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Ana Luíza|Analu 🌪️

Tinha chegado em casa morta de cansada de mais um dia de trabalho, tomei um banho morno e fui preparar a janta.

Estava na cozinha quando vi o plantão do jornal anunciando que a polícia estava invadido o Complexo do PPG e meu coração acelerou na mesma hora.

Peguei meu celular que estava na bancada e liguei pra Helô na mesma hora para saber alguma notícia.

Fiquei com o coração na mão quando ouvi a voz dela trêmula e chorosa, e preocupada com ela e também com o Henrique e os meninos.

Apesar deles estarem nessa vida são pessoas maravilhosas e mesmo conhecendo eles à pouco tempo eu criei um carinho enorme por cada um, e é horrível ter essa sensação de esperar o pior.

Fiquei na ligação com Helô tentando acalmar ela que estava mega aflita, mas logo se acalmou e até dormiu porque do nada parou de me responder.

Então eu fui terminei de fazer a janta mas até perdi a fome, sentei ali no sofá encarando a televisão com medo de a qualquer momento ter alguma notícia ruim.

Mandei mensagem pra Nayara que também ficou mega preocupada com o PH e toda hora me mandava mensagem para saber notícias.

Eu fui pro quarto pra vê se eu conseguia dormir, mas por conta da preocupação eu não consegui pregar o olho.

Me peguei pensando no Henrique e me bateu uma angústia que eu fiquei sem entender e só senti uma vontade de chorar.

Eu levantei da cama ficando de joelhos com os braços no colchão e orei pela vida dele e também pela vida dos meninos, pedindo a Deus e a Nossa Senhora para proteger eles de todo perigo.

Acordei com o celular tocando, observei que ainda estava de madrugada e meu coração acelerou, olhei na tela e era a Helô me ligando, ela estava com voz de choro e me avisou que o Henrique estava no postinho porque tinha sido baleado e estava em cirurgia.

Meu coração gelou e um nó se formou na minha garganta e novamente senti aquela vontade de chorar.

Eu avisei pra ela que estava indo pra lá, mas ela disse que ainda era perigoso porque ainda tinha risco de invasão e que os meninos estavam lá e que assim que ela falasse com os médicos me mandava notícias.

Eu não consegui dormir mais e fiquei me virando na cama de um lado para o outro pensando no Henrique, um tempo depois a Helô mandou mensagem avisando que ele estava fora de risco e eu me senti aliviada.

Assim que amanheceu eu liguei pra clínica e avisei para às meninas desmarcaram todos os meus pacientes de hoje e me arrumei, pedi um uber e fui direto pro morro.

Cheguei na barreira e os meninos liberaram a minha entrada, peguei um moto táxi e pedi pra ele me deixar no postinho.

Quando cheguei de longe vi a Helô e o Tatu sentados visivelmente abatidos e fui até eles e dei um abraço na minha amiga e no Tatu.

Ana Luíza: Mais alguma notícia gente? - eles discordaram.

Heloísa: Ele está fora de risco graças à Deus. - suspirou. - Deu tudo certo na cirurgia e eles retiraram a bala, ele está agora em observação e nós estamos esperando para poder ver ele.

Ana Luíza: Graças a Deus miga, fiquei muito preocupado com ele, com todos vocês.

Tatu: Ele é forte pô, aquele ali tem peito de aço mano!

Heloísa: Amiga não precisava você ter vindo até aqui, vai perder seu dia de trabalho cara.

Ana Luíza: Claro que precisava Helô, eu mal dormir essa noite de preocupação, você acha que ia conseguir trabalhar sabendo que minha amiga está aqui mal precisando de apoio e uma pessoa que eu gosto no hospital? Tá doida? Jamais. - ela sorriu e me abraçou.

Heloísa: Obrigada amiga, não sei nem como te agradecer. Você entrou nas nossas vidas tão de repente e eu sou muito grata.

Ficamos ali sentadas conversando, o Tatu tinha saindo pra pegar algo pra gente comer.

A Maysa deu uma passada aqui também pra dá uma força pra Helô, mas ela não demorou muito porque tinha que ir até a loja vê não teve nenhum dano por conta da invasão.

