeça, eu levanto da cama e caminho pelo quarto. – Maria tem um irmão? – Eu esbravejo. Essa informação nunca tinha passado por mim. Augusto confirma. Eu urro de raiva.
- Arthur estava com Alfredo quando ele matou seus pais. Ele ainda era uma criança. O tratado da Inglaterra com a Espanha durou apenas o necessário para que seu pai fosse morto. Hoje Arthur responde a Inglaterra, é um renegado da Espanha. – Eu não estou entendendo nada do que Augusto está falando, a única coisa que eu consigo ouvir é que Maria tem um irmão e que ele está com a mulher de Augusto.
- Deixa eu adivinhar, um casamento arranjado em troca de alianças que não significam nada? – Eu pergunto. Augusto morde os lábios. – Mais alguma coisa?
- Dentre as posses de Arthur está Teresa. – Ele fala em um único suspiro.
- Esse merdinha tem o navio do meu pai? – Eu não consigo mais conter a minha raiva e nem sei se eu deveria. Está ai um bom motivo para ir ao mar, como minhas tias me disseram: esse trono não se conquista, se toma.

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