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Maysa Henriques ✨

Eu morava no morro da Rocinha com os meus pais. Infelizmente meu pai morreu em uma invasão policial, ele era envolvido e morreu defendendo a favela.

Após meu pai falecer, tudo começou a dar errado nas nossas vidas, minha mãe perdeu o emprego e não tinha como nos sustentar e às contas começaram acumular e a solução foi a gente vim morar com a minha avó no morro do PPG.

Eu vim morar aqui quando eu tinha doze anos. Conheci a Helô no ensino fundamental e não se desgrudamos mais.

Eu considero ela minha irmã, a gente cresceu juntas e toda minha adolescência foi ao lado dela e consequentemente ao lado do Caveira.

Com o passar dos anos eu percebi que meus sentimentos pelo Caveira já não eram mais os mesmos, pois eu não via ele mais como um simples amigo e sim estava apaixonada por ele.

Eu nunca tinha contado isso pra ninguém, nem mesmo pra Helô que eu confio de olhos fechados, era algo que eu guardava somente comigo.

Eu fiquei com outros caras, até cheguei a namorar mais era dele que eu gostava de verdade.

Anos se passaram e esse sentimento estava se apagando dentro de mim, porque eu nunca tomei nenhuma atitude e o Caveira também nunca demonstrou interesse.

Mas à cinco meses atrás estávamos todos em uma resenha na casa de um amigo nosso em comum, só que estava tarde e eu resolvi ir embora, e quando estava saindo ouvi ele me chamar.

5 meses atrás.

Caveira: Ei Maysa.— virei e olhei pra ele.— Já tá indo embora pô?— concordei.— Coé, porque? Mó cedo ainda parceira.

Maysa: Tô cansada Caveira e amanhã tenho que abrir a loja cedinho.— ele negou.

Caveira: Então espera aí que eu te levo em casa pô.— neguei.

Maysa: Pode ficar tranquilo e volta lá pra resenha, eu subo rápidinho.— ele discordou.

Caveira: Tá já tarde pô, eu te levo. Vou pegar meu carro, espera aí.

Ele saiu e não demorou nem dois minutos voltou com o carro, então eu entrei e ele deu partida.

Fomos em silêncio o caminho todo, ele me olhava de rabo de olho e eu fingi não perceber.

Chegamos no portão da minha casa e quando eu ia descer do carro ele me puxou e me beijou... Era um beijo lento e calmo, o beijo que eu sempre quis à tantos anos.

Maysa: Caveira tu tá doido cara? O que foi isso?

Caveira: Isso foi o beijo que eu queria te dar faz tempo, só que tu nunca deu oportunidade.— ele sorriu.

Depois daquele dia a gente passou a ficar sempre e todo o sentimento que eu tinha por ele reacendeu dentro de mim.

As únicas pessoas que sabiam do nosso envolvimento era a Heloísa, o Ph e o Tatu. A gente escolheu manter no sigilo.

A gente nunca oficializou nada mas pra mim o nosso lance era sério, a gente fazia coisas de casais, se falava todos os dias, eu dormia na casa dele, saíamos para comer...

Ia completar 2 meses que a gente estava nesse rolo e eu resolvi fazer algum especial pra nós.

Comprei uma lingerie nova, um presente pra ele e uma cesta de café da manhã com várias coisas gostosas e fui pra casa dele cedinho, porém quando cheguei lá e abri a porta do quarto dele vi a pior cena da minha vida...

Estava ele e a Jady dormindo juntos e totalmente pelados. Minha mente paralisou e a minha única reação foi chorar lembrando de tudo que vivemos desde daquele primeiro beijo no carro.

Ele nunca me prometeu fidelidade, e eu sabia que ele ficava com outras pessoas, só que ver aquela a cena doeu muito em mim, porque no fundo eu acreditava que o que estávamos vivendo poderia ser tornar algo sério.

Eu coloquei a cesta no chão do quarto e estava saindo pela porta quando ele acordou com o barulho e me viu.

Caveira: Espera Maysa caralho, eu posso explicar, não é isso que tu tá pensando porra.— ele suspirou.

Maysa: Eu não estou pensando nada Caveira, eu vi com os meus próprios olhos. Tu não precisa me explicar nada, eu já entendi que eu sou a otária da história.— ele abaixou a cabeça.— Pode voltar pra lá e aproveita a cesta de café da manhã que eu fiz pra gente.— saí andando e ele ficou lá em pé feito uma estátua.

Eu fui embora correndo pra minha casa e quando cheguei, me permitir a chorar desesperadamente. Fiquei me perguntando como eu pude ser tão burra, idiota e ingênua!

Ele veio atrás de mim na minha casa, na loja da mãe dele, me ligava todos os dias e mandava mensagem de vários números diferentes que eu sempre bloqueava.

Mas depois daquele dia eu nunca mais quis ter nenhum tipo de contato com ele, deixei de frequentar a casa dele e os mesmo lugares que ele. A única coisa que eu queria era esquecer ele e tudo que vivi com ele.

Três meses se passaram e até hoje não conversamos sobre o que rolou e nem se quer se falamos e eu ainda evito estar no mesmo ambiente que ele mas como a Helô disse, eu tenho que superar e eu irei!!

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Caveira foi um fdp né gente? Tadinha da Maysa 🥺

Votem e comentem, isso me inspira a continuar ❤️

LEAL - [FINALIZADO] Onde histórias criam vida. Descubra agora