LEAL - [FINALIZADO]

123°

Pedro Henrique|PH 💸

Horas tinham se passado e até agora eu não tinha conseguido ir no postinho e também ninguém entrou em contato comigo me dando notícias da Analu e isso aí era uma parada que estava me deixando preocupado.

Eu estava tentando ser forte e aguentar tudo que estava acontecendo, pela a minha família porque mais do que nunca eles precisavam de mim agora.

Eu tô sentindo um peso nas costas do caralho mano e toda hora se forma aquele nó na minha garganta e me dá uma vontade do caralho de chorar.

Só que agora eu não posso ser fraco, eu tenho um morro inteiro pra organizar e uma família que no momento precisa que eu resolva tudo.

Eu já tinha fumado não sei quantos baseados pra me acalmar, e como não estava resolvendo, eu cheirei quatro carreiras de pó seguidas e senti um alívio percorrer por todo meu corpo. Que a minha loira nem imagine que eu tô fazendo uma parada dessa porque ela surta comigo.

Depois que eu deixei a Nayara no postinho eu meti o pé pra casa da minha madrinha.

Minha coroa já estava lá com ela fazendo companhia e tentando consolar ela de alguma forma. Elas duas são amigas desdes adolescentes, se conheceram aqui no morro e sempre foram carne unha tá ligado?

Não é atoa que a Helena é minha madrinha pô, minha segunda mãe mermo.

Ela estava sentada no sofá enrolada em coberto chorando enquanto segurava uma xícara de café nas mãos.

Luciana: Chora mesmo comadre, você tem que chorar pra aliviar um pouco seu coração.— minha coroa fazia carinho no cabelo dela.

PH: Madrinha chegou a hora.— ela me encarou.— A gente pode entrar?— ela balançou a cabeça confirmando.

Eu e os menor entramos e fomos retirar o corpo do meu padrinho pra levar pro postinho para dar os seguimentos nas paradas do enterro dele.

Que momento difícil do caralho, eu nunca me imaginei tendo que carregar o corpo do meu padrinho, que pra mim foi um pai.

Quando passamos pela sala, eu tentei evitar o contato visual com a minha madrinha, mas foi impossível e novamente ela desabou de chorar e minha coroa abraçava ela.

A gente colocou o corpo do meu padrinho no carro, e alguns moradores olhavam a cena cabisbaixos.

A entrada do necrotério do postinho era na parte de trás, e quando se aproximamos tinha milhares de mães chorando desesperadas.

Infelizmente tivemos quinze mortos da nossa tropa, e os da tropa do Jacaré foram todos, mais esses eu já mandei queimarem.

Eu já tinha dado a ordem para os menor recolher todos os corpos que estavam espalhados pelo morro e trazerem pra cá e por isso todas às mães estavam aqui para reconhecer se eram seus filhos.

Os médicos colocaram o corpo do meu padrinho dentro de um saco preto e levaram lá pra dentro.

Eu subi novamente pra casa da minha madrinha e fui explicar pra ela tudo que precisava, como quais documentos e roupas para poder dar entrada na parada do enterro.

Meu padrinho sempre falou, que ele queria ser enterrado no alto do PPG e a gente irá realizar o desejo todo. Ele vai ser enterrado no alto do morro dele.

Eu estou a mais de trinta e seis horas acordado e pior que nem sinto sono. Minha mente não para um segundo se quer, e toda hora é um problema atrás do outro pra resolver.

Estava resolvendo às paradas dos enterros dos menor que se foram quando meu celular toca e quando eu olhei na tela, era a loira.

📲[Ligação] loira 💘
Nayara: Pedro vem pra cá por favor, eu preciso de você.— falou chorando.— Vem pra cá.
PH: Colfoi loira? Aconteceu algum bagulho pô?
Nayara: Vem pra cá por favor, vem pra cá.
PH: Eu tô indo loira, cinco minutos eu tô aí.
📴

Ela estava chorando na ligação desesperada.

Espero que não seja o que eu estou pensando mano, puta que pariu.

Deixei o Grego terminando de resolver os bagulhos, peguei a chave da minha moto e meti o pé a milhão.

Quando cheguei no postinho, estava todo mundo chorando pra caralho enquanto tinha umas médicas conversando com eles.

Que porra aconteceu meu Deus?

O Dg estava em pé encarando todo mundo com um olhar triste, a Helô estava abraçada com o Tatu e o Caveira ajoelhado no chão gritando e a Nayara tentava acalmar ele.

Eu não tô acreditando nesse bagulho mano!

Não pode ser caralho!!!

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