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Henrique|Caveira ☠️

O Ph entrou na sala junto com o Dadinho e eu encarei ele, o mesmo aparentou estar nervoso e já chegou na salinha dizendo que não tinha feito nada e era inocente.

Fuzileiro: E alguém te acusou de algum bagulho nesse caralho? Cala a boca e só fala quando tu for perguntado.— meu pai olhou pra mim.— Caveira resolve esse b.o.— eu concordei.

Para conquistar o cargo de Dono do Morro do PPG, eu comecei debaixo igual qualquer um, nunca tive privilégio por ser filho do temido Fuzileiro.

Ele é muito respeitado e tem admiração dos moradores por cuidar tão bem de todos e da favela. E eu quero conquistar por mérito próprio o mesmo respeito e admiração que ele tem.

Quando completei dezoito anos, fiz os cursos de Contabilidade e Administração que meu coroa exigiu, pra poder entrar pro movimento, com vinte anos eu já estava cuidando da administração das bocas mas não era isso que eu queria, tá ligado?

Queria mesmo era sentir a adrenalina correr nas minhas veias, nervosismo e o medo. Queria mesmo era participar dos roubos, invasões e cobranças. Minha mãe até saiu de casa na época, porque meu pai me apoiava e ela não aceitava de jeito nenhum.

Meu padrinho tinha saindo pra resolver um b.o em outro morro, na salinha só estava eu, meu pai, Ph, Dadinho e dois vapores de confiança do meu pai. Todos estavam em silêncio prestando atenção em tudo que eu falava.

Caveira: Dadinho a parada é o seguinte, tá faltando dinheiro da sua boca, eu não gosto de idéia torta, então manda logo o papo reto.— ele me olhava nervoso.— Vai me responder não caralho? Não tenho o dia todo não, solta a voz no bagulho porra! Tomar no cu.

Dadinho: Não sei patrão, eu não fiz nada pô. Repassei o dinheiro tudo certo da semana, dez mil na mão do Atacante.— dei risada, esse cara só pode estar querendo me tirar de otário.

Caveira: Não sabe como caralho? Tu não é o gerente da boca? A responsa é tua parceiro. Você tinha que repassar quinze mil da semana, tá faltando cinco nessa porra e eu quero saber aonde foi parar, tendeu?— ele me olhou e abaixou a cabeça.— Levanta a porra da cabeça que eu tô falando contigo parceiro.— dei um tapa na cabeça dele.

Dadinho: Tô falando patrão, eu não sei, algum vapor me passou a perna nessa porra. Às minhas anotações de recebimento e faturamento bateram em dez mil . Lá na três só está o Dg, Laranjinha e o Cebola comigo no corre.

Caveira: Ph busca esses moleques nessa porra.— Ph concordou e saiu com os vapores.— Dadinho o bagulho é o seguinte, quem errou vai ser cobrado e tu tá ligado qual é o proceder pra quem rouba a favela né?— ele concordou.

Ph entrou junto com os três moleques que são os vapores da boca, são eles que fazem às vendas da mercadoria. Dg e Laranjinha estavam calmos, já o Cebola demonstrou estar preocupado e eu fiquei escaldado, tá ligado?

Passei o proceder pra eles do que estava acontecendo, Dg e Laranjinha falaram calmamente, já o Cebola ficou gaguejando pra caralho.

Caveira: Tá nervoso porque caralho? Tá devendo no bagulho? Chamei vocês aqui pra a gente descobrir quem tá de trairagem com a favela.— os três me olharam.

Laranjinha: Semana passada eu fiquei no turno da manhã patrão, e o Dg a tarde. Quem ficou responsável pelo fechamento do dia foi o Cebola. A gente repassa às vendas pro responsável pelo turno da noite e ele faz o fechamento do dia e passa tudo pro Dadinho.— concordei.

DG: É dessa forma mesmo aí patrão, nós temos tudo anotado, é só trazer o caderninho e tu vai ver tudo que tudo confere, tendeu?

Caveira: Cadê a porra do caderno Dadinho?— o mesmo tirou do bolso e entregou na minha mão.

Peguei o caderno e os três estavam com às vendas batendo, a do Cebola já era maior por ser o turno da noite porém havia um desfalque. Uma folha havia sido arrancada, estava faltando um dia de vendas e fazendo a soma da semana bate com o valor que está faltando.

Mandei os quatro ficarem de joelhos e me estenderem às mãos e eles me olharam assustados.

Caveira: Só vou perguntar mais uma vez! Quem foi que roubou a porra do dinheiro?— falei com a minha pistola na mão.— Ninguém vai abrir a boca? Então os quatro vai pra vala.— destravei minha pistola apontando pra cabeça do Dadinho.

Cebola: Calma patrão, não precisa passar ninguém. Foi eu que peguei o dinheiro.—
olhei pra ele cheio de ódio e dei um tiro em cada mão e ele gritava de dor enquanto o sangue jorrava.

Caveira: Ph leva pro microondas. E tu Dg e Cebolinha tão liberados.— eles saíram da salinha.

Dadinho: E eu chefe?— Dadinho me olhava preocupado.

Caveira: Tu tá liberado mas perdeu teu cargo, vai ser rebaixado pra soldado nesse caralho pra aprender a ter responsabilidade no bagulho.— ele me olhou com decepção e saiu da sala.

Fui pro microondas encontrar o Ph. O microondas era o lugar onde a gente cobrava os traíras, estupradores, fardados e rivais.

Caveira: E aí cebola preparado pra conhecer o capeta? Agora você vai roubar no inferno filho da puta.— dei risada.— Ph meu fiel, bora preparar ele nos pneus!

Colocamos ele dentro de cinco pneus e jogamos gasolina em cima, ele gritava desesperado pedindo pra não matar ele.

Cebola: NÃO FAZ ISSO PATRÃO, POR FAVOR, EU TENHO FAMÍLIA, POR FAVOR.— eu discordei.

Caveira: Pensasse nisso antes Cebolinha.

Peguei uma caixa de fósforo que tinha no armário, acendi um e joguei no rastro de gasolina pelo chão e só vi às chamas subindo e ele gritando desesperado.

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LEAL - [FINALIZADO] Onde histórias criam vida. Descubra agora