LEAL - [FINALIZADO]

128°

Henrique|Caveira ☠️

4 semanas depois.

Mais um mês se passou e até agora minha bela adormecida continua em um sono profundo e sem nenhum sinal de vida.

Sim, agora eu chamo minha morena de bela adormecida.

E o apelido pegou, porque geral agora chama ela assim também.

Quando a coroa dela veio com aquele papo torto, que tinha que desligar os aparelhos, eu fui o primeiro à ir contra e deixei claro que eu não permitia essa parada de jeito nenhum. Tô nem aí que ela é responsável pela Analu, se fosse pra frente com esse bagulho ia arrumar problema comigo.

Ela tentou trocar idéia comigo várias vezes e eu fugia de todas, porque eu não queria papo de jeito nenhum, essa parada não entrava na minha mente de nenhuma maneira.

Mais aquele bagulho que ela me falou, ficou na minha mente tá ligado? Será que ela já não foi mermo? Ou será que somos nós, eu, que estou impedindo ela de ir?

O coração dela continua batendo, mais a mente está paralisada.

Será que realmente estamos sendo egoístas, como a Nayara disse?

Será que eu, estou sendo egoísta pra caralho, e estou mantendo ela aqui, só porque o corpo dela está ali na minha frente e isso de alguma forma me consola?

Minha mente está a milhão e eu estou a ponto de ficar maluco, eu tô perdendo a minha fé e às esperanças que ela vai voltar pra mim.

Eu tinha acabado de sair do postinho e estava indo em casa jogar uma água no corpo e comer alguma parada.

Sim, eu continuo dormindo todas às noites com a minha bela adormecida.

Durante o dia ninguém está ficando mais com ela, os médicos conseguiram colocar na mente de geral que não há necessidade e que qualquer parada que acontecesse, eles entrariam em contato na merma hora, eles falaram o mermo bagulho pra mim, mais eu nem dei ouvidos.  

Amanhã é aniversário dela, e todo mundo estava mal e desanimado pra caralho, principalmente a mãe dela e a Nayara.

Cheguei em casa e minha coroa estava tomando café sozinha na cozinha.

Caveira: Bença coroa.— dei um beijo nela.— A mandada da Helô não acordou ainda não é?

Helena: Deus te abençoe meu filho. Acordou sim, ela saiu mais cedo hoje.— assenti.— E a Analu, passou a noite bem?

Caveira: Na mesma.— falei desanimado.— Quando eu saí de lá, os médicos tinham acabado de entrar pra fazer uns exames lá.

Helena: A Alice chega hoje.

Caveira: Tô ligado.

Helena: O pai da Analu está vindo junto com ela.— encarei ela.

O que esse pau no cu quer aqui? Desde quando a Analu está no postinho ele não se importou com a filha.

Helena: Ela pediu pra mim não te falar, que ela ia conversar com você, mas eu quero te preparar pra você não surtar.— fiquei desconfiado.

Caveira: O que tá pegando coroa? Enrola não, fala logo. É aquela parada de desligar os aparelhos denovo mano?— já fiquei puto e ela discordou.

Helena: A Alice vai colocar o apartamento da Analu à venda.— ela respirou fundo.— E quer levar ela pra um hospital em São Paulo.

Caveira: O QUÊ? EU ESCUTEI ESSA PARADA DIREITO COROA? LEVAR A ANALU PRA SÃO PAULO?— falei com raiva.— Não mano, ninguém vai tirar ela daqui mano, ninguém tá me entendendo?