O Tatu voltou com uns pães de queijo e duas latinha da coca, a gente comeu e ficamos aguardando.

Uma enfermeira veio avisar que o Henrique tinha acordado e que a gente poderia entrar.

A Heloísa me chamou pra ir, mas eu preferi deixar eles entrarem primeiro.

Estava aqui sentada e escutei uma gritaria na recepção, eu reconheci a voz e levantei pra olhar.

Era a garota que estava com o Henrique no pagode, ela gritava querendo ver ele e às moças da recepção tentavam explicar que não tinha autorização pra deixar ela entrar.

Eu resolvi ir procurar o quarto por conta própria e chamar o Tatu pra ver se ele conseguia acalmar a doida, porque eu que não ia né?

Pelo janela do quarto que era transparente consegui ver eles, então bati na porta e abri.

Ana Luíza: Licença gente, desculpa atrapalhar vocês, mas Tatu será que você pode vim aqui um pouquinho?

Ele concordou vindo na minha direção, olhei rápido pro Henrique que sorriu ao me ver e eu acenei pra ele.

Expliquei pro Tatu o que estava acontecendo e ele foi até a recepção falar com a tal Jady que se acalmou e avisou que voltaria depois.

O Tatu voltou pro quarto e eu permaneci ali sentada esperando, e o PH chegou chamando minha atenção, conversamos um pouco mas logo ele entrou pra ver o Henrique.

Passou uma meia hora e os três estavam vindo conversando na minha direção.

Ana Luíza: E aí como ele está?

Tatu: Tá bem pô, já está até fazendo gracinha, esse cara tem jeito não. - falou rindo.

Heloísa: Amiga ele quer te ver. - disse sorrindo. - Pediu pra tu ir lá.

Ana Luíza: Me ver? - perguntei sem graça e ela concordou. - Mais eu ouvi à enfermeira falando que tinha acabado a visita amiga.

PH: Pô Analu o Caveira é o dono disso aqui mano, ele que dita às ordens no bagulho, vai lá pô que o cara quer te ver.

Ana Luíza: Você me espera amiga? - ela concordou.

Fui até o quarto e a porta estava entre aberta, e ele estava distraindo olhando pro o teto e nem me viu entrar.

Ana Luíza: Henrique? - ele me olhou sorrindo. - Tudo bem?

Caveira: Melhor agora com você aqui pô. - sorrir.

Ana Luíza: Como você está se sentindo?

Caveira: Tô bem pô, quero meter o pé logo daqui, tô pronto pra outra. - disse rindo e eu encarei ele feio.

Ana Luíza: Não brinca com isso não Henrique, você não pensa em quem fica preocupado contigo não cara? Essa noite eu mal dormir preocupada pensando se você estava bem ou não. - ele sorriu surpreso.

Caveira: Ficou preocupada comigo marrentinha?

Ana Luíza: É contigo e com os meninos, essa vida que vocês levam é complicada demais... - suspirei. - É horrível sentir a sensação que você está prestes a perder alguém que você gosta.

Caveira: Eu tô aqui pô, vivão! Tu não me perdeu não minha morena e os caras estão bem também pô. - sorriu. - Então quer dizer que tu gosta de mim?

Ana Luíza: Graças à Deus né, minha oração não foi em vão, Deus me ouviu. - ele concordou. - Claro que eu gosto né Henrique, você e todos aqui são importantes parabéns mim. - balançou a cabeça sorrindo. - Bom, agora eu preciso ir e você precisa descansar. - ele discordou.

Caveira: Fica mais um pouquinho pô. - neguei. - Não rola nem um beijo de despedida então?

Ana Luíza: Você não tem jeito né Henrique? Está na cama de um hospital e cheio de gracinha. - ele riu. - Não rola beijinho não, sua namorada mais tarde está por aí e tu pede pra ela! - joguei um beijo no ar e saí do quarto.

Votem e comentem isso me inspira a continuar. ♥️

LEAL - [FINALIZADO] Onde histórias criam vida. Descubra agora